A objetificação da mulher no cenário brasileiro

Segundo Lélia Gonzalez, filósofa e ativista pelo movimento afro-feminista, a construção das sociedades latino americanas deu-se sob viés patriarcal, fazendo com que a mulher fosse colocada em posição de objetificação. Nesse cenário, na contemporaneidade, a desigualdade em relação ao acesso ao mercado de trabalho e as obrigações impostas pela estrutura social impedem que haja a emancipação feminina.

Primeiramente, é destacável que a dissonância salarial de gênero, em especial para as mulheres pretas, é um fator que contribuí para o menosprezo do trabalho dessas. Nessa conjuntura de fatos, a negligência do estado na síntese de leis que garantem a igualdade de gênero faz com que a lógica patriarcal seja aplicada ao ambiente corporativo, tendo mulheres qualificadas sendo subestimadas ou tendo que reiterar sua posição social frente ao machismo estrutural.

Além disso, é possível observar que as exigências pautadas por instituições sociais arcaicas, como o casamento, deixa a mulher em  um papel de submissão frente às figuras masculinas. Consequentemente, mesmo que consiga um emprego, os afazeres domésticos faz com que essas tenham que cumprir uma dupla jornada de trabalho, sendo as responsáveis pelo bem estar familiar e pela manutenção da casa.

Fica evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para atenuar os efeitos dessa problemática. Assim, cabe ao Poder Legislativo, por meio de votação em plenário, instituir a Lei da Igualdade salarial, possibilitando a maior inserção e, consequentemente, notoriedade do público feminino no mercado de trabalho. Também, é necessário que Ministério da Educação, por meio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), criar um programa de econômica doméstica que visa desenvolver habilidades, como cozinhar e limpar, possibilitando a divisão das tarefas domésticas. Dessa forma, será possível que a mulher não seja mais objetificada como um ser com inferior capacidade ou resumida ao trabalho familiar.