A desigualdade na sociedade.

Quando se fala sobre a desigualdade no contexto vigente de nossa sociedade, é necessário admitir o descaso da própria população e das Instituições – governamentais ou privadas – pertinentes, as quais não buscam alterar a situação precária de intolerância e desrespeito à diversidade existencial, uma vez que são fatores que corroboram a desigualdade numa sociedade. Essa problemática persiste no cenário atual em virtude de raízes históricas e do fenômeno globalização.

Nesse sentido, é fundamental refletirmos acerca do impacto advindo da herança cultural de nosso país, já que o Brasil tem um histórico de discriminação e falta de conscientização no que diz respeito ao apoio à igualdade, social ou econômica. Para o antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro, o Brasil, último país a acabar com a escravidão, tem uma perversidade intrínseca à sua herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade, de descaso. Assim, pode-se concluir que o preconceito e a diferenciação incutem nas esferas econômica e social de um país ou nação, visto que uma sociedade que não apoia a diversidade, torna-se fechada em si mesma, insuscetível de desenvolver-se e mudar para melhor.

Ademais, o fenômeno globalização tem papel crucial na intensificação da desigualdade não só nacional, mas também mundial. A globalização trouxe rápidas e profundas mudanças sociais, econômicas e políticas; com isso, o Brasil não estava preparado, econômica e estrututalmente, para lidar com as sucessivas alterações no seu quadro de atuação e desenvolvimento. Em decorrência disso, o Estado brasileiro não conseguiu distribuir equitativamente a renda captada à população, o que culminou no aumento da desigualdade nacional, pois não há suporte adequado do Poder Público nem das Organizações afins.

Desse modo, tem-se a necessidade de maior atenção ao problema da desigualdade no âmbito de uma comunidade que ainda não o compreende. Por conseguinte, exige-se a atuação mais efetiva do Estado na criação de programas e políticas de intervenção, a fim de mudar essa realidade vigente e fomentar uma população consciente. Além disso, Instituições de ensino como escolas e universidades podem formar uma rede de debate e colaboração, por meio de projetos, palestras e campanhas, utilizando-se das mídias sociais, com vistas a atingir um maior contingente de pessoas engajadas na luta pela igualdade, seja ela qual for, e pela inclusão social, sem distinções de qualquer natureza.