A inclusão de deficientes físicos no Brasil

Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, há a retratação de uma sociedade perfeita, na qual essa se padroniza pela ausência de problemas. Contudo, ao observar a realidade, nota-se que o exposto de More apresenta um equívoco, uma vez que as dificuldades para incluir pessoas com limitações físicas no Brasil são barreiras para efetivar o plano do autor. Dessa maneira, em razão do negligenciamento midiático e de uma lacuna escolar, emerge uma triste realidade, que necessita ser solucionada.

Primordialmente, faz-se mister citar o silenciamento da mídia como sendo um fator fomentador da problemática. Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu, o que foi criado para ser mecanismo de democracia não deve ser convertido em instrumento de opressão. Nesse viés, é possível notar que a mídia, geralmente, um vê, de promover debates que elevem o nível de informação da população, colabora com a propagação do problema, já que a omissão dos meios comunicativos a respeito da inclusão de pessoas com limitações físicas ocasiona a falta de conhecimento da sociedade sobre esse conflito, dificultando sua resolução. Diante do exposto, é notório que essa postura é prejudicial.

Ademais, a questão encontra forma de expansão na base educacional lacunar. De acordo com o filósofo Kant, o ser humano é resultado da educação que teve. Nessa perspectiva, se há um problema social, há como raíz uma lacuna no âmbito escolar. No que tange à inclusão de deficientes físicos, verifica-se uma latente influência dessa causa, pois a escola não tem cumprido com o seu papel no sentido de prevenir e reverter o problema, visto que não tem apresentado esse conteúdo às salas de aula. Desse modo, a educação precária perpetua essa falta de inclusão na conjuntura social brasileira.

Portanto, a fim de mitigar os efeitos desse fato, medidas devem existir. Para isso, urge que o Ministério da Cidadania efetue palestras com a presença de fisioterapeutas, bem como entrevistas com portadores de deficiência física. Tais ações devem ser transmitidas via “web” e publicadas nas redes sociais do órgão supracitado, objetivando alcançar um maior público e trazer mais lucidez acerca da inclusão de pessoas com limitações físicas no Brasil. Assim sendo, talvez, seja promulgado o plano proposto por Thomas More.