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Como reduzir a produção e o descarte ilegal de lixo no Brasil?
Lulang
No livro “Quarto de despejo”, a escritora Carolina Maria de Jesus descreve seu dia a dia como catadora de papel nas avenidas do município de São Paulo. A narradora, residente da extinta Favela do Canindé, enfatiza a vasta quantidade de resíduos e alimentos descartados pelos cidadãos paulistanos enquLeia mais
No livro “Quarto de despejo”, a escritora Carolina Maria de Jesus descreve seu dia a dia como catadora de papel nas avenidas do município de São Paulo. A narradora, residente da extinta Favela do Canindé, enfatiza a vasta quantidade de resíduos e alimentos descartados pelos cidadãos paulistanos enquanto luta contra seu maior inimigo: a fome. Comum à literatura, o descarte inadequado do lixo e sua crescente produção ainda são problemas evidentes no Brasil, tendo como força motriz a carência de projetos estatais eficientes e a manutenção de hábitos de consumo inadequados.
Em primeiro lugar, nota-se a negligência do poder público como um dos agentes principais na persistência de práticas incorretas de despejo de lixo. Segundo o artigo 225 da Constituição Federal, um meio ambiente preservado é um direito de todos e de responsabilidade do Estado e da sociedade. Contudo, apesar do que é afirmado no código de direitos e deveres promulgado em 1988, a paisagem natural do país continua sendo gravemente afetada pela falta de políticas públicas que assegurem o descarte correto do lixo e induzam a separação deste e, consequentemente, sua reciclagem. Assim, sem a ação das autoridades governamentais, a problemática persiste.
Portanto, frente ao impasse exposto, é mister que medidas sejam efetivadas, visando a sua mitigação. Inicialmente, os governos municipais, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, deverão, a partir de verbas públicas, organizar projetos de coleta seletiva, com veículos que recolham periodicamente os resíduos recicláveis, a fim de propiciar a reutilização de artigos, minimizando o descarte inadequado e a grande massa de lixo no país. Ademais, o Ministério da Educação deverá distribuir cartilhas à população, com informações a respeito de práticas de compra consciente e de doação de vestimentas e outros itens, com o intuito de introduzir hábitos de consumo saudável, reduzindo a produção de lixo. Assim, por meio da cooperação popular e estatal, o cenário no país poderá se tornar divergente da realidade descrita por Carolina Maria de Jesus.
See lessO papel da escola e da família na luta contra o preconceito (estilo UNESP – prop. de intervenção não obrigatória)
Lulang
No filme “Minari” de 2020, é retratada a história de uma família coreana que se muda para os Estados Unidos em busca de melhores condições de vida. No longa-metragem, o casal e seus dois filhos têm de lidar com a discriminação silenciosa expressada pelos olhares inquisitórios e intrigados dos fiéisLeia mais
No filme “Minari” de 2020, é retratada a história de uma família coreana que se muda para os Estados Unidos em busca de melhores condições de vida. No longa-metragem, o casal e seus dois filhos têm de lidar com a discriminação silenciosa expressada pelos olhares inquisitórios e intrigados dos fiéis da igreja à qual passam a frequentar. Comum à ficção, a perpetuação dos diferentes espectros do preconceito ainda é realidade no Brasil, sendo a família e a escola os agentes principais na luta contra essa problemática, ação que é dificultada pela falta de inclusão e de pautas sobre diversidade
Segundo o sociólogo Émile Durkheim, a família e a escola correspondem aos dois mecanismos primários de socialização dos seres humanos. Nesse sentido, ambas as instituições sociais se responsabilizariam por introduzir os indivíduos a diversas culturas e costumes, estimulando a compreensão perante as diversidades de todas as naturezas. Todavia, o atual cenário não condiz com a concepção proposta pelo estudioso francês, em virtude da carência de projetos e práticas nos ambientes familiar e escolar que induzam a conscientização e a empatia, viabilizando assim a manutenção de estigmas de segregação no país
Outrossim, a falta de inclusão nas escolas brasileiras também contribui para a persistência do problema. De acordo com a Constituição Federal de 1988, todos são iguais perante à lei, sem distinção de qualquer natureza. Contudo, apesar do que é garantido pelo código de direito e deveres nacional, muitas crianças e jovens portadores de condições especiais ainda têm dificuldade de ser inseridas no sistema educacional brasileiro, fator corroborado por falas preconceituosas com a do Ministro da Educação Milton Ribeiro, que em agosto de 2021 afirmou que “há crianças com um grau de deficiência que torna impossível a convivência”. Assim, sem o suporte escolar e estatal e com a falta de compreensão das famílias quanto ao contexto hediondo, mantém-se a discriminação.
Portanto, depreende-se que ambas as instituições sociais exercem funções primordiais na formação dos indivíduos, cabendo a elas a atuação na luta contra o preconceito. Esse papel pode ser desempenhado a partir da inclusão social nos espaços educacionais e da organização de discussões nas escolas e no espaço familiar a respeito das diferentes matrizes culturais do país. Logo, reconhecendo e atestando os deveres da escola e da família, espera-se evitar o cenário retratado em “Minari”.
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