Embora a Constituição Federal de 1988 assegure a livre locomoção no território nacional em tempo de paz como direito de todos os cidadãos, percebe-se que, na atual realidade brasileira, não há o cumprimento dessa garantia. Com isso, vê-se na contemporaneidade, uma violência urbana corriqueira, sendo resultado ora de uma falha atuação do corpo policial, ora reflexo de uma desigualdade social evidente.
É relevante abordar, primeiramente, que a ineficaz atuação das forças de segurança e um número insuficiente de agentes fazem com que o crescimento de tal violência seja sempre exponencial. Logo, sem que haja um eficaz combate ao crime organizado -visto principalmente em grandes e médias cidades-, responsável por diversos crimes urbanos, como o assalto, a população brasileira continuará vivendo com um sentimento de insegurança.
Outrossim, segundo Kant, “o ser humano é aquilo que a educação faz dele”. Desse modo, a indiferença do poder público para com aqueles que residem em áreas periféricas, deixando de os proporcionar direitos civis básicos como os de moradia, educação e trabalho, faz com que seja observado uma tendência dessas pessoas buscarem sua subsistência através do crime. Mostrando então que uma sociedade estratificada tende a “produzir” criminosos.
Portanto, é fundamental que aconteça uma reformulação das corporações policiais de todo o país, contratando mais profissionais para atender a alta demanda, além de modificar o treinamento dos mesmos, para que tais gentes sejam capazes de frear a violência urbana. Ademais, segundo Milton Santos, no texto “Cidadanias Mutiladas”, a democracia, necessária para a fundamentação cultural do indivíduo, só é efetiva quando atinge a totalidade do corpo social. Assim sendo, é dever do Governo Federal destinar verbas para propiciar, em áreas periféricas, a garantia de direitos como os de moradia e educação, além de atuar em parceria com o Ministério do Trabalho para, através de propagandas publicitárias, fomentar a contratação dessas pessoas, ampliando seus olhares para além da margem do crime.
Mirellecm
Você trouxe informações bem relevantes, sua estrutura está boa, poderia trazer mais conectivos ao longos dos parágrafos e não so no começo deles, a sua conclusão ficou grande, maior do que o desenvolvimento e isso é ruim, visto que na conclusão é mais para você trazer uma solução e não tem muita informação, porque se torna algo cansativo de ler, fora isso, ta muito bem escrito.
David017
C1 – 160
“que, na atual realidade brasileira, não há o (pleno) cumprimento dessa garantia. Com isso, vê-se na contemporaneidade, (vírgula incorreta) uma violência urbana corriqueira,”
“deixando de os proporcionar direitos”, prefira “deixando de lhes proporcionar os direitos..”
“através do crime. Mostrando..” você cortou o período, prefira: “através do crime, mostrando..”
C2 – 120
Seu segundo parágrafo foi feito por suposições, você não apresentou um dado que mostre a ineficaz ação policial.
Sua segunda citação sobre Kant não foi bem utilizada pois parece que você ia falar especificamente da educação, mas não fez isso. Se ia falar da desigualdade e da falta de direitos em geral (não só educação), traga uma citação que trate disso (como as de Zygmunt Bauman).
C3 – 120
Uma dica: as linhas importam muito no ENEM. Sua conclusão ficou muito grande comparada ao desenvolvimento, e estes devem ser maiores que a introdução e conclusão. Seu desenvolvimento, se for pequeno, é considerado pelo corretor como “embrionário” e você perde pontos.
Seu terceiro parágrafo foi bom mas faltou o tópico frasal. Não comece o parágrafo com uma citação, mas sim com uma introdução. Um exemplo de começo: “Outro ponto conveniente (em segundo plano, em segunda análise, etc..) é que a gritante desigualdade social tende a agravar a problemática.” Depois você explica por que.
Faltou uma generalização também, uma vez que o tema é um problema de todas as regiões do Brasil.
C4 – 180
Você utilizou “outrassim” incorretamente, pois parece que você vai continuar falando do mesmo assunto do primeiro parágrafo. Prefira: além disso, em segundo plano…
Acho que fora isso seu texto foi coeso.
C5 – 160
Uma dica para diminuir sua conclusão e não deixá-la maior que o desenvolvimento é retirar a citação de Milton Santos. Você não precisa mais se justificar no último parágrafo, apenas apresentar a proposta. E não precisa apresentar tantas propostas, o ENEM avalia apenas uma; é melhor deixar apenas uma completa do que 3 incompletas.
Na primeira proposta, você não responde ‘quem’, e nem dá o detalhamento.
“Portanto, é fundamental que aconteça uma reformulação das corporações policiais de todo o país, contratando (quem vai contratar?) mais profissionais para atender a alta demanda, além de modificar o treinamento dos mesmos, (modificar o que? como?) para que tais gentes sejam capazes de frear a violência urbana.”
Na segunda faltou detalhamento:
“é dever do Governo Federal destinar verbas para propiciar, em áreas periféricas, a garantia de direitos como os de moradia e educação, (como? Você deixou muito superficial)” Aqui parece outra proposta:
“além de atuar em parceria com o Ministério do Trabalho para, através de propagandas publicitárias, fomentar a contratação dessas pessoas, ampliando seus olhares para além da margem do crime.” Não vejo como propagandas diminuem o desemprego. Você poderia trazer a criação de cursos profissionalizantes por exemplo, que é uma medida bem mais efetiva.
Você escreve muito bem, só aconselho que treine o que eu citei. Valeu!
madriele03
Nota 01 – 160 – demonstra bom domínio da norma padrão, apresentando poucos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita.
Nota 02 – 200 – desenvolve muito bem o tema proposto, explorando os principais aspectos.
Nota 03 – 160 – seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto de forma consistente, o que configura autoria.
Nota 04 – 200 – demonstra pleno domínio dos recursos coesivos, articulando as partes do texto sem apresentar inadequações na utilização desses recursos.
Nota 5 – 120 – elabora uma proposta de intervenção relacionada ao tema, porém, pouco articulada à discussão que foi desenvolvida no texto.