A importância do combate ao racismo na sociedade atual

Na obra “Utopia” do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que o conceito de igualdade e justiça social apresenta barreiras que dificultam a concretização dos planos de More. Esse cenário antagônico é fruto do racismo estrutural, que se manifesta em diversas esferas da sociedade, como no sistema de justiça, nas políticas públicas e no mercado de trabalho. A omissão diante da obstinação em práticas racistas contribui para sua perpetuação. Diante disso, torna-se fundamental discutir esses aspectos a fim de promover o funcionamento harmonioso da sociedade.

Precipuamente, é fulcral pontuar que o racismo deriva da baixa atuação dos setores governamentais no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Segundo o pensador Thomas Hobbes, o Estado é responsável por garantir o bem-estar da população; entretanto, isso não ocorre no Brasil devido à falta de atuação das autoridades. A exclusão e a marginalização social de grupos discriminados geram tensões e conflitos, enfraquecendo a coesão social e a convivência pacífica. Logo, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.

Ademais, é imperativo ressaltar o fomento da exclusão e estigmatização como promotor do problema. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que, em 2022, mais de 75% das vítimas de violência policial no Brasil eram pessoas negras. Partindo desse pressuposto, a associação de corpos negros a comportamentos criminosos não é apenas um reflexo de uma abordagem discriminatória, mas também uma reprodução histórica de estereótipos racistas que enxergam jovens negros como uma “ameaça”. Tudo isso retarda a resolução do empecilho, já que o racismo tem raízes profundas na história da escravidão e do colonialismo, que contribuem para a perpetuação desse quadro deletério.

Diante do exposto, denota-se a urgência de propostas exequíveis para conter o avanço dessa problemática na sociedade brasileira atual. Dessarte, com o intuito de mitigar o racismo, exige-se, urgentemente, que o Tribunal de Contas da União direcione recursos que, por intermédio de instituições governamentais, sejam revertidos na criação de leis antirracistas, programas de ação afirmativa, apoio a comunidades vulneráveis e políticas de diversidade e inclusão em programas de responsabilidade social. De maneira análoga, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo da intolerância racial, e a coletividade alcançará a Utopia de More.