Consoante à teoria sociológica do chamado “pai” do Iluminismo Penal, Cesare Beccaria, o meio mais seguro, porém, ao mesmo tempo, mais difícil, de tornar os homens menos inclinados a praticar o mal é aperfeiçoando a educação. Acerca dessa premissa, compreende-se a incontrovertível importância da alfabetização para a formação do indivíduo enquanto membro de uma sociedade. Entretanto, em virtude dos problemas educacionais hodiernos no Brasil, é necessário atentar às deficiências vigentes no âmbito, como a elitização da educação e o impacto da ausência desta na vida de jovens.
Precipuamente, é de caráter indispensável a discussão acerca da relação dos jovens brasileiros com o aprendizado. Neste contexto, o livro “Pedagogia do Oprimido” do educador e filósofo Paulo Freire, defende que, ao buscar a transmissão de conhecimento efetiva, é preciso “falar a mesma língua” que o alvo do ensinamento, ou seja, buscar uma maneira de ensinar à qual o indivíduo em questão se adeque. Sob esta ótica, denuncia-se o modelo padrão atual de educação como ineficaz, deficiente e elitista, tendo em vista que tais parâmetros educacionais não atendem às necessidades de cidadãos de camadas sociais mais baixas – a exemplo, a linguagem acadêmica é erudita e formal, que encontra-se longe da realidade desses indivíduos. Dessa maneira, o desenvolvimento social de tal grupo é tristemente deturpado e o contraste educacional se amplia.
Em segunda instância, cabe ressaltar os fatores consequentes dos imbróglios supracitados e como estes afetam a vivência do cidadão. Sob este viés, a ideologia política da meritocracia, definida pelo predomínio na sociedade daqueles que têm mais mérito ou são mais bem dotados intelectualmente, contribui para o aumento da iniquidade e a marginalização dos grupos menos privilegiados. Dessa forma, fica subentendido que o infeliz cenário social desigualitário vigente tem sua origem nos primórdios da formação do cidadão: ao não receber uma educação de qualidade desde a infância, é contraditório esperar uma melhora no futuro desse processo. Sendo assim, a desigualdade no âmbito em questão impede a extinção do problema e proporciona a disseminação do determinismo social.
Portanto, urge que os entraves tangentes à pauta da alfabetização como instrumento de democratização no Brasil sejam mitigados. É imperioso que o MEC, por intermédio dos projetos elaborados na Política Nacional de Educação e visando as camadas sociais mais pobres e necessitadas, promova a reconstrução do processo educacional de uma maneira que “converse” com o aluno, ou seja, que esteja dentro da sua capacidade de entendimento – isso por meio de aulas dinâmicas que envolvam aspectos do cotidiano e fatores interessantes aos alunos, tendo em vista conseguir o interesse destes em aprender -, mas que busque também ampliar os horizontes do conhecimento. Assim, o processo de aperfeiçoamento da educação defendido por Beccaria estará em andamento.
Daciane Luciene De Lima
Olá, achei sua redação excelente.
Sua redação apresenta uma vasta variedade de repertórios sociocultural.
Sua conclusão ficou excelente.
C1:200 (norma culta )
C2:200 (compreender a proposta de redação)
C3:200 (ter as ideias bem definidas e justificadas)
C4:160 (boa estrutura de parágrafos e períodos)
C5:200(elabora a proposta de redação para o tema abordado)
Nota final:960
( não sou profissional em correção de redação)
juliajuliajulia
Único erro notado foi a vírgula em “ao mesmo tempo, mais difícil”, acho que ela não se encaixa, não tenho certeza porque sempre tenho problemas com vírgulas.
Mas a meu ver, o restante do texto está impecável, boa argumentação, estrutura, coesão, coerência, repertório sociocultural e proposta de intervenção aplicável, completa e eficaz para o problema.
parabéns