Cadastre-se gratuitamente para enviar suas redações para nossa comunidade!
Faça login para acessar a comunidade EscreverOnline
Esqueceu a senha? Vamos resolver isso :)
Perdeu a senha? Digite seu e-mail para receber um link para redefinir sua senha.
Obesidade infantil: uma questão de saúde pública
Mr.Crozma
309 palavras. Introdução clássica. Excesso de promessas dissertativas. Respaldo argumentativo suspeito. Necessidade de reorganizar a proposta. Problemas com pontuação. As redações nota mil costumam ter pelo menos 330 palavras, e eu acho completamente razoável uma quantidade de 12 palavras por linhaLeia mais
309 palavras. Introdução clássica. Excesso de promessas dissertativas. Respaldo argumentativo suspeito. Necessidade de reorganizar a proposta. Problemas com pontuação.
As redações nota mil costumam ter pelo menos 330 palavras, e eu acho completamente razoável uma quantidade de 12 palavras por linha – sua letra não fica tão necessariamente pequena e você também não precisará escrever tanto. De toda forma, como aventaram aqui, o número de palavras está até razoável para a quantidade de linhas que o Enem oferece.
Não há necessidade de demonstrar conhecimento no primeiro parágrafo. É necessário você conhecer a introdução clássica, para, na hora de um branco na prova, você ter essa saída de emergência. Lembre-se que você está ainda no começo dos seus estudos e o seu professor quer lhe oferecer alternativas.
Sobre usar a introdução por referência cultural, a ideia é garantir um texto-circuito, criando a imagem no começo e encerrando a mesma imagem no final. Nesses casos, eu acho até mais interessante usar um título. Se o professor insistir que faça a clássica, apresente-lhe um título e veja o que ele acha. Você não tem nada a perder testando possibilidades.
Ainda sobre a introdução, ela é uma promessa de texto, e a ideia dos 2 parágrafos argumentativos é oferecer mais espaço para você trabalhar as ideias que prometeu desenvolver. Eu anotei três ideias que você prometeu abordar, e uma delas acabou sendo pouco desenvolvida, o que te traz o risco de não ter os 200 na Competência 3, que fala do projeto de texto estratégico. O “estratégico” aqui é não deixar informações desenvolvidas pela metade.
Como em duas frases você pretende abordar de forma completa as ideias que tentou trabalhar no segundo parágrafo? Eu vou querer saber que “maus hábitos” são esses; quem são essas mulheres que não têm acompanhamento; por que não têm acompanhamento; e assim vai. Se você quer ser convincente, você tem que reduzir as promessas feitas no primeiro parágrafo, porque se fosse para desenvolver três ideias, seu professor recomendaria 3 parágrafos de desenvolvimento, e eu tenho certeza de que ele não recomenda.
A questão argumentativa é complicada de avaliar na sua fase de estudos, porque em tese o treino deve ser à semelhança da prova, com direito a cronômetro, folhinha-Enem e, claro, zero consultas. Então o natural é ter mais dificuldade na hora de mobilizar os argumentos, coisa que você pode não ter tido enquanto pesquisava sobre o tema.
Por ser mulher, talvez tenha alguma facilidade em falar sobre obesidade infantil, não sei, mas é muito difícil imaginar que vocês terão dados memorizados para o tema Enem. Pega os temas anteriores ao das doenças mentais e se imagine com um dado sobre educação para surdos, cinema, controle de dados… Foram temas difíceis de imaginar que os candidatos teriam dados, e ano passado ainda rolou uma pegadinha interpretativa: colocaram dados de depressão num tema sobre o preconceito e uma leva, no nervoso, ignorou a palavra estigma e foi vidrado nos milhões de depressivos como argumento. Ou seja, além de o repertório baseado em texto de apoio não ultrapassar os 120 pontos, agora parece que há a chance de tangenciar o tema se focar no dado do texto de apoio.
Apesar de tudo isso, a maneira como apresentou o terceiro parágrafo está irretocável, e ele sozinho já garantiria os 200 na competência 2, mesmo que o argumento 1 tivesse feito uso dos textos de apoio. O que a C2 quer é UM repertório com respaldo e com produtividade; o outro é construção de coerência. De preferência, o argumento mais forte vem no terceiro parágrafo, pela questão da progressão textual, algo que aparentemente foi feito.
Um último comentário estrutural vai para a sua conclusão, que não tem muitas pausas e você terá que arranjar uma maneira de separar os elementos da proposta sem se complicar com a pontuação. Isso significa lembrar que a conclusão tem um propósito de retomada da tese, de contextualizar a sua estratégia conclusiva por meio de proposta de intervenção, que é a tal da necessidade de um tópico frasal conclusivo. Além disso, avisar ao corretor de que está apresentando apenas um caminho das causas que explorou, estabelecendo aí uma justificativa para ter abandonado completamente o seu argumento mais forte na hora de propor.
Não estou aqui falando que você deve produzir duas propostas, mas arranjar uma maneira de tratar das duas na conclusão, pelo menos nessa etapa de transição para o parágrafo final, senão o terceiro parágrafo fica à deriva. Em outras palavras, você não quer ter pressa na conclusão. Vai fazendo pausas, apresentando, então, o tópico frasal, agente+ação+detalhamento, depois dá outra pausa, aí vem com o meio; mais uma pausa, efeito… Algo nesse sentido. Se você puder escrever em três frases, mais organizado ficará.
Abaixo, todos os erros de norma culta, e aqui peço a ênfase dos seus estudos na parte da pontuação, que realmente vão tirar os 200 de ti na C1 se não forem remediados.
Diante do constante aumento do índice de crianças e adolescentes com obesidade no Brasil e em outros países, torna-se necessária uma reflexão referente à obesidade infantil. Nessa perspectiva, é fundamental abordar os maus hábitos durante o período gestacional e a falta de fiscalização à alimentação e (1)a rotina das crianças nos primeiros anos de vida, visto que,(2) esses fatores agravam o problema e colaboram para o surgimento de futuras doenças cardiovasculares.
1 – Faltou paralelismo nessa ausência de crase;
2 – Vírgula depois de um “que” eu conto nos dedos, essa aqui não existe e é falta grave.
Primeiramente(1), vale ressaltar o impacto que os maus hábitos por parte das gestantes causam(2) na saúde dos bebês. Segundo o doutor Dráuzio Varella, mães que engordam demais durante a gravidez,(3) tendem a ter um risco 80% maior de gerarem filhos obesos. Nesse viés, constata-se,(4) a importância dos cuidados com a alimentação durante a gestação.(5) Dado que,(6) a falta de acompanhamento e instrução adequado nesse período,(7) proporciona que a criança tenha tendência ao sobrepeso e prejudica a sua qualidade de vida.
1 – A palavra “primeiramente” não existe – se é tolerada pelo Enem, não sei, já vi até em redação nota mil, mas segue não existindo;
2 – Problema de concordância: qual é o sujeito deste verbo?
3 – Não se recomenda usar vírgula separando o verbo do sujeito, mesmo quando este for gigante;
4 – Mais uma vírgula que eu não consigo entender, nem falando você faz essa pausa. Há que se lembrar de que o uso da vírgula é excepcional e possui regras que você conhecer para saber se põe ou não uma vírgula;
5 – Ponto final separando orações subordinadas é falta grave;
6 – Mais uma vírgula depois do “que” – estude bem quando aparecer o tema “orações subordinadas” no colégio;
7 – Outra vez um sujeito gigante sendo separado por vírgula do seu verbo.
Ademais, outro fator preocupante,(1) é a falta de fiscalização aos comportamentos nos primeiros anos da infância. Sabe-se,(2) que com a globalização, os meios de entretenimento, como a TV, e os alimentos calóricos e “fast-foods”, ficaram muito populares mundialmente. Por conseguinte, esses elementos tornaram-se presentes no modo de vida de muitas famílias. Dessa forma, em busca de alegrar os filhos e mantê-los ocupados durante a realização de tarefas, muitos pais acabam por não se atentarem com(3) a má alimentação e a(4) rotina sedentária das crianças, possibilitando o surgimento precoce de doenças(5) como(6) o diabetes e a hipertensão.
1 – Aqui não tem nem a desculpa do sujeito grande!!
2 – Agora apareceu do “que”? kkk. Bahh, não pode ser aleatório não hein!
3 – Atentar-se a algo;
4 – Faltou paralelismo;
5 – Faltou vírgula;
6 – Repetiu o “como” no mesmo parágrafo, ora, ora.
Portanto, infere-se que é essencial que o Ministério da Saúde crie medidas eficazes de acompanhamento à alimentação e(1) rotina das crianças, mediante a disponibilização e (2)exigência de pré-natal e(3) consultas pediátricas com instruções de boa alimentação e(4) hábitos saudáveis.(5) A fim de reduzir a taxa de crianças com obesidade, prevenindo o desenvolvimento de doenças futuramente e, consequentemente, melhorando sua qualidade de vida.
1 – Faltou paralelismo;
2 – Idem;
3 – Ibidem;
4 – Ibidem;
5 – Aqui não era pausa de ponto final não hein, mais uma falta grave.
Algumas questões deixei de abordar, apenas torcendo pra você ver nas suas aulas do colégio, bem como deixarei sem nota, mas já esclarecendo que não seria mil, como as colegas falaram, e, dependendo do critério, nem 900 seria, mas não que você esteja tão longe de uma nota boa. Claramente é uma boa aluna.
Se precisar de algum esclarecimento que deixei incompleto, você sabe onde me chamar.
See lessPrincipais desafios para a inclusão educacional e aceitação social da pessoa autista no Brasil (corrijam conforme o ENEM, obrigada! :))
Mr.Crozma
Texto com: 379 palavras, +30 desvios, 2 propostas, uso correto dos conectivos, boa organização textual, um repertório baseado em texto de apoio, algumas palavras destoantes, duas frases gigantes, muitos resumos e algumas estratégias argumentativas não tanto convincentes/produtivas. Vamos a ele. A CoLeia mais
Texto com: 379 palavras, +30 desvios, 2 propostas, uso correto dos conectivos, boa organização textual, um repertório baseado em texto de apoio, algumas palavras destoantes, duas frases gigantes, muitos resumos e algumas estratégias argumentativas não tanto convincentes/produtivas.
Vamos a ele.
A Constituição Federal de 1988, art. 6º, diz que é de direito social a assistência aos desamparados, tornando necessário o adminiculo(1) aos portadores de autismo. À vista disso, a inclusão educacional e (2)aceitação de autistas no Brasil deveria(3) ser de prioridade para o governo,(4) contudo(5) esse cenário não se faz presente nos dias atuais. Em suma(6) com a inoperância governamental, no que concerne ao transtorno de desenvolvimento, e(7) a falha no sistema acadêmico, faz-se necessário(8) medidas para resolver o impasse.
1 – Faltou o acento e é uma das palavras que pesam muito na avaliação da sua norma culta. “Se usa a palavra, deve saber usar vírgula”, e aí o corretor redobra a atenção;
2 – Faltou paralelismo: “a inclusão e A aceitação”;
3 – Concordância: deveriam;
4 – Prefira a pausa de ponto-e-vírgula aqui – estude essa matéria, ela pode te ajudar;
5 – Use vírgula após conjunções conclusivas e adversativas, com a exceção do “mas”;
6 – Idem;
7 – Faltou paralelismo: “com a inooperância e COM a falha”;
8 – Fazem-se necessárias. Quando apassivadora, a partícula “se” não torna o verbo invariável – ao contrário de quando é indeterminante do sujeito.
Em primeiro lugar, cabe ressaltar que a inoperância governamental é a principal catalisadora do problema, visto que o povo é influenciado diretamente pelas decisões dos mesmos(1). Existem regimentos como a Lei Berenice Piana – dando(2) auxilio(3) em necessidades básicas como(4),(5) saúde, educação e equidade de oportunidades – e o Estatuto da pessoa com deficiência(6), nos(7) quais garantem a proteção e a inserção de pessoas com TEA (transtorno do espectro do autismo) no meio social,(8) entretanto(9) esses preceitos não isentam a responsabilidade do poder executivo(10) de atuar publicamente, buscando tornar o assunto supracitado digno de conscientização. Em resumo, fica(11) exposta a despreocupação dos tais(12), no que tange a(13) problemática.
1 – Dos “mesmos” quem? Ah, e sabia que “mesmos” só pronome relativo na oralidade? Pois é, evite este termo;
2 – Evite o “dar” – oralidade ou generalidade;
3 – Faltou acento;
4 – Repetição do “como”;
5 – Sem essa vírgula; no máximo um dois-pontos;
6 – Estatuto da Pessoa com Deficiência;
7 – Os quais garantem;
8 – Prefira o ponto-e-vírgula;
9 – Use a vírgula depois da conjunção adversativa;
10 – Poder Executivo;
11 – “Fica” tem o mesmo problema do “dá”;
12 – Dos “tais” quem? Cê sabia também que algumas palavras que são elementos da frase-tema têm as suas repetições toleradas ao longo do texto? O enem entende que repeti-las é aceitável, já que os alunos podem estar com medo de fugir do tema;
13 – No que tange À problemática.
Paralelamente,(1) ao descaso das esferas educacionais nessa questão, é fundamental o debate acerca da aversão ao grupo em pauta, decerto que a exclusão acadêmica é o maior dos problemas a ser comentado. Segundo Pitágoras, filosofo(2) grego, autor da frase “Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens”,(3) consequentemente(4) se a temática fosse presente em aula(5) a exceção subsistiria. Em consonância, é imprescindível que a ignorância da população, incluindo também a discriminação, decorrem(6) da falha pedagógica. Dessa maneira, é inadmissível que, em pleno século XXI, esse revés persista relutante no cenário nacional.
1 – Vírgula indevida;
2 – Faltou acento;
3 – Pausa de ponto final, não de vírgula;
4 – Faltou vírgula;
5 – Idem;
6 – Se você separa um sujeito do outro sujeito com uma vírgula e expressões como “bem como”, “incluindo”, entre outras, seu sujeito não é composto.
Destarte, para que ocorra a inclusão educacional e aceitação social da pessoa autista no Brasil, é preciso que o Poder Executivo, em parceria com o Ministério das Comunicações, promova campanhas de descortino, por meio das redes sociais como,(1) Instagram, Twitter e Facebook, de maneira a garantir que os regimentos,(2) acerca do TEA,(3) façam-se conhecidos por todo o povo brasileiro. Ademais, cabe as(4) Secretarias de Educação de cada estado fomentar cursos profissionalizantes aos professores e implementar aulas extras aos alunos, por intermédio de doutores especializados no assunto(5) com finalidade de formar crianças e jovens em(6) cidadãos respeitosos e conscientizados.
1 – Vírgula indevida;
2 – Idem;
3 – Ibidem;
4 – Faltou crase;
5 – Faltou vírgula;
6 – Transformar em ou formar como.
——————————————————————— Considerações
Você ainda tem muito tempo até o seu Enem. A redação Enem é uma prova muito tranquila, e sinto que você precisa mais é focar na norma culta, porque o 200 na C1 significa que o texto tem, no máximo, 2 desvios.
O repertório baseado em textos de apoio limitam a nota da competência 2 a 120. Então, não aposte nos textos de apoio para ter os seus argumentos. Além disso, sugiro que estabeleça uma conexão mais forte entre os seus repertórios e a tal da discussão, para gerar uma produtividade confiável.
Pitágoras está falando em punições: o que punições tem a ver com a discussão proposta?
E daí que a Constituição diz que há o direito à assistência social?
São essas algumas das relações que o texto merecia estabelecer para ser efetivamente considerado “estratégico”. Enquanto eu puder fazer perguntas relevantes, seu projeto de texto terá alguma falha acima do permitido.
Você escreve duas propostas, e eu sugeriria escrever uma só. Seja pelo tempo, pela quantidade de linhas, pelo tamanho da letra 0.7 que você vai ter que usar para encaixar 380 palavras, a proposta menos completa não ajuda tanto aqueles que sabem o que estão fazendo. O corretor só quer ver uma proposta que tenha sentido com o que você argumentou, ele não quer a solução de todas as causas que você propôs.
Evite “em suma”, “em resumo”: o leitor não quer ler duas vezes a mesma coisa se você escreveu bem o que veio antes.
Aqui, outro ponto: manere no tamanho das frases. Quando passar de 2 linhas, desconfie que começou a ficar grande demais – e aí vai vir aquele erro de pontuação, um outro de concordância, você pode perder a linha de raciocínio, os espaços para diversificar os conectivos diminuem, você começa a sentir a necessidade de gerundismo… Enfim, evite as frases gigantes.
Evite também palavras difíceis. Já apontei uma delas, mas o que eu quero dizer é que a competência 1 cobra demonstração de conhecimento nas técnicas de escrita, tais como o uso de frases invertidas, frases com oração subordinada, elipse, ponto-e-vírgula, hífen, essas coisas, porque quem escreve de maneira muito simples não pode tirar mais de 160 na C1, o que não significa que ser erudito ajude muita coisa – às vezes atrapalha você e o leitor. Sê leve.
Sem mais a acrescentar.
See lessBons estudos!
O aumento de homicídios entre os jovens brasileiros e seus fatores motivacionais
Mr.Crozma
Farei uma correção breve, pois não sei o que você já leu de mim. Poderia ter marcado com um voto positivo para eu ter uma referência do que não repetir. Atente-se para as frases longas. Você escreveu todos os parágrafos em frase única, o que cansa o leitor, aumenta as chances de você errar pontuaçãoLeia mais
Farei uma correção breve, pois não sei o que você já leu de mim. Poderia ter marcado com um voto positivo para eu ter uma referência do que não repetir.
Atente-se para as frases longas. Você escreveu todos os parágrafos em frase única, o que cansa o leitor, aumenta as chances de você errar pontuação e concordância, tira oportunidades de variar conectivos e te impede de tirar 200 na competência 1. O ideal é que cada frase ocupe no máximo duas linhas, o que é suficiente para fechar a ideia. Um bom exercício que sugiro é tentar identificar no seu texto em quais momentos está uma vírgula onde deveria estar um ponto final. Como há um problema generalizado de pontuação no texto, sigo o recomendado pela Milly e acrescento: faça exercícios.
Evite os gerundismos (ocorrendo, trazendo, dando). Eles não passam a melhor relação entre as orações que o escritor pretende ligar. O Gerundismo apenas transmite a sensação de continuidade, é genérico. Procure, portanto, ser sempre específica. Se é uma relação de causalidade, escreva um “já que”; se é de consequência, use um “consequentemente”; se é de conclusão, use um “portanto”, e assim por diante.
No Enem, você precisará usar dois conectivos que liguem parágrafos se quiser ganhar os 200 pontos na competência 4. O Enem espera mais que esses dois conectivos estejam no terceiro e no quarto parágrafos, sendo dispensável esse que foi pontuado pela Milly, apesar de ser bem-vindo sim.
Se a norma culta aparenta ser prioridade, acho que o senso crítico está aguçado. Apenas proponho que aumente a sua produtividade. Seu texto possui 250 palavras, o que dá aí algo em torno de 23, 24 linhas. Você quer escrever no limite, para fechar brechas argumentativas, questões que o corretor possa fazer ao seu texto sem receber resposta. Nessa linha de raciocínio, os dois parágrafos de desenvolvimento poderiam ter como desfecho uma consequência que de certa forma pudesse retomar a ideia do tópico frasal.
De toda forma, a sua prioridade de estudo deve ser a variedade dos recursos coesivos e a pontuação como um todo – incluindo a necessidade de escrever frases curtas -, porque isso tudo está travando o seu ótimo potencial dissertativo.
Milly foi generosa na nota. Competências 1 e 4 seriam 120.
Me privo de falar da proposta porque sei que a organização vai melhorar quando você se debruçar sobre os conectivos.
Bons estudos!!
See lessA educação financeira no Brasil
Mr.Crozma
Eu não vi a terceira temporada, mas acho que La casa de papel não é a melhor referência que temos para EDUCAÇÃO financeira. Pode discordar, mas aí vou querer detalhes, detalhes esses que talvez não caibam numa introdução. Meu conselho, então, é que você procure estudar formas de introdução. Talvez eLeia mais
Eu não vi a terceira temporada, mas acho que La casa de papel não é a melhor referência que temos para EDUCAÇÃO financeira. Pode discordar, mas aí vou querer detalhes, detalhes esses que talvez não caibam numa introdução.
Meu conselho, então, é que você procure estudar formas de introdução. Talvez esteja pensando primeiro no repertório pra só depois tentar cumprir a função que se espera daquele momento do texto.
“Pouco se fala sobre a educação financeira.” – essa é uma introdução clássica, que em nada te faz perder pontos no Enem porque você não tem necessidade de apresentar uma referência cultural ou intelectual em todos os momentos do texto.
Tudo o que eu quero dizer é: pense primeiro na função e, só depois, num possível repertório sociocultural que enriqueça o debate. Se não couber, não precisa ficar com peso na consciência, faz o básico, que é melhor do que ter uma parte do texto que não fecha as ideias, que não será explorada da melhor forma.
“Pois” é um tipo de conectivo chamado operador argumentativo. Ele se difere do “dessa forma” porque, enquanto este é inerte e passa a simples ideia de continuidade, aquele tem como intenção marcar um argumento – mais especificamente para ele, uma explicação. Os operadores argumentativos são esperados no desenvolvimento, e quando eles aparecem na introdução, isso pode gerar uma bagunça de ideias, sendo que o desenvolvimento tem esse espaço todo justamente para vc desenvolver melhor os seus argumentos. Considere, portanto, sempre estranhar quando colocar um operador argumentativo na introdução, pois ele pode estar trazendo uma frase que não será bem desenvolvida no texto.
Vejo que aprendeu a usar o tópico frasal e, logo seguida, fazer a explicação do tópico frasal, o que é perfeito em termos de estrutura argumentativa. Seus tópicos frasais argumentativos, no entanto, estão contrastando com o padrão dos tópicos frasais da introdução e da conclusão.
Provavelmente isso se deve à dificuldade de encontrar conectivos que lhe permitam o ponto final, e aqui eu te ajudo: “isso porque” é “uma razão para isso”. Necessariamente terá de fazer uso de um pronome demonstrativo, mas é de boa fixar os conectivos que vão pro seu texto, essa é uma parte mecânica que demanda bastante pragmatismo seu para alcançar os 200 pontos da C4.
Sobre as autoridades citadas, uma maneira de melhor conferir fluidez a essas citações é pensar as autoridades como causa da causa, prova da causa ou exemplo da causa. Quer dizer: sempre estabelecer uma relação de sentido entre a causa e a citação, para efetivamente demonstrar o propósito argumentativo da frase citada.
Digo isso porque não vi essa relação entre a educação ser transformadora do mundo e a educação financeira, vai transformar como? Que realidade? Enfim, esse tipo de conexão importa para a C3.
Por fim, não encontrei detalhamento na proposta. O detalhamento é uma informação a mais sobre qualquer um dos outros 4 elementos, e aí você tome cuidado para não ocupar espaço demais citando duas propostas, porque nenhuma delas multiplica a nota no número de agentes, ações e assim por diante.
O detalhamento costuma vir em forma de uma explicação a mais, de um exemplo, de uma contextualização ou de uma justificativa. Então escolha a melhor forma de detalhar que sirva a ti e não deixe de detalhar!
Se errei em alguma coisa, culpo o sono! Bora, doutora!
See lessO Bullying e o cyberbullying
Mr.Crozma
Vejo que você é uma aluna aplicada. Recebeu as críticas no texto anterior e fez as adaptações no mesmo dia. Talvez devesse indicar numa nota de rodapé das suas redações que elas são um trabalho do 8º ano, porque as exigências nesse grau não são equiparáveis às exigências do Enem. Observe que a fraseLeia mais
Vejo que você é uma aluna aplicada. Recebeu as críticas no texto anterior e fez as adaptações no mesmo dia.
Talvez devesse indicar numa nota de rodapé das suas redações que elas são um trabalho do 8º ano, porque as exigências nesse grau não são equiparáveis às exigências do Enem.
Observe que a frase-tema é bem diferente das frases-tema do Enem. O Enem faz aquilo para limitar o tema, coisa que o colégio não tende a fazer, pois quer ver a sua criatividade, o que vai em direção completamente oposta à do Enem.
Veja, o Enem é chato, ele quer um texto prevísivel, roteirizado, quase que mecânico. É só por isso que as redações-modelo funcionam, porque o Enem não se importa muito com a criatividade – pelo contrário, ele te obriga a propor uma intervenção (oxi, há diversas formas de concluir um texto, a conclusão propositiva é só uma delas) e, por essa razão, te obriga a defender uma posição muito específica, porque você não pode defender, por exemplo, que não há problema, ou que não há resposta para aquele problema.
Sendo assim, no seu lugar não há que se ter tanta preocupação com a forma, mas com as pesquisas que você fez e com o encadeamento dessas ideias que você ganhou ao fazer a sua pesquisa.
Nesse sentido, considero o Enem inútil como parâmetro para avaliar o seu texto e atribuo nota dez, pela qualidade da pesquisa que fez e pelo menos raríssimos erros de português.
Quando a sua intenção for treinar para o Enem, pratique a redação com temas estilo Enem, ou seja, temas fechados, temas que te direcionam a um certo tipo de abordagem, com aquela frase-tema que só o Enem sabe (leia-se: gosta) de dar.
Seja leve na escrita enquanto pode, é o melhor que eu tenho a dizer, por ora.
Meus parabéns pela dedicação, seu caminho para o Enem é brilhante!
See lessA cultura da paz em oposição à violência nas escolas.
Mr.Crozma
Suponho que o tema venha do Stoodi, e aqui já deixo os parabéns por não ter usado nenhum dos repertórios se baseando nos textos de apoio. Minha questão com o tema é que ele é um pouquinho amplo e pode exigir de você, quando opta pela restrição ao "bullying", que avise ao corretor que entendeu qual eLeia mais
Suponho que o tema venha do Stoodi, e aqui já deixo os parabéns por não ter usado nenhum dos repertórios se baseando nos textos de apoio.
Minha questão com o tema é que ele é um pouquinho amplo e pode exigir de você, quando opta pela restrição ao “bullying”, que avise ao corretor que entendeu qual era a dimensão do tema, mas que vai chamar a atenção dele para o bullying, pelos motivos que você desenvolverá nos parágrafos seguintes à introdução.
Da maneira como está escrita, não parece que o texto trabalha a “cultura” da paz. A dimensão do problema brasileiro é tão grande que professores devem ensinar as crianças a se abaixarem para não sofrerem com balas “perdidas”. Os professores, não raro, têm que lidar com alunos violentos e respondem de maneira igualmente violenta: humilhando o aluno menos dedicado em sala de aula, colocando o aluno em prova final por poucos pontos… Somando-se a isso, é claro, a não fiscalização de bullyings, assédios, brigas e assim por diante. Esse é um ciclo de violência bem amplo, e o corretor merece saber que você compreende a dimensão do problema.
Cuidado, portanto, com a leitura dos textos de apoio, como se, ao focar num deles, você estivesse garantindo a abordagem do tema, ponto de poder dispensar fazer uma análise da frase-tema e todos os seus elementos-chave.
Abaixo listo todos os erros que encontrei
De acordo com a teoria da tábula rasa(1) que foi desenvolvida por John Locke, todo ser humano é como uma tela que está em branco e que(2) somos(3) preenchidos por nossas experiências e influências. Seguindo essa ideia, considera(4) que qualquer prática adotada pela juventude que pratica(5) o “bullying” em escolas pode possuir origem no contexto familiar e social.
1 – Faltou a vírgula – estudar, se não entender, orações subordinadas adjetivas;
2 – Faltou paralelismo, não existe esse “que”. Observe como ficaria: todo ser humano é … e é preenchido;
3 – Aqui o problema não é não poder usar a 1ª pessoa do plural, como a Júlia sugeriu, mas por quebrar o paralelismo da frase. Gostaria que todos entendessem: não há pessoalidade/individualidade na coletividade;
4 – Quem considera? “Tu”? Se o sujeito desse verb fosse “ideia”, não estaria separado do verbo por vírgula – o “segundo” quebra a possibilidade de a ideia ser o sujeito;
5 – Praticar a prática… Não recomendado de escrever.
Antes de tudo(1), é necessário compreender que o âmbito escolar perde(2) seu poder social em um ambiente violento e desmotivador. Ou seja(3),(4) sua importância fundamental na transmissão de valores e conhecimentos é afetada diretamente com(5) as práticas de violência – popularmente conhecida(6) como “bullying” – o que acarreta(7) evasão escolar ou traumas físicos e psicológicos permanentes. Ademais, a prática de “bullying” cria uma cultura de violência que é posteriormente ensinada à geração futura, onde(8) o respeito e a tolerância não existem no ambiente escolar.
1 – Já corrigi um monte coisa, como assim antes de tudo? Pode pensando em outro;
2 – Comeu o artigo por quê?
3 – Você não quer, em trinta linhas, gastar uma frase dizendo a mesma coisa que a frase anterior porque não conseguiu explicá-la corretamente na primeira tentativa. Resumindo, você não quer usar o “ou seja” no Enem;
4 – Mais um artigo devorado…
5 – É afetada POR;
6 – Conhecidas;
7 – Pegadinha, essa você acertou;
8 – A geração futura não é um lugar, a não ser que o papo envolva física quântica.
Segundo o filósofo Pitágoras, pai do conceito de justiça, declarou: “Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos”. Analisado(1) a concepção do autor, é evidente que a falta de participação e preocupação familiar(2) é(3) uma(4) das causas desse problema, uma vez que a família é a base de valores que a criança em seus primeiros anos de vida tem contato(5) e que servirá de bússola norteadora de suas escolhas e ações na sociedade. Um exemplo claro,(6) é como a criança percebe e interpreta o meio(7) que vive, seguindo de forma inconsciente os valores de seus pais ou responsável.
1 – Analisando;
2 – Familiares;
3, 4 – O sujeito é “a falta de participação e a falta de preocupação”, sujeito composto;
5 – Esse “tem contato” foi distração, né? Isso é o que causa a frase gigante, tente evitá-la;
6- Vírgula indevida;
7 – Vivemos em meios: meio EM que vive.
É perceptível, portanto, que ainda há entraves para o combate à violência nas escolas. Sendo assim, deve(1) que todas as instituições de ensino em todo(2) o país invista(3) na criação de projetos de conscientização e(4) engajamento para o combate do Bullying, visando acabar com a cultura de violência que permeia o âmbito escolar. Cabe(5) ainda, que as famílias participem ativamente da vida estudantil dos jovens,(6) e fomentem a importância do respeito e(7) tolerância em seus lares,(8) assim, será possível educar as crianças sem punir os adultos.
1 – “Deve que” é oralidade, e você não quer inventar ordem de frase aqui na proposta, vai por mim: todas as instituições de ensino do país devem…;
2 – Redundante, o “todo” já está incluso;
3 – Continuação do erro 1;
4 – Falta de paralelismo: investir na… e NO…;
5 – Faltou vírgula;
6 – Não mudou o sujeito; logo, não precisa da vírgula antes do “e”;
7 – Falta de paralelismo: importância do… e DA…;
8 – Aqui a pausa é maior do que a pausa de vírgula. Use ponto final ou ponto-e-vírgula quando quebrar a ideia.
É um pecado essa ótima organização textual esbarrar nessa quantidade de errinhos. Então, não é que eu esteja um conselho, mas é um pedido: tenha muita atenção quando escrever frases longas, especialmente quanto à concordância, ao paralelismo sintático e às vírgulas!
Apesar das observações, gostei do seu texto. Bons estudos!
See lessCaminhos para assolar o analfabetismo no Brasil.
Jffgg
Oi espero ajudar. Sua redação esta boa, vc trouxe dados, argumentou bem e fez uma intervenção. Do que eu vi na sua redação foi um erro de escrita "deve criar" aqui deveria esta no plural, já que e O MEC junto com O Conselho. Dois sujeito. No final do D1 vc faz frase de fechamento só que vc falou praLeia mais
Oi espero ajudar.
Sua redação esta boa, vc trouxe dados, argumentou bem e fez uma intervenção. Do que eu vi na sua redação foi um erro de escrita “deve criar” aqui deveria esta no plural, já que e O MEC junto com O Conselho. Dois sujeito.
See lessNo final do D1 vc faz frase de fechamento só que vc falou praticamente a mesma coisa “e isso precisa mudar” vc escreveu isso antes e depois foi e escreveu isso no fechamento “e precisa mudar com urgência.” Toma cuidado tenta usar sinônimos.
Desafios para o combate do déficit habitacional no Brasil
Mr.Crozma
Excelente redação. Você está num outro nível de problemas que merecem consideração. Seu texto possui 431 palavras, o que está dentro da média de palavras nas notas mil que o Enem gosta de apresentar como modelo. Entretanto, não sendo o seu foco a alimentação do ego com entrevistas ao G1, quero que cLeia mais
Excelente redação. Você está num outro nível de problemas que merecem consideração.
Seu texto possui 431 palavras, o que está dentro da média de palavras nas notas mil que o Enem gosta de apresentar como modelo. Entretanto, não sendo o seu foco a alimentação do ego com entrevistas ao G1, quero que considere dois argumentos meus que são contrários a textos excessivamente grandes.
Um primeiro ponto é o tempo. Um texto mais curto poupa tempo e energia num contexto de questões objetivas que podem te cansar durante a prova. É claro que, conseguindo terminar a redação em uma hora e meia, esse meu argumento torna-se insignificante, então vamos ao segundo ponto.
Menos palavras, menos chances de erro de norma culta. Para ganhar 200 na competência 1, você está permitido a cometer apenas dois desvios gramaticais, o que é uma moleza de alcançar por distrações como essa a que você reparou na conclusão.
Se me permite o exemplo, a redação da Thamirys tirou 980 e tem 350 palavras. Portanto, peço que considere equilibrar essas contas, seja para se poupar mentalmente, seja para minimizar as chances de erro na C1.
Quero chamar a sua atenção ao “precipuamente”, que tem como função revelar o nível de importância que você dá à informação que está transmitindo naquela frase, e isso pode impactar a interpretação do corretor quanto à sua estratégia de texto, já que, por questão de clímax argumentativo, o argumento mais forte vem depois, construindo-se, assim, a progressão textual. Bom, não acho que fetou aqui, mas como não sei se lerei outra redação sua, fica o aviso de que a sua mensagem pode ser interpretada de maneira a te prejudicar, pois o corretor não quer dar 1000 às redações e correr certos riscos midiáticos ou administrativos, se me entende ou se já parou pra pensar no porque de só 28 redações tirarem mil no último exame.
De resto, não encontrei grandes oportunidades para tirar ponto. Passo a expôr tudo o que de norma culta você pode melhorar.
De acordo com Aristóteles, renomado filósofo grego, a política deve ser utilizada para que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado. Contudo, no que se refere ao déficit habitacional no Brasil(1) a realidade opõe-se ao pensamento do filósofo, pois é possível perceber a transformação do espaço geográfico em mercadoria. Além disso, os representantes públicos mostram-se omissos, visto que poucos são os planos desenvolvidos para superar esse desafio enquanto a população clama pelo direito à moradia. Sob essa ótica, urge discutir esses entraves que se caracterizam como impulsionadores do problema.
1 – Faltou vírgula.
Precipuamente, faz-se mister notar o papel das narrativas midiáticas na consolidação do processo capitalista sobre o solo. Segundo George Orwell, escritor, jornalista e ensaísta político, a massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa. Consoante a(1) esse pensamento, nota-se que é interessante para a mídia fomentar na população o desejo pela casa própria, pois(2) dessa forma(3) há(4) crescimento da demanda e, por conseguinte, os mantenedores dos veículos de comunicação são satisfeitos com o lucro. Nesse sentido, percebe-se que se por um lado(5) a iniciativa privada lucra, por outro a população sofre com o aumento dos preços de terrenos que crescem em função da lei capitalista de oferta e demanda.
1 – “A” indevido;
2, 3 – Faltaram vírgulas;
4 – Faltou artigo – obs: eu posso escrever informalmente aqui e comer artigos que eu quiser, no Enem isso não pode. Espero, portanto, não ser acusado de hipocrisia, as regras não são minhas;
5 – Aqui eu quero fazer um comentário. Não encontrei na internet, não encontrei nos meus livros (às vezes é um saco corrigir redação com material de ensino médio), mas acho que aqui tem algum problema de pontuação que, se você tem um professor de português, por favor converse com ele sobre isso aqui. Essa partícula “se” aí me… Deixa pra lá, vai que tu tá certo e eu tô caçando erros demais.
Ademais, a ausência de planejamento geográfico é um desafio a ser superado, pois contribui para a formação desse cenário deletério. Dessa forma, pode-se comparar a “Atitude Blasé”, termo proposto pelo sociólogo alemão George Simmel no livro “The Metropolis and Mental Life”, com a postura dos representantes políticos brasileiros, pois(1) esse termo é usado para representar a indiferença do indivíduo frente às situações que ele deveria dar atenção. De modo análogo, o clamor social pelo direito à moradia – esse garantido constitucionalmente – permanece suprimido(2) e poucos estadistas desenvolvem planos para atendê-lo.
1 – Repetição de “pois” é um perigo para a competência 4, hein;
2 – Faltou vírgula, apesar de o Enem não descontar ponto por isso – ele tolera, o que não significa que está certo trocar de sujeito e não colocar a vírgula antes do “e”.
Em suma, o déficit habitacional permanece enraizado na malha sociopolítica brasileira(1) e muitos são os desafios para contê-lo. Logo, a fim de atenuar tais obstáculos, cabe ao Governo Federal, em parceria com a Câmara dos Deputados, criarem(2) um projeto de lei que regule a política de preços praticados na compra e venda de terrenos a fim(3) de mitigar os abusos cometidos nesse processo. Aliado a esse projeto de lei, o programa “Meu pedaço de chão” deve ser criado com a finalidade de auxiliar o cidadão no processo de aquisição(4) da sua moradia, impedindo-o de ser lesado por grandes agências e(5) financiadoras que ditam os preços a serem pagos. Assim, espera-se não só suavizar o impacto causado pela lei da oferta e demanda sobre as habitações, como também promover o equilíbrio social defendido por Aristóteles.
1 – Novamente a ausência de vírgula antes do “e”, só insisto que o Enem não tira ponto por isso;
2 – Sem comentários;
3 – Repetição de “a fim”, te contar hein;
4 – Eco é um ótimo recurso para outros tipos textuais, “cidadão com processo de aquisação” dá rima – pobre, diga-se de passagem;
5 – Falta de paralelismo, não coma a preposição nesses casos: por isso e por aquilo.
Resumindo, detalhaes. Ótima redação, Gustavo.
See lessOs estigmas associados às doenças mentais na sociedade brasileira
Mr.Crozma
Vamos lá, treineira! Claramente você foi bem instruída na escrita, motivo pelo qual nenhuma nota deve abalar a tua convicção de que sabe, sim, escrever. Postar a redação com o tema do Enem significa que quer nota, eis, então, que pontuarei por cima da nota que o enzolgborges deu. Norma Culta (160) -Leia mais
Vamos lá, treineira!
Claramente você foi bem instruída na escrita, motivo pelo qual nenhuma nota deve abalar a tua convicção de que sabe, sim, escrever.
Postar a redação com o tema do Enem significa que quer nota, eis, então, que pontuarei por cima da nota que o enzolgborges deu.
Norma Culta (160)
– “Este” e outros 13 erros de norma culta, aos quais darei a devida atenção ao final, põem a sua nota bem no limite entre o 120 e o 160, pesando negativamente na balança o número de palavras no seu texto – 255 – e, positivamente, a sua escrita ousada e ausência de gravidade nesses errinhos, motivos pelos quais acredito que o enzolgborges acertou a sua nota, o que não anula a possibilidade de vir uma nota 120 aqui, porque, repriso, estamos no limite!
Argumentação e Adequação Temática (120)
– A tangência ao tema não pode ser alegada pelo corretor porque o critério para avaliar a adequação temática é analisar se você colocou referências no texto quanto a todos os elementos da frase-tema, o que pode ser verificado na 2ª frase da Introdução e na 1ª frase da Conclusão. Se essas referências foram suficientes para conferir coerência ao seu texto, isso será avaliado na competência 3.
– O repertório é avaliado aqui. Ele é a sua técnica de convencimento. É muito difícil, como foi ventilado aqui, que um texto não tenha repertório.
Darei um exemplo no seu texto sobre repertório e como ele é avaliado:
A primeira frase da introdução foi um repertório apresentado pela técnica do senso comum.
Para definir a nota, a primeira pergunta que o corretor fará é: essa frase é um aglomerado de palavras sem sentido?
Se SIM, o candidato recebe 40 pontos. Isso significa que, mesmo que as frases não façam nenhum sentido (ex: “o sistema nas redes sociais praticamente isso deseja que é melhor”), ninguém zera a competência 2 – ninguém além dos atendem às hipóteses da nota zero em tudo.
Outros motivos para receber 40 nesta competência são: (1) tangenciar o tema e (2) não obedecer à estrutura da dissertação-argumentativa.
Para receber 80 pontos, são três hipóteses: (1) muitas cópias dos textos de apoio, (2) conclusão com frase incompleta e (3) texto com duas partes embrionárias.
Sobre o 2, é exatamente o que está escrito: se não terminar a redação com uma frase completa, o corretor vai dar 80 aqui.
Sobre o 3, parte embrionária é quando um parágrafo é escrito em uma ou duas linhas.
Notamos, portanto, que não existe isso de “texto sem repertório” ou “texto sem argumentos” para um texto que atende aos princípios mínimos de uma dissertação-argumentativa. Dizer que um texto não tem repertório é dizer que ele não trabalha uma informação. Isso é uma ofensa gigantesca – sem intenção, eu sei -, por muitos, muitos e muuuitos alunos que estão confundindo repertório com citação/dados estatísticos.
Portanto, menos de 120 não é possível aqui. Aliás, conto nos dedos as redações que já li aqui que receberiam menos do que isso na competência 2.
O repertório será avaliado neste terceiro nível quando for: (1) baseado nos textos de apoio, (2) não pertinente ao tema ou (3) não legitimado pelas áreas do conhecimento.
Globalização é um conceito da geografia que, de fato, afirma que as distâncias se encurtaram, razão pela qual há respaldo das áreas do conhecimento aqui. O que não há nessa frase, no entanto, é a pertinência ao tema, pois ela, por si só, não faz referência ao estigma nem às doenças mentais.
O corretor vai sempre procurar o melhor repertório, e eu fiz essa busca, mas em cada informação esbarrava em algum dos três problemas que eu pontuei acima. Então, mais uma vez, concordo com o enzolgborges, 120.
Coerência (120)
– Minha primeira discordância com o enzo é aqui. Tirar 80 em qualquer competência é um desastre. As redações que conseguem a proeza de tirar 80 têm que fazer uma besteira muito grande. Na competência 3, a nota 80 se dá por um projeto de texto com muitas falhas, por: (1) não ter desenvolvimento, (2) por desenvolver apenas uma informação ou (3) apresentar ideias contraditórias.
Definitivamente o seu texto não carece de informações a ponto de ser limitado ou contraditório. A falta de argumentação – e acho que era melhor ele dizer “desenvolvimento das informações” -, tem diferentes graus aqui, e o critério é bem amplo:
120: desenvolvimento de algumas informações (mais ou menos metade)
160: desenvolvimento da maioria das informações
200: desenvolvimento completo, com tolerância a alguns deslizes
De fato há várias questões sem resposta ou incompletas no seu texto, como a globalização, que não voltou a aparecer no texto; como a desigualdade, que ficou devendo maiores explicações sobre como ou por que ela afeta a questão da saúde mental; ou qual é a relação entre a desigualdade social e a competitividade para ocuparem o mesmo parágrafo…
Enfim, dou razão à stephany e suspeito que você tem alguma dificuldade para retomar as ideias da introdução, talvez por medo de repetir palavras, sendo que algumas palavras o Enem não se importa de verem se repetir, justamente porque ele reconhece o medo que o aluno tem de fugir do tema. Então, se for esse o caso, ajuste a questão das palavras repetidas à da necessidade de se manter dentro do tema, até para manter a sua coerência.
Coesão (160)
– Aqui é uma competência em que você não tem por que inventar – principalmente nos conectivos que ligam os parágrafos! Aqui é uma parte mecânica, você não quer ver algum corretor questionando o uso de algum dos seus conectivos. Reflexões como “depois” se referir a tempo, e não a espaço, encontram num corretor idiota motivos para te dar 160 tranquilamente aqui.
O 200 nessa competência até tolera as raras repetições, mas não tolera erros de sentido coesivo. Falarei mais sobre os seus conectivos no pente-fino que deixei para o final.
Proposta (200)
– Me surpreendeu bastante a dificuldade dos colegas em encontrar os 05 elementos da sua proposta. Falarei sobre cada um deles.
Agente: “as escolas”. Não sei de onde tiraram que o agente precisa ser algum órgão do Governo, menos ainda de onde tiraram que há necessidade de dois agentes. Ora, todos os agentes contam como um elemento só.
Detalhamento do agente: “tidas em seu propósito educacional”. Eu amo quando usam o detalhamento do agente, porque demonstram que realmente estudaram e conhecem a mais tranquila possibilidade de detalhamento: a contextualização do agente.
Ação: “promover campanhas e palestras”
Finalidade: ” estruturar a evolução psicológica de seus alunos e das comunidades” ou “auxiliar no enfrentamento das adversidades cotidianas”. Sem grandes dificuldades de identificação.
Modo: acompanhamento psicológico adequado.
Detalhamento do modo: contratação de profissionais da área.
Tem elemento até demais.
——————————————
Abaixo, todos os erros de norma culta
É notório que a globalização e os avanços tecnológicos permitiram o encurtamento de distâncias, além do compartilhamento de costumes. Por outro lado, este(1) fenômeno contribuiu para intensificação dos transtornos mentais, juntamente com a difusão de seus estigmas. Os sofrimentos psicológicos devido à exposição exacerbada aos padrões sociais,(2) tem(3) como obstáculos(4) a ignorância social e a falta de privilégios no que se refere à sua erradicação.
1 – Esse;
2 – Vírgula indevida;
3 – Têm;
4 – São os sofrimentos que têm obstáculos ou é o rompimento com os sofrimento?
Primeiramente(1), a aderência da sociedade às redes sociais transformou os princípios de viver. Em prol do consumo e lucro, essas plataformas foram desenvolvidas baseando-se na psique humana:(2) a fim de reter a atenção dos usuários, posts sensacionalistas detém destaque,(3) tal processo explicado no documentário “O Dilema das Redes”, disponível na Netflix. Assim, contas populares propagam padrões inalcançáveis, interferindo na construção de identidade de seus seguidores, os quais dissociam-se da realidade e (4)dilemas presentes.
1 – Em primeiro lugar. “Primeiramente” não existe, acredite se quiser;
2 – Aqui seria melhor ter usado hífen;
3 – Aqui você comeu alguma palavra;
4 – Falta de paralelismo: dissociam-se da realidade e DOS dilemas.
Depois(1), temos as desigualdades sociais como fator(2) desta(3) problemática, pois a informação não é levada homogeneamente a todos os espaços, em detrimento à(4) conscientização dos indivíduos. Ademais, frustrações constantes gatilhadas(5) pela competitividade do enredo capitalista,(6) trazem mal-estar social, amplificado em meio a um sistema defasado de saúde, de alto custo ou pouco acessível à população, implicando no(7) seu colapso mental.
1 – Além disso, por favor;
2 – Fatores;
3 – Dessa;
4 – Em detrimento da;
5 – “Gatilhadas” não tem no dicionário (https://www.academia.org.br/nossa-lingua/busca-no-vocabulario);
6 – Vírgula indevida;
7 – “Implicar”, aqui, é verbo transitivo direto.
Por fim(1), observa-se uma necessidade pelo desvincilhamento(2) de preconceitos sobre estas(3) doenças. Portanto, as escolas, tidas em seu propósito educacional, devem promover campanhas e palestras a fim de estruturar a evolução psicológica de seus alunos e das comunidades, bem como auxiliar no enfrentamento das adversidades cotidianas, através(4) de acompanhamento psicológico adequado, pela contratação de profissionais da área.
1 – O “por fim” não estabelece a relação mais específica entre os parágrafos, pois você quer passar a ideia de retomada da tese, então é o “portanto”, é o “logo”, que passam a ideia de sequência lógica, não de simples adição final;
2 – Desvencilhamento;
3 – Essa;
4 – Por meio de. O Enem tolera o erro do “através”, que em nada tem a ver com solução de conflitos, mas com transição espacial, vem de atravessar, é errado usar “através” na indicação de meio.
Bom, me perdoe se ficou faltando alguma coisa, espero ter resolvido em alguma medida a questão do repertório. Caso venha a ser 760, trata-se de uma ótima nota para uma treineira, parabéns pelo texto, tá bem acima da média para o seu nível!
See lessViolência de gênero: uma triste realidade brasileira
Mr.Crozma
Ah, meu amigo, se se propôs a citar e explicar algumas das violências, eu gostaria de ter lido todas, se coubessem nesse espacinho. Tanta coisa que estudamos e o limite de linhas é 30, te contar hein. Pela forma como as perguntas se dispuseram, imagino que quisessem ler as 5 formas como introdução,Leia mais
Ah, meu amigo, se se propôs a citar e explicar algumas das violências, eu gostaria de ter lido todas, se coubessem nesse espacinho. Tanta coisa que estudamos e o limite de linhas é 30, te contar hein.
Pela forma como as perguntas se dispuseram, imagino que quisessem ler as 5 formas como introdução, uma primeira causa como A1, uma segunda causa como A2 e aí fechava com a conclusão propositiva.
Você chegou perto disso. Talvez tenha sentido que quebrou a fluência da escrita quando produziu o segundo parágrafo, sendo que a ideia, repito, de um texto dissertativo é conectar todas as informações. Se gabaritaria por demonstrar o correto conhecimento sobre tudo, apesar de não falar de duas formas de violência contra a mulher bem presentes na sociedade – a patrimonial e a psicológica -, eu não sei. O que eu sei é coesão, encadeamento de ideias, e aqui eu tenho probleminhas com as perguntas desses concursos que desenham o que você tem que escrever, destruindo a liberdade de escrita.
Não acho, porém, que, fazendo esses textos sem pesquisa direcionada, simulando corretamente o cronômetro, que a redação lhe será um problema.
Em outras palavras, ótimo texto, considerando a pressão que é fazer a prova!
Hoje encontrei mais errinhos de norma culta.
1. “Ante a”, sem crase. Pois é.
2. “Nesse cenário”, com S. No texto, essa escolha se dá por fazer referência ao que vem antes, daí o S, e ao que vem depois, daí o T, sendo bem raro o uso T num textinho de prova.
3 . Sobre o “fica evidente”, o “fica” pode ser considerado oralidade, apesar de poder passar despercebido.
Caçar erros de norma culta na sua redação é sempre um desafio. Abraços!
See less