Sempre ao se analisar um fenômeno histórico e filosófico é de extrema importância conhecer o contexto ao qual está submetido, para entender suas motivações e características. Quando falamos a respeito das teorias socialistas, devemos salientar a sua intrínseca ligação a movimentos datados do final do século XVIII e início do século XIX. Esse período foi intensamente marcado por reflexos da Revolução Industrial, ascensão do capitalismo, do maquinismo e da burguesia, movimentos nacionalistas, defesa e crítica ao liberalismo, surgimento da classe proletária, agitações políticas, transformações econômicas, crescimento urbano, exploração trabalhista e injustiças sociais. Dessa forma, as teorias socialistas, neste contexto, passam a refletir a respeito da realidade social e da “ordem” injusta e imoral, colocando à prova, sobretudo, as convicções capitalistas e o individualismo burguês. Assim, a luta operária com protestos, reinvindicações por melhores condições de trabalho e salariais, luta contra a hierarquia industrial, formação de comitês, jornais e associações e desenvolvimento de uma consciência de classe, tem papel crucial no surgimento e na elaboração do pensamento socialista.
Teóricos como Owen, Saint-Simon, Fourier e Proudhon ficaram conhecidos pelo chamado socialismo utópico, alvo de críticas de Marx e Engels, formuladores do socialismo científico. O marxismo admite a importância do socialismo utópico para a concientização da classe proletária, mas suscita que ele não seria capaz de reverter as injustiças sociais e as explorações sofridas, por seu caráter paternalista (operariado seria a classe mais sofrida e o utopismo traria a “salvação”), conservador (operariado sem autonomia política e sem atuação revolucionária) e moralista (convencimento de que atitudes pouco abrangentes e fadadas ao fracasso poderiam exemplificar “o caminho a seguir”).

Texto bem produzido.
Pequena errata: “O filme “Confissões de Adolescentes” retrata um pai que lida com quatro filhas”, ao invés de “No”.
C1:160
C2:200
C3:180
C4:200
C5:180
– poucos desvios gramaticais
– intertextualidade assertiva
– proposta de intervenção bacana, voltada à conscientização