“As mulheres nascem com dor embutida”. Essa frase é pano de fundo da série televisiva britânica “Fleabag”, a qual, ao apresentar um desabafo entre duas amigas sobre as dores de ser mulher, propôs uma reflexão acerca dos incômodos do feminino, desde a dor do parto até a desigualdade de gênero. Sob esse viés, é nítido que tal estigma ainda encontra-se cristalizado na sociedade hodierna, já que o machismo persiste no comportamento coletivo, agravando esse quadro. Ademais, é preciso entender o papel das raízes patriarcais na construção dos preconceitos, bem como a disparidade entre os sexos na conquista dos espaços.
A princípio, nota-se que o histórico de desigualdade de gênero vai ao encontro do patriarcalismo fundamentado desde a Colonização. Nesse sentido, de acordo com o livro “Casa Grande e Senzala”, de Gilberto Freyre, a base da sociedade brasileira é a família patriarcal, cujo pai é o protagonista e seu dever é sustentá-la. Desse modo, tal hierarquização coloca o homem em situação de poder de modo a determinar a submissão da mulher diante de suas vontades, o que tem afetado a emancipação do papel restritivo de dona de casa, responsável pelas atividades domésticas e por cuidar dos filhos, como mostrado no seriado The Donna Reed Show.
Por conseguinte, há pouca representação feminina além dessa função – fato que enfraquece o princípio da igualdade no mercado de trabalho. Prova disso é a situação narrada por Pitty, em “Desconstruindo Amélia”, na qual a cantora expressa a diferença salarial entre a personagem e o namorado, pois, embora esta tenha posse de um mestrado, sua renda é menor. Nesse viés, seja pelo desinteresse em contratar mulheres, seja pelo pouco amparo por parte dos empregadores em casos de licença-maternidade, o machismo ecoa em tais espaços de forma a perpetuar o preconceito e acentuar as disparidades de gênero, pagando mais aos homens e distanciando a figura feminina do senso de pertencimento.
Portanto, medidas são necessárias para reduzir a desigualdade de gênero na sociedade hodierna. Destarte, o poder público deve criar medidas que fiscalizem a discrepância de salários entre os gêneros nas empresas, por meio da atribuição de uma multa àqueles que não cumprirem com os anseios da Constituição. Tais medidas deverão ser acompanhadas de reuniões mensais com especialistas que tratem do respeito às mulheres no ambiente de trabalho, bem como da desconstrução de preconceitos impregnados pelo patriarcado, a fim de formar uma sociedade mais igualitária. Assim, a dor feminina denunciada por Fleabag poderá ser amenizada.
A desigualdade de gênero na sociedade hodierna
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Ricardo-Filho
Olá Harmon.
A priori, faz-se necessário o destaque na forma de como a aluna aborda o tema, pois tal perspectiva demonstra que a mesma, têm domínio sobre o que está sendo falado no padrão dissertativo. Seus docs aludem a uma visão crítica e com um rico repertório cultural, dando veracidade aos seus argumentos, e contextualizando os mesmos ao tema. No entanto, também deve ser analisado a organização do texto, que não apresenta margens nem tampouco parágrafos, acredito que tenha passado por despercebido. Ademais o uso de conectivos junto aos argumentos, tal mecanismo no 2ª parágrafo não deixaria o seriado tão solto, acredito que ele não agregou ao seu texto. Por fim, parabenizo pelo produção atribuindo a seguinte nota: *960*.
Comp. 1: 200
Comp. 2: 180 (Devido a ausência do conectivo já esclarecido)
Comp. 3: 180 (Devido a organização do texto)
Comp. 4: 200
Comp. 5: 200
nicolasgg
oieeee!!!
Sua redação está incrível!!! amei seus repertórios, mas acredito q no seu segundo paragrafo a utilização de ” The Donna Reed Show.” n é tão pertinente assim, tendo em vista a falta de contextualização do mesmo. Fora isso, amei sua proposta de conclusão!!! como usou da retomada de sua primeira citação é incrível!!! Porem acredito q seria penalizada pelo agente indefinido “poder público” !!! parabéns!!!!