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Brasil: A escravidão na contemporaneidade
Mr.Crozma
Vou supor que você esteja fazendo redação para alguns vestibular de São Paulo, mas seria legal que pusesse para qual vestibular estará treinando, já que os critérios costumam variar de um para o outro. Acho que um texto legal em 30 linhas não precisa de tantas informações - do contrário a proposta nLeia mais
Vou supor que você esteja fazendo redação para alguns vestibular de São Paulo, mas seria legal que pusesse para qual vestibular estará treinando, já que os critérios costumam variar de um para o outro.
Acho que um texto legal em 30 linhas não precisa de tantas informações – do contrário a proposta não seria textual, já que texto pressupõe ideias amarradas, desenvolvidas. Considerando a Introdução uma “promessa de texto”, faça a experiência de colorir cada ideia diferente e veja quantas cores tua introdução teria. É muita promessa para um texto de 400/500 palavras, seu desenvolvimento não consegue amarrar tudo isso, e é fato que o texto não precisa de tantas informações, ainda mais quando você se propõe a fazer um texto com dois parágrafos de desenvolvimento. Ora, qual é a ideia de usar dois, ao invés de três? É aumentar o espaço para desenvolver o que você tem de melhor, na menor quantidade de informações que for permitida pelo exame. O normal, nos vestibulares, é não estimular um texto de ideia única, mas daí a virem 6, 7 promessas me parece que é um exagero.
Uma vez o meu professor disse que achava os flashes muito padrãozinho, clichês dos que estudam, e sugeriu que usássemos os flashes entre vírgulas e com um ponto final diferente – seja com os dois-pontos, seja com as reticências. Fica a sugestão para tornar a sua apresentação mais leve.
Você deve se comprometer com o que diz no flash. As palavras ali estão jogadas porque só assim você começa um texto ou elas foram calculadas para fazerem sentido ao final do texto?
Aliás, eu tive dificuldade em entender o que seria a escravidão contemporânea para você, ou qual seria o debate sobre a neoescravidão, porque o termo “escravo” é aplicado, hoje – com exceções criminosas na seara do trabalho rural – em sentido figurado, e acho que o texto deveria se posicionar sobre isso, especialmente se os textos de apoio indicarem essa variação de sentido.
Acho que essa transição da imagem histórica que você criou no início do texto para o universo da precariedade dos direitos da população escravizada precisava ter a relação de sentido estabelecida, e acho que a Manga pegou esse ponto também, é a falta dos conectivos – mais especificamente, dos operadores argumentativos – que mais pode incomodar a leitura do seu texto, especialmente porque são muitas ideias e elas precisam se relacionar.
Você está com um repertório de operadores argumentativos um pouco limitado, seus operadores estão apenas apresentando causas, conclusões e contraposições, sendo certo que um texto com tantas informações demanda estratégias de sentido maiores, como os conectivos que realçam a comparação, a gradação, a exemplificação, a adição e outros. Deixo como sugestão que leia listas de conectivos e memorize essa maior diversidade de sentidos da qual precisará num texto complexo.
Os erros de português eu não costumo anotar quando o aluno está prestes a fazer o seu concurso, o que pode ser o seu caso. Então, ficarei por aqui. Acho que selecionar melhor as ideias, assim como organizá-las já é um trabalho de evolução suficiente para você partir pra uma próxima redação.
Um abraço!
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Mr.Crozma
Você não precisa de notas. Sua redação tem 240 palavras. Você precisa é saber quais os passos que você deve tomar a partir de agora - qualquer nota, nesse momento, pode chegar a uma redação de excelência ao fim do ano e mesmo quem está bem precisa continuar praticando numa certa frequência. As redaçLeia mais
Você não precisa de notas. Sua redação tem 240 palavras. Você precisa é saber quais os passos que você deve tomar a partir de agora – qualquer nota, nesse momento, pode chegar a uma redação de excelência ao fim do ano e mesmo quem está bem precisa continuar praticando numa certa frequência.
As redações nota mil têm cerca de 400 palavras, para você ter uma noção. Não é a redação nota mil que vai te ajudar a descobrir o que você tem que fazer agora para chegar lá um dia. A evolução costuma ser lenta.
Cada parágrafo tem uma função a cumprir, cada frase deve ter um propósito argumentativo a alcançar. Esse propósito depende de estratégia, de projeto de texto.
No primeiro parágrafo, você usa um exemplo, só que não é ali que você está argumentando. Seu argumento estará no Desenvolvimento, que é onde você tem espaço para desenvolver a ideia. Da sua Introdução espera-se a sua promessa de argumentação, ali está o que o corretor espera ler de você ao longo do texto.
Então, ali tem que ter a apresentação/contextualização do tema – que é você demonstrando ao corretor que entendeu qual tema está sendo cobrado -, o que você fez de maneira muito interessante (farei uma observação sobre isso mais abaixo), tem que ter a sua tese/opinião e tem que ter uma antecipação dos seus dois argumentos, que é o que vai facilitar o trabalho do corretor na hora de avaliar a sua coerência, e pensar nos argumentos imediatamente após a tese te ajuda muito a não se perder.
Se a tese era: “há falta de investimentos causando dificuldades para as condições sanitárias”, o que eu espero ler no Desenvolvimento é a sua argumentação para isso. Eu posso discordar de você e falar que não é falta de investimento, mas de vontade política, então você precisa aprofundar essa tese, mas eu não li nada sobre “falta de investimento” na sua argumentação, aquilo acaba se perdendo ao longo do texto e você mesma pode simplesmente travar na escrita porque esqueceu qual caminho estava percorrendo. Tenha muito claro o seu objetivo com o texto, o seu projeto de texto, ele é busca defender o seu ponto de vista. Nunca se esqueça do seu ponto de vista.
Eu precisava falar sobre isso porque é à tese que você responde com os seus argumentos, e são os argumentos que serão desenvolvidos. Logo, é aqui que você vai precisar dedicar mais palavras para conquistar o que o Enem pede. Prepare-se para dobrar a quantidade de palavras que você colocou nesses dois parágrafos de Desenvolvimento.
Perguntas como “por quê?”, “e daí?”, “qual é importância disso?”, “um exemplo?” e tudo o mais que esteja no campo da argumentação são o que norteiam o corretor na hora de avaliar se a sua argumentação foi boa ou não. Numa discussão qualquer, quando rebater alguém, como você responde? Pois é, você vai trazer esse estilo de perguntas para a sua argumentação, antecipando-se ao seu corretor, que é quem está avaliando a sua força argumentativa.
Antes de aprofundar nesse tópico, porém, preciso fazer uma observação sobre o conteúdo que vem trazendo neste texto. Foram muitas informações, especialmente sobre dados estatísticos, que parecem fruto de uma pesquisa enquanto você fazia a redação. Essas pesquisas podem ser importantes no começo do estudo, quando ainda é preciso ganhar mais conteúdo para entender a forma, mas não se habitue a esse tipo de treino porque ele pode te deixar mal acostumada a um cenário que você não vai ter na hora da prova. Escrever é difícil mesmo, não pode ser muito fácil o tempo inteiro, ok?
Eu sugeriria, para evitar esse conflito, que você treinasse, no começo, apenas com temas com que você tem alguma intimidade, para entender a estrutura. Depois que compreendida, aí você deveria se aprofundar nos temas. Sei que muita gente fala que você tem que usar dados ou citações, mas o universo argumentativo é maior do que isso e acho que muitos falam para você usar dados porque têm preguiça de recomendar leituras e organizar o seu repertório real. Você dificilmente terá dados perfeitos para o tema da prova, o que faz com que a maioria dos que treinam com dados acabe copiando os dados dos textos de apoio, o que, além de limitar a sua nota (porque texto de apoio não é “cola”), pode te levar a tangenciar o tema, como aconteceu com muita gente no último exame, pois o texto de apoio com dados da depressão não falavam diretamente do que o tema queria, que era sobre o preconceito contra os doentes mentais.
Então, só pra deixar claro: dados são uma excelente forma de argumentação, mas na vida real, não em provas, assim como as citações. Use-os, se for oportuno, de forma natural na hora da prova, mas treine para usá-los, pelo menos se quiser tirar mais de 120 na competência 2, que é o limite para quem apresenta os repertórios baseados nos textos de apoio.
Agora eu paro de falar sobre seus possíveis próximos passos e atendo ao seu pedido de nota. Os colegas aqui não têm uma boa noção de como pontuar porque não leram o manual dos corretores. A competência 1, por exemplo, não tem essa disparidade possível entre as 04 notas que deram aqui, mas alguma delas deve estar certa, vamos ver.
C1: 120 (eu contei 9 desvios e 3 erros de estrutura sintática – eu poderia considerar “poucos” erros numa redação com 400 palavras, mas, com 240, fica difícil avaliar assim o seu caso)
C2: 120 (vou considerar como cópia de texto de apoio, pelos motivos que abordei lá em cima – se eu não considerasse assim, receberia 160, porque todos os repertórios são pertinentes, respaldados, mas ficaram devendo em produtividade)
C3: 120 (aqui é avaliado o seu projeto de texto e as brechas a que fiz referência quando falei das perguntas que o corretor poderia fazer ao seu texto, e várias dessas perguntas ficaram sem respostas)
C4: 200 (chega a ser impressionante que você tenha encaixado tantos diversificados recursos coesivos numa redação tão curta, todos de maneira correta e sem repetição. Obs: “segundamente” não existe, assim como “primeiramente”, mas esse erro é de norma culta, não de uso com sentido equivocado – se tiver uma inadequação que seja de conectivo sem sentido correto, sua nota não passa de 160)
C5: 160 (Agentes: governo e Ministério da Saúde; “ação”: gerir melhor o saneamento; efeito: para haver melhoria nos serviços sanitários; detalhamento(efeito) do efeito: reduzir a necessidade de recursos na área da saúde
Aqui eu fiz um esforço que o corretor não precisa fazer para descobrir a sua ação: veja, a ação fica clara para o corretor quando o candidato demonstra a clara intenção de intervir, e não simplesmente uma constatação de algo a ser feito – a ponto de deixar ao corretor a tarefa de concluir qual deveria ser a ação. “É necessário que” é diferente de “há necessidade de”, percebe?
Bom, vou ficando por aqui, reiterando que notas significam muito pouco para esse momento de qualquer aluno no ano. Para mais esclarecimentos, pode me mandar uma mensagem.
Bons estudos!
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Mr.Crozma
Quero comentar as ótimas correções de Tamirys e Ana. - "É de conhecimento geral" tem, sim, o problema da generalização, que é o problema indução em geral: você parte de uma premissa e tenta criar uma regra. Se o corretor consegue pensar em um caso que signifique uma exceção à sua regra criada, ela pLeia mais
Quero comentar as ótimas correções de Tamirys e Ana.
– “É de conhecimento geral” tem, sim, o problema da generalização, que é o problema indução em geral: você parte de uma premissa e tenta criar uma regra. Se o corretor consegue pensar em um caso que signifique uma exceção à sua regra criada, ela perde força argumentativa e cria uma “brecha” – muitos brechas descontam pontos na Competência 3.
– “Em primeiro lugar” foi observado pelas duas. Quero explicar algo que é importante:
Para alcançar 200 pontos na Competência 4, você precisa de dois conectivos que estabeleçam uma relação entre parágrafos – o “além disso” no terceiro parágrafo, o “portanto” na conclusão -, e eles bastam. Você não precisa, sequer, colocar o conectivo no início do 2º parágrafo.
O “erro” que eles me parecem estar apontando é que o “primeiro lugar” não estabelece uma relação clara entre os dois primeiros parágrafos e, portanto, ele não contaria como um conectivo “inter”, mas “intra” paragrafal. Então, fique atenta para colocar aquele tipo interparagrafal no terceiro parágrafo também, o que não ocorreu nesse caso.
– “Abertamente” e o “certamente” – advérbios deslocados só precisam de destaque por vírgulas quando tiverem 03 ou mais palavras – é o que exige o manual dos corretores (página 36). Quando são uma ou duas, a vírgula é optativa, muitas vezes sendo a mais adequada para conferir fluidez à leitura.
– “Atualmente” não tem problema nenhum quando usado corretamente, ou seja, quando o “antigamente” seria impossível – porque, se sim, a questão atemporal -, e o “atualmente” que você usou me parece pertinente, os jovens estão com muito mais acesso à pornografia, há uma pesquisa dizendo que os jovens agora iniciam nisso com 9 anos – algo jamais pensado no mundo de antigamente, onde sites de pornografia não eram dispostos em celulares e, ainda que fossem, as crianças não teriam acesso aos celulares com idade tão baixa.
– Meio/Modo: o corretor perceberia que “nas redes sociais” era o modo, mas seria de bom gosto que você ajudasse o corretor a identificar mais facilmente todos os elementos, iniciando cada elemento com uma frase padrão – nesse caso, “por meio das redes sociais”. Aqui o corretor só quer contar.
– Aspas: elas não são punidas quando usadas de maneira equivocada no Enem;
– Detalhamento: houve sim, é a justificativa para o meio, que são redes sociais Não sei por que elas acharam a sua proposta incompleta, mas deve ter a ver com o padrão que aprenderam a repetir – mas o corretor está treinado para identificar o que faz sentido (por exemplo: se você colocar um “por meio de” e, logo em seguida, colocar um “agente” – ele não vai ser considerado como um “meio/modo” só por causa do “por meio de”)
De resto, a correção das duas monta um ótimo arcabouço para você consertar melhor as suas ideias. Eu quero fazer, agora, observações que elas não fizeram.
Você jogou, sim, muitas informações, e isso pode significar que você está fazendo a redação com consulta, o que é uma péssima forma de treinar, porque você acaba não se preparando para o imprevisível, que é o tema da prova.
Esse “problema” de colocar muitas informações no texto não é só das “brechas” que você pode deixar, mas do cenário imaginário que você pode estar construindo para si sobre a sua escrita. O ideal, sempre que possível, é testar-se nas condições da prova, cronometrando, om tema desconhecido e errando muito, até acertar.
O repertório você tem que ganhar de maneira alheia aos temas que treina, senão você vai se ver obrigada a treinar sobre o tema da prova e corre o risco de tangenciar da prova para adaptá-lo ao que você treinou – isso quando o candidato não se desespera quando vê que foi um tema que não treinou! Então tome muito cuidado com isso.
Talvez essa seja a questão mais importante para a sua organização de ideias. Quanto aos erros de norma culta, eu até anotei, mas acho que você precisa se preocupar com eles por enquanto, haja informação para absorver de tudo o que foi comentado aqui!
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Mr.Crozma
Não curto corrigir redações modeladas. É bem assustador ver vocês abrindo mão de escrever com as próprias palavras, sendo que 920 é uma nota bem básica para quem estuda. O que esses modelos fazem, para quem estuda, é privá-los de tirar mais de 900, justamente pelas referências genéricas que, por cerLeia mais
Não curto corrigir redações modeladas. É bem assustador ver vocês abrindo mão de escrever com as próprias palavras, sendo que 920 é uma nota bem básica para quem estuda. O que esses modelos fazem, para quem estuda, é privá-los de tirar mais de 900, justamente pelas referências genéricas que, por certo, se são aplicáveis a vários temas, não terão um contato íntimo com o tema que gere pertinência e produtividade. Bom, pra quem se contenta com mais de 800, essa estratégia ainda é válida – acredito que um dia o Enem vai mudar seus critérios por causa disso.
C1: 160 (texto com mais de 2 desvios, mesmo desconsiderando os erros manifestos de digitação, e composto por frases sem grande complexidade)
C2: 120 (repertório legitimado, mas sem pertinência)
C3: 120 (projeto de texto confuso, começa dizendo que o estigma é um “direito”, não explica por que o senso comum é um problema, deixando ao leitor a tarefa de entender o que seria “não levar a sério” ou “não se preocupar” e qual seria a relação disso com “analisar a sociedade criticamente”; sobre o 3º parágrafo, não explica qual é a importância do Aristóteles para o debate ou por que a “vida digna” está sendo afetada/o que seriam “tratamentos precários”; a conclusão ainda traz propostas surpresas – em momento algum se falou de mídia, falta de punição ou falta de hospitais no desenvolvimento)
C4: 200 (presença “expressiva” de elementos coesivos, sem inadequações – a priori, porque o corretor pode considerar um erro o “com efeito”, que é um conectivo inerte, no lugar de um conectivo conclusivo, que me parece ser a relação estabelecida ali no final do primeiro parágrafo)
C5: 200 (presença dos 5 elementos na primeira proposta)
Essa é uma correção pesada e possível. O Enem costuma errar pra mais, nunca pra menos.
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Mr.Crozma
O povo aqui às vezes fala cada besteira... Bom, as correções dos colegas aqui foram completamente antagônicas, né? Um acha que está um desastre, mas não está; uma outra acha que está ótima, mas também não está. No meio disso sobra você, que tem que se virar pra saber quem está mais correto. Bom, euLeia mais
O povo aqui às vezes fala cada besteira…
Bom, as correções dos colegas aqui foram completamente antagônicas, né? Um acha que está um desastre, mas não está; uma outra acha que está ótima, mas também não está. No meio disso sobra você, que tem que se virar pra saber quem está mais correto.
Bom, eu queria saber o que o Jffgg entende por “conhecimento de mundo”. Toda redação minimamente escrita tem um “conhecimento de mundo” por trás dela.
Repertório é toda informação que acrescenta algo ao debate. Quando você escreve que “crianças crescem achando chata a leitura”, isso é uma informação nova que contribui como argumento e será avaliada, agora, a partir da sua pertinência, do seu respaldo e da sua produtividade.
Só de trazer uma informação nova o candidato já fica com 120 na Competência 2, muito, mas muito longe dos 40 pontos assinalados pelo Jffgg.
Bom, para essas e outras informações sobre correções, eu criei um blog, justamente para não ficar repetindo isso em toda redação. Estão todos convidados, quero menos desinformações por aqui.
A competência 3 avalia a coerência do seu projeto de texto. É ver se o texto não deixou ideias soltas – o que certamente acontece num texto com 212 palavras, que é um número baixo para se alcançar as notas mais elevadas. Precisamos, então, descobrir o que faltou no seu texto.
No primeiro parágrafo, faltou uma tese mais clara e destacada, ou seja, a sua opinião sobre “crianças não sentirem prazer ao ler” – qual adjetivo você dá pra isso? É bom, ruim, irremediável, evitável… A lista é longa. Pensa no adjetivo e transforme-o em uma frase curta, objetiva, destacada, porque “crianças não gostarem de ler” não é uma opinião, mas um fato, sobre o qual alguém pode simplesmente não se importar. Se você se importa, demonstre a sua preocupação.
Além da tese, falta você mostrar ao corretor o que você pretende abordar. Repare nas redações daqui em que o desfecho do primeiro parágrafo antecipa os dois argumentos que o aluno vai trabalhar no desenvolvimento. A isso eu dou o nome de “fios soltos”, porque “texto” vem de “têxtil”, é uma costura, é um tecido que vai sendo costurado, fio após fio, até que se chegue a uma conclusão planejada – afinal, não há artesão que comece a costurar sem saber como quer terminar. Daqui é que vem a ideia de “fio solto” a ser puxado no desenvolvimento. Alguns preferem aprender como “spoiler” kkkk, eu acho que esse termo não explica muito, então deixo as duas opções aí para você escolher.
A ideia dos “spoilers” é mostrar ao corretor qual é o seu planejamento, qual é a promessa de abordagem que você está fazendo a ele. Isso ajuda muito o corretor na hora de avaliar a competência 3.
Já nos dois parágrafos de Desenvolvimento, é importante dividir a estruturação por etapas. Há fórmula que ajuda a entender essa estrutura, e espero que você não se assuste com matemática:
Desenvolvimento = Tópico Frasal + Explicação do Tópico Frasal + Aprofundamento Argumentativo.
Tópico Frasal é o resumo do seu argumento, que é o que, com algum jogo de palavras, será antecipado no “spoiler” do primeiro parágrafo. É uma frase direta, simples, objetiva também, que vai ajudar o corretor a se localizar no seu texto.
Como nenhum Tópico Frasal se explica por si mesmo, é natural que se exija uma Explicação sobre ele. Depois disso, você aprofunda, com algumas técnicas que você não precisa saber agora. O importante é saber que um Desenvolvimento completo não costuma ter menos de 8 linhas, e aí onde a sua redação mais peca – motivo pelo qual, daqui a algumas semanas, seu foco total deverá ser aqui no Desenvolvimento.
Por ora, então, cuide de trazer uma Introdução que cumpra todas as funções dela esperadas: contextualizar o tema, expor a tese e antecipar os argumentos que você definiu para desenvolver.
Não acho que notas sejam tão importantes assim nesse momento. Busque produzir mais e comece a selecionar melhor qual função cada frase tem no seu texto, de preferência sendo separados em frases com, no máximo, 2 linhas, para conferir dinâmica à leitura.
Qualquer coisa me chama, deixei de avaliar um monte de coisa porque poderia te cansar além da conta, tá bom?
Bons estudos!
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Mr.Crozma
O caráter reflexivo já vem na pergunta; quando o vestibular quer densidade argumentativa, a frase-tema costuma vir numa afirmação. Não tenho acesso a materiais que me ajudem a te dar uma nota para a Fuvest - o que lamento muito, porque adoraria ajudar mais com esse vestibular. É que eu sou do Rio deLeia mais
O caráter reflexivo já vem na pergunta; quando o vestibular quer densidade argumentativa, a frase-tema costuma vir numa afirmação.
Não tenho acesso a materiais que me ajudem a te dar uma nota para a Fuvest – o que lamento muito, porque adoraria ajudar mais com esse vestibular. É que eu sou do Rio de Janeiro, e o máximo que sei desse tipo de vestibular é com a Uerj, que avalia o texto como um todo.
Como um todo, sua texto é bem agradável de ler, talvez não gabarite pelos erros de norma culta que constatei nos dois últimos parágrafos.
Tem algo que me incomoda em vocês sempre trazerem um tema que já foi da prova, em vez de um tema simulado. É que vocês foram treinados usando esses temas, e eu gostaria de saber se teriam repertório para um tema completamente diferente, mas isso você me responde se quiser. Aos erros:
Outrossim, apesar da(1) arte moderna acarretar em(2) polêmicas e críticas por parte da sociedade, a mesma(3) deve ser limitada ao respeito. Logo, o respeito deve partir tanto de quem produz a arte,(4) quanto daqueles que a apreciam. Em vista disso, garantir que a arte agrade diferentes pessoas numa sociedade vasta é um contratempo indubitável, porém limitar a arte de forma que favoreça a ética e o respeito mútuo é fundamental para que haja inclusão de seres de diferentes crenças.
1 – Esse é o caso do “de a” – sujeitos nunca sao preposicionados, e acarretar tem como sujeito “a arte moderna”;
2 – Acarretar aqui é verbo transitivo direto;
3 – “Mesma” não é pronome – o Enem releva, não sei se a USP também, e você não quer arriscar, ainda mais sabendo que está errado, né?!
4 – A expressão “tanto quanto” não tem vírgula no meio, por mais que, na fala, a gente faça a pausa quando ficam muito distantes.
Constata-se, portanto, que a arte é primordial para a expressão sociocultural humana, desde que haja empatia, ética e respeito com o próximo. Ademais, o conhecimento sobre a arte é relevante para a aceitação e contribui com a intelectualidade. De súbito, um homem distante do conhecimento cultural tende a agir com ignorância sob(1) a arte, não abrir as portas fechadas e não progredir na visão do mundo.
1 – Não sei se você concorda, mas a ideia de desprezar me remete a “olhar de cima pra baixo”, então aqui seria “sobre” – é a primeira vez que discuto sobre isso, então deixo você decidir o que seria melhor, tá? kkkk
Se eu soubesse dar nota Fuvest, gostaria muito de dá-la! Um chute fundamentado daria um 9, algo entre “bom” e “excelente”… 45, então? Posso dar 45? Sei lá, parece justo 45. É, 45.
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Mr.Crozma
Talvez o Jônatas sinta "inveja" porque a escrita na Fuvest é mais livre - pero no mucho. Eu gosto dos questionamentos, mas o lugar deles não me parece ser no desenvolvimento. No desenvolvimento, é você quem conduz o leitor - é ideal que não faça o leitor pensar nesse momento, porque aqui é onde estáLeia mais
Talvez o Jônatas sinta “inveja” porque a escrita na Fuvest é mais livre – pero no mucho.
Eu gosto dos questionamentos, mas o lugar deles não me parece ser no desenvolvimento. No desenvolvimento, é você quem conduz o leitor – é ideal que não faça o leitor pensar nesse momento, porque aqui é onde está o seu protagonismo.
Muito cuidado com as referências que está usando. Fordismo e Toyotismo são fases do capitalismo – tratá-lo como uma nova fase está incorreto. Leia, assim que puder, o livro “História da Riqueza do Homem”, do Huberman, é um livro riquíssimo sobre a história do capitalismo.
Eu daria atenção ao tópico frasal, apenas para organizar isto aqui: os parágrafos segundo e terceiro parecem argumentar sobre um mesmo ponto, não há uma divisão de ideias que provoquem a necessidade de um terceiro parágrafo ali. Talvez você tenha feito isso para que o parágrafo não ficasse grande, mas a organização continua problemática, o que se agrava com o fato de estarem ali as duas perguntas que já critiquei – essa transição me fez me perder um pouco na leitura, apesar de eu gostar da sua ideia.
Gostei mais ainda da sua conclusão, o que certamente me indica que você aprendeu sobre progressão textual, o que me deixa particularmente feliz oa ler a sua redação. Acho que tira nota alta, mas ainda falta alguma coisa para chegar a “excelente”, combinado?
Abaixo, os erros de norma culta.
Trabalho é algo(1) intrínseco ao ser humano,(2) desde a origem de pequenas sociedades, o homem sempre realizou e dividiu tarefas para sobreviver.(3) Mudando, ao longo do tempo, com o surgimento de novas necessidades e alterações de regimes e(4) lideranças.
1 – Evite “algo” – dê um nome específico, a qualidade exata do trabalho – uma “atividade”, por exemplo;
2 – A pausa aqui é de ponto final. Preste bem atenção nisso, porque é uma falha sintática grave, que trava a leitura e não é bem aceita por nenhum corretor. Vai ocorrer em outros momentos;
3 – Como aqui, onde, agora, o erro sintático foi de colocar o ponto final onde caberia a vírgula – gerúndio raramente inicia frase; gerúndio introduz uma oração subordinada, dependente da oração principal. Aqui temos o problema de um parágrafo escrito em frase única, o que pega mal também;
4 – Falta de paralelismo, cadê o “de” aqui?
Desse modo, entende-se trabalho como algo adaptativo, de acordo com as mudanças da sociedade,(1) dentre essas, diversas se destacam: as revoluções industriais, implantação de regimes como Fordismo e Toyotismo, a criação do capitalismo. Esta(2) última reforçando o trabalho e levando pessoas a situações discrepantes de vida.
1 – Outro problema sintático de vírgula no lugar de um ponto – tem que estudar pontuação;
2 – Quando se refere a um elemento anterior, escreve-se “essa”.
Contudo, essas divergências mostram não só uma falha no sistema capitalista, mas também a fragilidade de monetizar o trabalho. Taxar um preço sobre a mão-de-obra torna-se uma tarefa quase impossível àqueles que não possuem profissões mecânicas,(1) como reduzir a um número algo que levou anos de dedicação?
1 – Novamente, vírgula vs ponto final.
Além disso, o que torna um quadro mais caro que outro? O famoso pintor, Van Gogh,(1) acreditava que jamais teria sucesso, suas obras eram vistas como feias e quase não vendeu quadros quando estava vivo,(2) no entanto, atualmente, é um dos pintores mais famosos, com obras expostas em todo mundo e avaliadas por milhares de dólares.
1 – Por ter escrito “o” famoso pintor, não cabem essas duas vírgulas;
2 – Novamente…
Esse conceito fluído de beleza é semelhante ao trabalho, sempre mutável e atrelado ao ser humano(1) estabelecendo-se em sociedade. No entanto, em oposição ao senso comum, (2)trabalho não serve para obter boas condições sociais, é apenas um reflexo disso. Os nascidos em boas condições têm tempo e dinheiro para investir em profissões rentáveis, enquanto os outros lutam todos os dias para viver minimamente com dignidade.
1 – Faltou vírgula;
2 – Faltou o “o” – não se come o artigo na escrita formal.
Dê uma estudada em pontuação, ela fará diferença na agradabilidade da sua escrita, além de lhe conferir mais segurança na hora de escrever. Não deve ser legal escrever sempre com dúvida se deve colocar uma vírgula ou não.
Siga por esse caminho, vai dar tudo certo!
See lessBons estudos!
A Responsabilidade Penal no Brasil
Mr.Crozma
Por gentileza, aponte no próprio texto quando estiver se preparando para uma prova que não seja o Enem, porque é só no Enem que você sempre encontra uma necessidade de proposta de intervenção, e isso impacta os temas que podem ser cobrados por esse vestibular. Indique também, sempre que puder, de onLeia mais
Por gentileza, aponte no próprio texto quando estiver se preparando para uma prova que não seja o Enem, porque é só no Enem que você sempre encontra uma necessidade de proposta de intervenção, e isso impacta os temas que podem ser cobrados por esse vestibular.
Indique também, sempre que puder, de onde veio o tema, para avaliarmos de forma completa. Por acaso, descobri que era o tema da prova de Delegado de 2018. Por acaso, também, tenho formação pra avaliar as questões do direito penal.
Peço que desconsidere alguns apontamentos de norma culta da Angel – acho que agora eu entendi por que ela não atende ao meu pedido para estudar pontuação.
Sobre o seu texto, acho que já tivemos momentos piores de “discussão” sobre maioridade penal no Brasil, e aqui fica o meu conselho de nem sempre pensar automaticamente essas estruturas com as quais você pode estar acostumado a abrir o texto.
Eu sempre acho que os três pontos pedidos pela Cespe organizam-se melhor no desenvolvimento com três parágrafos, sendo a Conclusão um momento bem sintético de tudo o que a banca exigiu de ti. Como nunca tive aulas de redação para concursos, não tenho a menor ideia se é isso, de fato, que os professores recomendam, mas uma coisa é certa: é você quem tem que se sentir à vontade para escrever. Se o texto não está te incomodando na hora de organizar as ideias, mantenha-se com o que vem dando certo.
Outro ponto que me incomoda é ver que vocês sempre organizam na ordem que a Banca questionou, mas às vezes não me parece ser essa a melhor forma de organizar as ideias de maneira a conferir uma correta progressão textual aos seus argumentos, daí surge o incômodo da Angel em relação à sua tese.
Lembre-se que você não está respondendo a perguntas diretas, mas, sim, produzindo um texto, que vem de “têxtil”, tecido, é uma costura em que você tenta harmonizar as ideias de cada parágrafo, então é importante estabelecer os operadores argumentativos entre os parágrafos, no lugar de produzir parágrafos “estanques”, presos em si mesmos por conectivos inertes.
No Enem é certo que a Introdução é uma promessa, e o aluno deve mostrar qual era o projeto de texto, a partir “spoilers”. Você tem um spoiler do seu segundo argumento, o argumento mais forte, mas eu recomendaria dar o spoiler do primeiro argumento também, que fala da inimputabilidade (que me parece ser mais do que mera “falta de consciência de ilicitude” – mas isso você vai discutir com seus professores de penal, se houver discussão sobre isso).
Acho que é legal ver um alguém que, prestando concurso para Delegado, não defenda a redução da maioridade – é esse o perfil de Delegado que tem aparecido na nova geração. Tema tranquilo, né? Muita gente deve ter tido nota alta nessa redação, o que torna os erros de norma culta mais importantes do que a argumentação em si.
Sobre isso, sua norma culta está perfeita. O único erro que encontrei foi “se mostra”, no primeiro parágrafo.
As notas, em si, eu não tenho a menor ideia de como dar, ou o que a banca espera que você desenvolva – se for como a OAB, o gabarito pode pedir informações bem específicas que caberão a você descobrir. No que toca à organização, peca um pouco na coesão, mas, se a banca nem se importa tanto com isso, você também não deve se importar.
Espero ter mexido com algo que te incomode nessa redação, mas ela me parece uma redação de aprovado sim, o que me indica que você deveria voltar a estudar para as questões objetivas!
Abraço e sucesso, Diogo!
See lessPrincipais problemas habitacionais nas grandes cidades brasileiras.
Mr.Crozma
Seu texto começa com o erro de atribuir a Machado uma frase de Marx - vou te colocar pra ver o youtube da Sabrina Fernandes, "Tese Onze", aí não erra mais Marx! Apesar disso, ótimas referências, é um texto com muito potencial de ser bem avaliado. O maior problema, sem dúvidas, são erros de norma culLeia mais
Seu texto começa com o erro de atribuir a Machado uma frase de Marx – vou te colocar pra ver o youtube da Sabrina Fernandes, “Tese Onze”, aí não erra mais Marx!
Apesar disso, ótimas referências, é um texto com muito potencial de ser bem avaliado. O maior problema, sem dúvidas, são erros de norma culta, sempre travando a leitura, o que espero te ajudar a resolver com as observações que fiz mais abaixo.
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O escritor brasileiro Machado de Assis,(1) reitera que o capital existe devido a(2) classe trabalhadora, a qual nem sempre é recompensada. Tal afirmativa é perceptível nos principais problemas habitacionais nas grandes cidades brasileiras, ocasionados pelo interesse financeiro das empresas, as quais são motivadas pelo “capitalismo”, negligenciando direitos à população, como a habitação. À frente desta problemática, que assola grande parte da população, cabe uma intervenção por parte de empresas públicas e privadas.
1 – Desvio: vírgula separando sujeito e verbo;
2 – Desvio: ausência de crase;
A priori(1), deve-se esclarecer os motivos que levam à existência da problemática supracitada. Dentre os quais(2), destaca-se o fato de empresas governamentais e privadas, empulcionadas(3) pelo fenômeno “capitalismo”, ofertarem empregos em larga escala, nas mais diversas áreas, inclusive no setor informal, visando exclusivamente a(4) lucratividade. Logo, nota-se uma despreocupação por parte das empresas, no que diz respeito aos limites estruturais que a cidade possui para comportar certo número de pessoas.
1 – Inadequação: “a priori” significa “antes da experiência”, um termo filosófico, que não deve ser usado como sinônimo de “primeiramente”;
2 – Falha sintática: essa oração não se lê sem a outra – é subordinada -, motivo pelo qual a separação correta era por vírgula, e não por ponto final;
3 – Desvio: a grafia correta é “impulsionadas”;
4 – Desvio: visar, com sentido de objetivar, pede preposição – logo, ausência de crase;
A posteriori(1) cabe a compreensão a cerca(2) de consequências geradas por estas empresas. Onde(3),(4) evidencia-se a saturação das cidades, causadas(5) por uma imigração em massa em um curto espaço de tempo. Esta(6) situação é retratada pelo geógrafo brasileiro Milton Santos, em sua obra ”Por uma outra globalização”, como uma realidade perversa, na qual o maior interesse é financeiro e pouquíssimo humanizado. Já que(7), nesses casos(8) a opção mais viável, acessível e de rápida execução são as construções em periferias, favelas e subúrbios, com imóveis de baixo custo, porém,(9) sem ofertar todas as condições necessárias à(10) uma habitação de qualidade.
1 – Inadequação: a posteriori significa “após a experiência”, o que torna o seu uso ainda mais equivocado aqui;
2 – Desvio: “acerca de” se escreve junto;
3 – Desvio e Falha Sintática: “onde” se refere a lugar, mas não há “lugar” na oração anterior – o correto seria “em que”. Mais: novamente o erro da oração subordinada sendo separada por ponto final, em vez de vírgula;
4 – Desvio: vírgula separando o verbo do sujeito “que”, que traz para a oração subordinada o sujeito “a compreensão”;
5 – Desvio: falha na concordância, pois “causada” é a “saturação”, não “as cidades”;
6 – Desvio: o correto é “essa”, quando for se referir a um elemento anterior ao pronome;
7 – Falha Sintática: terceira vez ocorrendo a separação da oração subordinada com ponto final – isso é falta grave;
8 – Desvio: faltou vírgula: vírgula na frente e atrás, sempre que quiser destacar a expressão;
9 – Dica: o “porém” está perdido, ele pode estar se referindo tanto à frase anterior quanto à frase posterior, então use o ponto-e-vírgula para demarcar o lugar dele na frase posterior;
10 – Desvio: crase inadequada, pois o “uma” já faz o papel de artigo, não justificando, portanto, a crase, que é a junção da preposição “a” com o artigo “a”;
A fim(1) de minimizar os problemas habitacionais nas grandes cidades brasileiras, cabe as(2) empresas públicas e privadas,(3) realizarem(4) parcerias com construtoras, por meio de um contrato, a fim de que seja ofertado(5) habitações em locais satisfatórios para todos os trabalhadores, de forma que os mesmos paguem um aluguel referente a 10% do seu salário. Dessa forma, diminuirá o número de pessoas em periferias, favelas(6) subúrbios ou outro local inadequado a(7) moradia, possibilitando que estas(8) pessoas morem em condições apropriadas, passando a ser devidamente recompensadas pelo seu trabalho.
1 – Dica: guarde o “a fim” para destacar o efeito da proposta – aqui o Enem pede um conectivo de conclusão, não tenha vergonha de escrever o óbvio, isso é melhor do que não conectar os parágrafos;
2 – Desvios: faltou a crase;
3 – Desvio: não existe essa vírgula;
4 – Tô cansado para ver se essa sua construção é possível, mas o normal é escrever no singular essa estrutura aqui;
5 – Desvio: faltou concordância, qual que é o sujeito do verbo “ofertar”?
6 – Desvio: faltou vírgula na enumeração;
7 – Desvio: faltou crase;
8 – Desvio: o correto era “essas” – motivo já explicado.
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Você me parece estar no caminho certo. Conserte especialmente as falhas sintáticas, que travam/truncam/atrapalham a leitura, e prossiga com as suas leituras. Meu foco, no seu lugar, seria nesses erros de norma culta.
Perdão se esqueci de algum outro erro, são 2h30m kkkk
See lessCausas e consequências do movimento antivacina
Mr.Crozma
Você escreve muito bem! Procure diminuir o tamanho das frases, para que você não cometa os erros de pontuação que destacarei lá embaixo. Não deixe de incluir um conectivo conclusivo que facilita o trabalho do corretor na hora de avaliar se você fez coesão interparagrafal no último parágrafo. Lembre-Leia mais
Você escreve muito bem!
Procure diminuir o tamanho das frases, para que você não cometa os erros de pontuação que destacarei lá embaixo.
Não deixe de incluir um conectivo conclusivo que facilita o trabalho do corretor na hora de avaliar se você fez coesão interparagrafal no último parágrafo. Lembre-se que, para ganhar 200 pontos na competência 4, você deve apresentar DOIS operadores argumentativos – que são os conectivos ativos, que apontam alguma relação de sentido entre as frases conectadas por eles – que conectem PARÁGRAFOS. Facilitar o trabalho do corretor, que corrige 100 redações por dia, não é demérito algum da sua escrita, ok? O Enem destrói a escrita mesmo – quanto mais clara você for, melhor.
Tenho algum receio quando os repertórios são perfeitos e, como praxe, aconselho que produza suas redações sem consulta externa, cronometrando – enfim, reproduzindo as circunstâncias da prova. De preferência, sem copiar os textos de apoio dos treinos, aos quais não tenho acesso para avaliar.
Seguem os erros de norma culta:
No início do século XX, a população do Rio de Janeiro presenciou uma revolta catalisada pela imposição da vacinação obrigatória contra a varíola, fator que gerou um descontentamento popular acerca dos limites da liberdade de escolha e motivou mudanças infraestruturais em um cenário de reformas urbanas. De modo análogo, a sociedade brasileira contemporânea ainda encara o ato de vacinar-se,(1) como uma forma de o Estado exercer seu poder sobre os corpos dos indivíduos, o que corrobora com o surgimento de grupos que propagam o descrédito aos estudos científicos a respeito da eficácia da vacinação,(2) e que consequentemente conduzem a saúde pública rumo a um cenário de calamidade.
1 – Esse “como” aqui é uma preposição, não se desliga do verbo com ponto final;
2 – Vírgula é exceção, qual exceção justificaria essa vírgula aqui?
Apesar da persistência de movimentos dispostos a negligenciar a importância das vacinas, dados apontados pela OMS,(1) indicam que nações com o hábito de vacinar sua população,(2) têm seus índices de expectativa elevados em aproximadamente trinta anos, o que demonstra o impacto positivo estrutural e social da imunização em massa. Contudo, sendo o Brasil um exemplo, em decorrência da oferta serviços gratuitos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), o país iniciou seus programas de vacinação obrigatória em adultos somente em 1846, uma vez que o déficit na fabricação de vacinas é um fenômeno nítido, assim como a dependência científica e econômica de países desenvolvedores de vacinas, que contam com maiores recursos provenientes do governo e de outras instituições públicas.
1 – Vírgula separando sujeito de verbo;
2 – Idem (vê o problema das frases gigantes?).
Ademais, em relação à história da vacinação no Brasil, a crença desprendida de embasamento científico é proporcionalmente recente, visto que(1) na década de 1990, o médico inglês Andrew Wakefield publicou na revista Lancet,(2) um artigo defendendo a relação direta que a vacina tríplice-viral estabelece com os casos de autismo. Tal ponto de vista foi utilizado como sustentáculo de grupos que já se reconheciam antivacinistas,(3) e que buscavam justamente o posicionamento de uma autoridade que colaborasse com esse ideal equivocado. A partir disso, pode-se afirmar que o comportamento social resultante do medo e da insegurança,(4) criou um cenário propício para o ressurgimento de doenças que já haviam sido erradicadas no passado.
1 – Locução Adverbial Temporal deslocada para o meio da frase, quando tiver 3 palavras ou mais, pede vírgula na frente e atrás – critérios do Enem;
2 – Idem – tempo e espaço estão bugando as suas vírgulas!!
3 – Que que justifica essa vírgula aqui?!
4 – Sujeito complexo… Verbo de 5 letras… Temos que descobrir em qual padrão você está se confundindo sobre separação entre o verbo e o seu sujeito;
Diante de uma conjuntura na qual é comprovada a eficácia da vacinação, mas que(1)(2) mesmo assim, percebe-se a predominância de estigmas por parte de grupos sociais significativos, é imprescindível que o Ministério da Saúde, com a parceria de instituições especializadas na área da Saúde,(3) como o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz, disseminem informações verídicas e incentivem a fabricação e o acesso a vacinas(4) por meio de programas coletivos de imunização, como o projeto “Uma vacina, uma vida”, voltado às classes mais baixas e vulneráveis à desinformação, com o intuito de garantir que o ato de vacinar-se seja democrático e efetivo. Dessa forma, os percalços estruturais relacionados às doenças em solo brasileiro serão suprimidos, e não haverá espaço para outra revolta como aquela ocorrida em 1904 no Rio de Janeiro.
1 – O “que” se refere a “conjuntura”, então: percebe-se a predominância NA conjuntura. Logo, MAS-EM-QUE;
2 – Você quer enfatizar o “mesmo assim”, dar um destaque, destacá-lo, separá-lo – sim, com vírgula, na frente e atrás;
3 – Acalme-se, aqui a vírgula está correta, MAS… Ótima oportunidade para esbanjar seu conhecimento sobre hífens – porque, sim, ficaria melhor, ainda mais nesse último parágrafo, que quase implora por uma frase gigante;
4 – “Por meio de” introduz uma Oração Adverbial de Modo, que, estando no meio da frase, pedirá vírgula.
Como falei lá no início, é reduzir o tamanho das frases é fundamental para evitar erros de pontuação, além de descansarem a leitura do seu corretor a cada pausa de ponto final – ou ponto-e-vírgula.
Fora isso, insisto, ótima redação!
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