Em 1826 era inaugurado no Rio de Janeiro o primeiro cinema no Brasil. Mais de 120 anos depois, é evidente notar que o avanço dessa indústria é algo que influência diretamente no entretenimento da população. Contudo, o acesso para essa plataforma cinematográfica ainda se mantém como uma limitação social, onde algumas interferências propiciam a inexistência de classes econômicas inferiores nos cinemas brasileiros.

Um dos fatores causadores deste problema é o dinheiro. Poucos investimentos por parte dos Estados são feitos em cidades do interior ou de regiões mais desfavorecidas em todo o país. Segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem quase 40% da população em municípios sem salas de cinema. Tais números apresentados evidenciam o quanto a ausência de projetos para levar o cinema a estes locais afetam o acesso para pessoas que moram em regiões mais prejudicadas financeiramente e não possuem condições de se locomoverem para outras cidades para assistir a um filme.

Outro ponto a se destacar está relacionado aos preços dos ingressos que aumentam gradativamente. Com um valor exageradamente alto, a ida aos cinemas torna-se mais voltada a elite. Tal fato relaciona-se com a desigualdade social tão presente no país. A meia-entrada, por exemplo, é um direito atribuído para algumas categorias para que possam pagar apenas metade do valor estipulado. Porém, recentemente, o Ministério da Economia começou a discutir a extinção deste benefício que, se aprovado, prejudicará o acesso para uma grande parte da população brasileira.

Compreende-se, portanto, a importância dessa área da cultura no país. Todavia, para garantir que toda a população tenha acesso a este entretenimento, é necessário que o Estado possibilite a redução do custo dos ingressos afim de colaborar com o sistema igualitário no Brasil. Em complemento, o governo, com o auxílio da mídia e de grandes empresas, deve elaborar iniciativas para criar salas cinematográficas em regiões onde ainda não existam. Deste modo, o acesso ao cinema será mais democrático e a inclusão será realizada.