A crise na educação pública brasileira

As disparidades no contexto escolar entre escolas privadas e públicas são evidentes, uma vez que as propostas pedagógicas de ambas são distintas e as respectivas verbas recebidas por cada uma distoam em direcionamento e proporção. A maior problemática, então, partindo desse ponto de vista, é a defasagem educacional nas escolas estaduais devido a problemas estruturais, como a falta de materiais e tecnologias necessários para um pleno aprendizado e também, posteriormente, como desdobramento de tais disparidades, na grande dificuldade de ingresso e permanência destes estudantes em instituições de ensino superior.

 

Em primeiro plano, vale citar influenciadoras digitais como Nataly Néri e Gabi Oliveira que, por meio de seus respectivos canais de comunicação, comentam e relatam suas vivências enquanto pessoas que estudaram em escolas públicas e que, em dado momento, ingressaram, com relativa ou integral dificuldade, em universidades. A partir de tais relatos, pode-se perceber que há enormes falhas no sistema educacional brasileiro por não haver uma preparação adequada dos estudantes para processos seletivos e vestibulares, contribuindo para a permanência de ciclos viciosos prejudiciais à modificação da realidade vigente.

 

Desta forma, nota-se a necessidade, provisoriamente, da adoção do sistema de ações afirmativas para estudantes de escolas públicas, possibilitando um processo minimamente justo entre tais competidores no contexto dos vestibulares, como afirmado pela canção “Cota não é esmola”, de autoria da cantora Bia Ferreira. Observando-se, contudo, o surgimento de ondas “Anticotistas” e movimentos de contestação quanto à utilização deste direito civil, faz-se relevante uma intervenção governamental a fim de não só convocar a sociedade ao comportamento empático, mas também de desenvolver o ambiente escolar.

 

Sendo assim, cabe ao Ministério da Educação e Cultura e à Secretaria da Educação, a função de promover palestras e debates em escolas e universidades públicas, ministradas por antropólogos e cientistas sociais, objetivando esclarecer e apontar à sociedade a importância da utilização do sistema de ações afirmativas e de um ambiente estruturado e planejado para uma boa formação educacional de estudantes. E cabe, ainda, à Secretaria da Educação, a urgência do processo de redação de materiais didáticos aprofundados e completos aos estudantes para que haja a possibilidade de uma imersão segura e pertinente nos estudos.