A cultura da erotização infantil

A série francesa, ‘’Lindinhas’’, foi acusada de erotização infantil ao retratar a história de uma menina de 11 anos que quer se libertar da criação conservadora e entra para um grupo de dança com outras três meninas, também menores de idade. De maneira análoga a obra cinematográfica, a erotização infantil pula etapas importantes de desenvolvimento e traz diversas consequências graves. Pode-se, portanto, analisar como efeitos de tal problemática o: a pressão estética e o reforço a cultura do estupro.

Em primeira análise, evidencia-se, que muitos conteúdos midiáticos, vestuários, desenhos e brinquedos voltados às meninas na ideia de cultivo à beleza como algo inerente ao feminino, são grandes responsáveis por esse conflito.  Pode-se citar como conteúdo direto da mídia as animações japonesas, que geralmente retratam garotas consideradas ‘’padrão’’ com traços infantis e comportamentos sexuais, logo, fica nítido que as estes meios não se atentam à vulnerabilidade dos seus espectadores, disponibilizando conteúdos impróprios e irrelevantes na constituição do sujeito que está em formação, em especial, as crianças, os quais, desde cedo, estão expostos às informações midiáticas. Uma vez que é leviano negar que as crianças não possuem senso crítico para avaliar o impacto de tal influencia em suas vidas, consequentemente, irão reproduzir ou se espelhar no que foi visto por elas. Em vista dos fatos apresentados, é preciso um esforço nacional para mudança desse quadro.

Em segunda análise, é imperativo pontuar que diariamente crianças e adolescentes são abusados sem qualquer chance de se defenderem, uma vez que o agressor demonstra força, fazendo com que a vítima venha se sentir inferior, ou seja, com total fragilidade. Além disso, sexualização precoce pode criar um desejo por meninas que forma um mercado para pornografia e exploração sexual de crianças. Isto é, ao retratar a infância como algo que pode ser ‘’sexy’’, a cultura acaba por naturalizar práticas como abuso, violência e comportamentos machistas, onde tais atos bulam as normas descritas no Código Penal e Estatuto da Criança e do adolescente. Nesse sentindo, observa-se o quão preocupante é a questão da erotização precoce e suas grandes consequências.

Portanto, diante dos fatos apresentados, é inegável que medidas precisam serem tomadas para diminuir tamanha problemática. Posto isso, cabe ao Governo Federal – Esfera dos Três Poderes – elaborar leis que proíbam conteúdo de cunho impróprio ou que sexualizem as crianças em TVs abertas em todos os horários. Deve ainda, fiscalizar e aplicar punições severas na violação dessas leis, para que se tenha maior controle do que a massa de crianças está tendo contato. Ademais, é dever Ministério da Educação tornar realidade o debate e palestra sobre educação sexual nas instituições de ensinos, com o objetivo de que a criança conheça os limites do próprio corpo, uma vez que é fundamental para se defender contra o abuso sexual.