O filosofo Aristóteles acreditava que a forma mais elevada de convívio humano somente pode ser alcançada através do Estado. Diante disso, vimos que o supracitado se conecta à importância do voto consciente para a construção mais harmônica de nossa sociedade, visto que o direito mencionado só será conquistado diante a consciência eleitoral. No entanto, o descaso e a desinformação para com as eleições só evidencia a desvalorização da dignidade humana e das lutas históricas para conquistar tal direito.
Primeiramente, vale mencionar: “Quem sabe faz a hora, e não espera acontecer”. O trecho do hino contra o regime ditador “Cantando” é visto como um apelo à ação e à união do povo brasileiro. Acerca disso, mesmo com anos de lutas populares afim da inserção do direito ao voto por todos os grupos sociais, hodiernamente, no Brasil, o descaso com a cédula eleitoral é vista, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, a partir do aumento exacerbado de votos nulos; o mesmo adverte que tal ação deslegitima o processo eleitoral, visto que, quanto maior a quantidade de votos nulos, menor a necessidade de votos válidos para eleger um candidato. Tal ação só evidencia a indiferença da nação para com sua própria história.
Ademais, somente a valorização do conhecimento é capaz de acabar com a desinformação perante as cédulas eleitorais. Nesse sentido, é importante priorizar a pesquisa como a principal arma a favor do voto consciente. De acordo com o Centro de Estudos e Opinião pública da Unicamp, cerca de 44% dos brasileiros, em 2018, não se recordavam em quem haviam votado em menos de um mês após a eleição, evidenciando um negligenciamento perante a escolha de candidatos, “podendo ser qualquer um”, ignorando a ideia aristotélica de que, para sermos felizes devemos ser, entre outros, responsáveis e pesquisadores.
Portanto, faz-se imprescindível a busca de soluções para a problemática. As escolas -responsáveis pela transformação social- devem estimular a população a solicitar melhorias em relação ao voto consciente por meio de projetos, palestras e atividades que envolvem o responsável da criança ou adolescente como palestras, aulas e ações comunitárias capazes de mobilizar o Estado e a sociedade. Tal iniciativa terá a finalidade de garantir as felicidades preditas por Aristóteles e levar o Brasil a uma convivência elevada e harmônica.