Tema: A problemática do preconceito linguístico na sociedade brasileira
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Desde o período colonizatório, no Brasil, houve a instauração de um sentimento de superioridade linguística dos portugueses em relação aos indígenas. No entanto, na contemporaneidade, esse preconceito não se mostra recorrente apenas entre povos distintos, como se faz presente entre indivíduos de um mesmo povo, seja por motivos regionais ou mesmo econômicos. Criando, assim ,uma grande problemática discriminativa nessa comunidade que trás consigo a exclusão social e a privação de inúmeros direitos.

O filme “A hora da estrela”, baseado no romance de Clarice Lispector, trata da historia de Macabéa, uma jovem nordestina órfã de mãe e pai que vai para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida. Por não ter, ao longe de sua vida, acesso correto à educação, a jovem passa por inúmeras dificuldades no trabalho, devido ao fato de não escrever de acordo com as regras gramaticais impostas, até chegar ao momento de perder seu trabalho por essa questão. A obra, apesar de contar uma história fictícia, retrata bem os desafios que são enfrentados pelas pessoas semianalfabetas ou que não se encaixam nos padrões linguísticos que são estabelecidos. E que, em muitos casos, são ocultadas dessa sociedade: sendo excluídas das vagas de trabalho, em processos seletivos educacionais ou mesmo em círculos sociais.

De acordo com o filósofo inglês John Locke, os indivíduos devem possuir acesso inalienável a direitos naturais, que seriam: vida, igualdade e propriedade. Entretanto, é perceptível que o segundo direito mencionado não vem sendo oferecido em sua excelência, já que o preconceito ainda impera fortemente entre esses indivíduos, fazendo com que eles divirjam e se distanciem. Tais situações explicitam os déficits presentes na educação brasileira e na ação mais direta do estado em meio a esse contexto.

Diante do menciado anteriormente, se faz necessária a ação do Ministério da Educação em concomitância com as redes educacionais no oferecimento de palestras e investimentos em projetos que tratem sobre assuntos de variedade linguística e reafirmação da fala natural por parte dos povos. Aliado a isso, que o parlamento, juntamente com os governos estaduais e federais, exijam das empresas um percentual nas vagas de trabalho que são oferecidas, destinado para as pessoas analfabetas e semianalfabetas. A fim de estabelecer uma maior igualdade entre esses cidadãos e buscar a participação de todos na ordem social.