A persistência do racismo na sociedade brasileira (Não é Enem)

(Estou estudando para a redação da EAOAP, banca FAB (Aeronáutica). Nela não há necessidade de uma proposta de intervenção, não é nem aconselhável. A redação é dissertativa-argumentativa, no máximo 30 linhas. O candidato começa com 1000 pontos e vai perdendo pontos de acordo com esses quesitos:

I EXPRESSÃO:
Pontuação, ortografia, caligrafia, vocabulário,
acentuação gráfica e morfossintaxe = 0,2000 por cada erro
cometido relacionado a cada
um dos aspectos avaliados.

II ESTRUTURA:
Paragrafação = até 0,5000 por cada erro
cometido.

III CONTEÚDO:
Pertinência ao tema proposto = até 1,5000.
Argumentação coerente = até 1,5000.
Informatividade = até 1,5000.)

(O erro ortográfico idêntico será computado apenas uma vez.)

Segue a redação:

                   O Brasil é um país com um histórico escravista, e a abolição da escravidão pela Lei Áurea em 1888, não foi acompanhada de esforços e recursos que garantissem a inserção dos negros na sociedade. Outrossim as práticas racistas persistem na contemporaneidade, produto de sua construção histórico-social escravocrata. O racismo perfaz um problema grave, à medida em que, provoca desigualdade, exclusão e violência.

                          De início, é notório destacar que as práticas discriminatórias no Brasil existem, a despeito das correntes negacionistas atuais. Dessarte, uma classe se sobrepõe à outra, para isto se utilizando de estruturas de poder, o que Foucault denomina como cadeia de exclusão. É, dessa forma, um racismo estrutural, institucionalizado, de ações socialmente impostas.

                          Ademais, cabe ressaltar que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, com dados de 2020, 77,8% de toda a pobreza se concentra na população cuja pessoa de referência da família era preta ou parda. Nesse sentido, depreende-se que os resquícios da escravidão, em um quadro socioeconômico-cultural, nunca foram superados. Nessa perspectiva, mais trabalho e violência e menos dinheiro traduzem uma dívida, que historicamente gera desigualdades e, como tal, necessita ser quitada.

                           Portanto, apesar da Lei Áurea, em 1888 ter sido criada, a falta de planejamento e de recursos para a inserção do negro na sociedade ainda é visível, pois uma herança da escravidão no Brasil é o racismo estrutural, onde pode-se ver que a pobreza no país se sobressai na população negra, tornando-se uma cadeia de exclusão e uma divida histórica não paga.