A Democratização do acesso ao cinema

Segundo o filósofo grego, Aristóteles, todas as coisas possuem duas características, o ato e a potência. O ato se refere ao que se é agora, e a segunda se relaciona com aquilo que se pode vir a ser. Analogamente à sociedade hodierna brasileira, temos em ato condições para a criação de salas de cinema, o que nos da a potência de ter uma população ligada à 7ª arte. Contudo, existe alguns fatores que se tornam um entrave para a concretização disso, como a falta de investimento nacional e a falta de acesso da população menos favorecida.
A priori, é necessário entender que desde o período colonial o país recebe influências de diversas culturas, o que nos leva a acreditar que tudo o que vem de fora é superior às nossas obras. Sendo assim, o investimento no cinema nacional sempre foi precário e de difícil acesso para as classes mais carentes, aumentando cada vez mais a distância do conhecimento artístico.

Além disso, a maioria das cidades interioranas não tem infraestrutura para receber salas de cinema, e geralmente o único contato que a população tem com filmes é através da internet, por intermédio de aplicativos como a Netflix e o Youtube, entretanto essas plataformas oferecem serviços pagos, e mais uma vez são destinadas a classes elitizadas.

Sob esse prisma, o sociólogo Emillie Durkhéim discorre o modo como a cultura é responsável pela coesão social, e por conseguinte deve ser disponibilizada para todas as esferas da sociedade. Portanto, o governo nacional juntamente com a prefeitura de cada cidade deve investir na construção de centros culturais que contenham a presença de salas de cinema, além de fazer uma ponte com as instituições de ensino e desenvolver feiras de conhecimento cinematográfico nacional e internacional. E também, tornar a Lei Rouanet mais eficaz, para apoiar trabalhos locais. Dessa forma, chegaremos mais perto da coesão social apontada por Durkhéim.