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(Modelo Enem) Enem 2011 Viver em rede no século XXI, os limites entre o público e o privado.
beatrizuni
Durante a “Ditadura Militar” brasileira a constante vigilância governamental, através de organizações de inteligência, marcou esse período tirânico da sociedade nacional, haja vista que o direito à informação privada estava submetido aos interesses do Estado Militar. Na atual conjuntura brasileira,Leia mais
Durante a “Ditadura Militar” brasileira a constante vigilância governamental, através de organizações de inteligência, marcou esse período tirânico da sociedade nacional, haja vista que o direito à informação privada estava submetido aos interesses do Estado Militar. Na atual conjuntura brasileira, no entanto, mesmo que a coletividade tenha superado o antigo regime social, com a consolidação da Democracia, é pertinente observar que o advento dos meios de informação e comunicação em massa resultou em debates comunitários sobre essa temática informacional. Haja vista que, por um lado, há o temor coletivo que correlaciona os novos meios tecnológicos com os antigos mecanismos ditatoriais de controle social e, por outro lado, há o otimismo comunitário sobre as possibilidades sociais advindas desse meio tecnológico. Dessa forma, tendo em vista a importância desse tema, é preciso analisar os limites entre o público e o privado no meio digital atual.
Por um viés, destaca-se que a utilização das redes digitais de forma indiscriminada é um atentado à vida privada. Acerca disso, em razão da dinâmica dos aplicativos digitais, na qual o indivíduo possui a falsa sensação de anonimato, somada à ausência de atuação governamental nesse meio, tornou-se comum o pensamento popular errôneo de que o espaço digital é um ambiente livre para o compartilhamento de informações privadas. Com isso, esse fato social resulta na criação de uma cultura do medo semelhante aos moldes da ditadura, segundo o qual o indivíduo possui o temor constante que seus dados pessoais e sua rotina individual possam ser divulgadas sem o devido consentimento. Uma mostra desse fato é visível na divulgação digital da pornografia de vingança, em que o indivíduo, dotado de informações íntimas de outrem, compartilha fotos e vídeos no meio tecnológico para afetar ou constranger moralmente a vítima.
Por outro ângulo, nota-se, também, que as redes digitais representam uma vitória para a coletividade que preza por princípios de igualdade democrática. Isso porque, segundo Milton Santos, a Democracia só pode ser plenamente alcançada quando o indivíduo atinge o máximo do corpo social, ou seja, quando os direitos são universais e igualitários. Nessa perspectiva, o advento das redes sociais tecnológicas, no qual o indivíduo possui o amplo acesso à informação democratizada, está em acordo com o ideal defendido pelo geógrafo brasileiro. Já que, por meio dos aplicativos digitais, inúmeras comunidades marginalizadas obtiveram voz social para lutar pela promoção de medidas coletivas que colaboram com o fim das disparidades populares. Um exemplo disso é visível no incentivo social à telemedicina, prática, possibilitada pelas redes de comunicação, que garante o atendimento médico e a distribuição de informações públicas em regiões com pouca atuação Estatal.
Portanto, medidas são necessárias para promover o lado positivo dessa temática. Para isso, cabe ao Ministério da cidadania o dever de elaborar um projeto exclusivamente voltado à democratização e a extensão do direito constitucional nas redes digitais. Esse documento deve, por exemplo, conter medidas que incentivem a criação de debates comunitários, de modo a interessar-se de promover a educação social sobre os limites entre público e privado nas redes digitais, bem como, também, criar órgãos específicos de atuação digital para punir crimes contra a vida privada no meio tecnológico. Isso pode ser feito por meio da mobilização do corpo decente do país e pela parceria com centros privados de securitária tecnológica. Dessa forma, é possível promover, democraticamente, os efeitos positivos e combater os efeitos negativos do viver em rede no século XXI.
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