A democratização do acesso ao cinema no Brasil – Enem 2019

Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que a democratização do acesso ao cinema na sociedade brasileira apresenta barreiras, as quais dificultam a concretização dos planos de More. Esse cenário antagônico é fruto tanto da urbanização acelerada, quanto das mudanças tecnológicas. Diante disso, torna-se fundamental a discussão desses aspectos, a fim do pleno funcionamento da sociedade.

Em primeira análise, vale ressaltar, que a urbanização acelerada corrobora a problemática. Nesse cenário, conforme a Ancine, Agência Nacional do cinema, havia quase 3300 salas em 1975, 80% em cidades do interior. No entanto, percebe- se a falta de investimentos em infraestrutura urbana no descaso do Poder Público como, por exemplo, o fato de que o Brasil é apenas o sexagésimo pais na relação habitantes por sala comparado a outros países. Logo, evidência-se a necessidade do desenvolvimento de medidas mais eficazes, pelo Governo, que mitiguem esses desafios.

Além disso, as mudanças tecnológicas têm sido uma constante na sociedade contemporânea. De acordo com Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é a característica da “modernidade líquida” vivida no século xxi. Diante de tal contexto, surgem novas necessidades e, por consequência, novas formas de supri-las através das inovações e descobertas. Essas mudanças alteraram a geografia do cinema, privilegiando as áreas de renda mais alta e excluindo populações inteiras, como: o Norte e o Nordeste, as cidades do interior e as periferias. Com isso, demonstra- se a essencialidade do conhecimento no combate à acessibilidade ao cinema em igualdade para todos.

Portanto, a democratização do acesso ao cinema é um problema que aflige a sociedade brasileira e precisa ser mais bem combatido. Para isso, faz- se imprescindível que o Ministério da Educação e da Cultura, por intermédio do investimento em infraestrutura urbana e da redução dos custos para o consumidor de baixa renda, incentivando, então, a cultura mais democrática. Além disso é responsabilidade da Ancine, estabelecer um canal de comunicação mais afetiva com o telespectador, por intermédio de aplicativos e redes sociais interativas, para que denúncias e reclamações possam ser ouvidas e atendidas. Como efeito social, a democratização do acesso ao cinema no Brasil, será uma realidade. Assim, a sociedade perfeita, como relata a obra “Utopia” de Thomas More, será concretizada.

OBS: Está grande porque eu escrevi na folha de redação e passei para o bloco de notas, pois aqui não aceita fotos. E não irei mudar o repertório, pois já me adaptei a ele.