Como combater as tragédias causadas pelas chuvas e enchentes no Brasil?

    No filme “Parasita”, a família de Ki-taek fica desabrigada e perde a maioria de seus pertences após uma grande tempestade alagar sua casa. Fora da ficção, as enchentes são uma realidade comum nas cidades brasileiras, levantando a necessidade da criação de estratégias para evitar os danos provocados por esses acontecimentos. Nesse sentido, a ação do Estado é fundamental para diminuir a impermeabilização do solo e para impedir tragédias em áreas de risco.

    Em primeiro lugar, uma importante etapa do ciclo da água é dificultada pelo asfaltamento, uma vez que esse procedimento não permite que a chuva se infiltre no solo, acumulando na superfície e, assim, agravando as enchentes. Sob tal perspectiva, como mencionado no filme Godzilla, de 2014: “A arrogância do homem é pensar que a natureza está sob o nosso controle e não o contrário”. Dessa forma, como tempestades cada vez mais severas estão ocorrendo devido a mudanças climáticas, reduzir suas consequências é uma das medidas que está ao alcance da população e que pode acontecer permitindo que a água siga seu curso natural, mediante a ampliação de áreas verdes.

    Em segundo lugar, áreas próximas a morros, a encostas ou a leitos d’água representam um grande risco aos seus moradores durante tempestades. Nesse contexto, segundo pesquisa do IBGE, divulgada em 2018, mais de 8 milhões de brasileiros vivem em tais localidades. Como consequência, esses cidadãos podem perdem suas casas e até suas vidas em deslizamentos e em enchentes. Com base nisso, o realocamento dessas pessoas para locais seguros, a reestruturação de algumas áreas e a conscientização da população sobre como se proteger nessas situações são ações imprescindíveis que o Estado deve realizar.

    Portanto, medidas são necessárias para combater as tragédias causadas pelas chuvas. A fim de evitar enchentes e deslizamentos, urge que o Ministério da Infraestrutura realize ações de monitoramento e prevenção nas áreas de risco, por meio da criação de uma cooperativa com a comunidade de tais lugares, que serão informadas sobre previsões climáticas e as atitudes que deverão tomar durante e após as tempestades. Ademais, é necessário que o mesmo Ministério invista na construção de áreas verdes para reduzir a impermeabilização do solo. Só assim, situações como a do filme “Parasita” serão evitadas.