O sociólogo polonês Zygmunt Bauman afirma numa de suas obras que “a cultura é inimiga natural da alienação”. Sendo assim, o cinema, que é um meio de expansão da cultura sendo ele mesmo elemento cultural, age como impulsionador do senso crítico e inimigo do alheamento. Desta forma, deveria ser acessível a todos – o que parece cada vez mais distante no Brasil – uma vez que o status quo é excludente, e os cinemas deveriam ser um meio de entretenimento para a sociedade mais pobre.
Na mesma obra citada, Bauman propõe a reflexão sobre como as instituições são propagadoras de um modo de ser e pensar de acordo com a classe dominante. Isso produz uma padronização nas formas de agir e pensar o mundo que produz alienação, uma vez que torna-se quase proibido questionar esse modelo de vida, e quem o questiona é severamente hostilizado, ação esta que deveria ser repudiada numa sociedade democrática.
No Brasil a grande maioria das salas de cinema está concentrada em grandes centros urbanos. Cidades do interior raramente dispõem do recurso e quando o dispõem preços muito altos são cobrados, afastando as populações mais vulneráveis dos filmes. O longa metragem “Cinema Paradiso” ilustra bem essa realidade das cidades pequenas, uma vez que seu roteiro concentra-se num cinema que chega a uma cidade do interior da Itália e torna-se o grande entretenimento de lá, levando um personagem a tornar-se cineasta, ilustrando por isso, mais uma vez, uma realidade real, já que por falta de entretenimento de qualidade no interior é ceifada das crianças a perspectiva de grandes realizações profissionais no futuro.
Por tudo o elencado, é necessário que o Ministério da Cultura volte seu incentivo para a Ancine – Agência Nacional do Cinema – destinando mais verbas para que juntos possam melhor distribuir o cinema pelo país, construindo salas inclusivas de audiovisual, empregando nesses locais jovens aprendizes para que mantenham-se longe de coisas prejudiciais ao seu desenvolvimento. Para isso criar-se-á o projeto “Audiovisual para todos” donde parte da verba venha de impostos cobradas a grandes empresas. Desta forma, cultura e desenvolvimento estariam lado a lado, combatendo a alienação, e ratificando a afirmação de Bauman.
nicolefrison
Ótimo! Você traz referências socioculturais diversas, compõe o texto com tese, desenvolvimento e conclusão coerentes, bem escritas e esclarecedoras.
As únicas ressalvas são na conclusão, quando você cita o Ministério da Cultura como agente, quando ele não existe mais. Atualmente, o órgão se transformou em Secretaria da Cultura, uma pasta que diz respeito ao Ministério da Cidadania. Além disso, há o uso do termo “criar-se-á”, que indica uma certeza. Nesse caso, acho que caberia melhor um modo verbal indicativo de suposição ou opinião.
Em geral é um texto muito bom, parabéns!
lavinia.costa
INTRODUÇÃO: Ótima introdução. ARGUMENTO 1: Ao começar um argumento você pode usar conectivos como : em primeira analise, em primeiro lugar.. e ao fazer um detalhamento usar conectores como: DIANTE DISSO, NESSE SENTIDO, NESSA PERSPECTIVA … ex:(EM PRIMEIRA ANÁLISE, na mesma obra citada, Bauman propõe a reflexão sobre como as instituições são propagadoras de um modo de ser e pensar de acordo com a classe dominante. NESSA PERSPECTIVA, isso produz uma padronização nas formas de agir e pensar DO mundo..) faltou também você incluir o que foi pedido no tema. ARGUMENTO 2: Ao começar seu segundo paragrafo de desenvolvimento você pode usar conectivos como: em segunda análise, em segundo plano… ex: (EM SEGUNDA ANÁLISE, no Brasil a grande maioria das salas de cinema está concentrada em grandes centros urbanos. DIANTE DISSO, cidades do interior raramente dispõem do recurso e quando o dispõem preços muito altos são cobrados, afastando as populações mais vulneráveis dos filmes. SOB ESSE VIÉS, o longa metragem “Cinema Paradiso” …) CONCLUSÃO: Ao começar uma conclusão aconselho usar conectivos como: PORTANTO, CONTUDO… ex:(PORTANTO, é necessário que o Ministério da Cultura volte seu incentivo para a Ancine – Agência Nacional do Cinema – destinando mais verbas para que juntos possam melhor distribuir o cinema pelo país. ADEMAIS CONSTRUIR salas inclusivas de audiovisual, empregando nesses locais jovens aprendizes para que mantenham-se longe de coisas(QUE TIPO DE COISAS?) prejudiciais ao seu desenvolvimento. OUTROSSIM, criar o projeto “Audiovisual para todos” NO QUAL parte da verba venha de impostos COBRADOS DE grandes empresas. Desta forma, cultura e desenvolvimento estariam lado a lado, combatendo a alienação, e ratificando a afirmação de Bauman. (DICA: não use a palavra “onde” para fazer retomadas com isso você pode perder 40 pontos. Use no lugar dele: no qual, em que). Dos 5 elementos para se alcançar os 200 na competência 5 ( ação, agente, modo/meio, efeito e detalhamento) sua conclusão faltou um pouco mais de detalhamento retomando aos seus argumentos e o efeito disso tudo. Espero ter ajudado, se eu estiver errado em algo me desculpe e me fale. obrigada!
Sofia De Lemos Giló
Bom eu sou só uma estudante, só falarei o que me parece conveniente pelo que estou aprendendo durante minha vida letiva e minha rotina de redação .
•Vc tem um ótimo domínio da escrita formal
• conhece as estruturas da redação
• Diminua o tamanho dos tópicos frasais, para que seja mais direto.
• Senti que vc deu duas intervenções mas na segunda intervenção não nomeou mais um agente