Djamila Ribeiro afirma que, para resolver uma questão, é preciso, antes, tirá-la da invisibilidade. A crítica da autora pode ser utilizada analogamente na sociedade atual, em questão da acessibilidade de deficientes físicos no Brasil, onde atinge uma minoria e por isso não é um assunto com a devida visibilidade. Segundo o IBGE, mais de 2 milhões de brasileiros com alguma deficiência mental ou intelectual relataram ter tido alguma dificuldade de acesso a determinado lugar. Com isso, emerge um problema sério em virtude da invisibilidade e da omissão estatal.
Em primeiro lugar, de acordo com o contrato social do filósofo John Locke, “o papel do Estado é garantir os direitos dos cidadãos”. De fato, a legislação pública tem papel crucial na vida da população e a omissão desse papel traz diversos problemas, como a falta de acessibilidade de deficientes físicos no Brasil, em virtude da falta de pautas inclusivas para essa parcela da população. Por isso, o Estado deverá mudar sua postura omissa e assumir seu papel de acordo com a citação do filósofo.
Além disso, de acordo com a Constituição Federal de 1988, artigo 5º, “todos somos iguais perante a lei”. Porém, a dificuldade de acesso de deficientes no Brasil vai de contraponto com o artigo , devido a invisibilidade do problema e a falta de interesse dos órgãos públicos, como o EPD – Estatuto da Pessoa com Deficiência – em tratar dessa temática e torná-la uma pauta importante, tirando-a da invisibilidade que se faz presente nos dias atuais.
Portanto, é imprescindível resolver essa temática, para isso, o poder jurídico, por meio de criações de leis deverá tornar obrigatório a implementação de rampas e/ou elevadores em todos os estabelecimentos, a fim de melhorar a acessibilidade de deficientes físicos e a invisibilidade do problema. Tal ação ainda pode contar com órgão de fiscalização dos locais e ainda aplicação de multas para aqueles que não cumprirem a lei. Para, enfim, tornar a sociedade mais inclusiva e superar a invisibilidade que Djamila Ribeiro citou.
RAFAELvieirallll
Sua redação apresenta uma estrutura sólida e com argumentos de autoridade que enriquecem o texto, porém há algumas questões que devems ser observadas.
INTRODUÇÃO>>> Contextualizou com maestria sua redação com Djalmila Ribeiro, tratando da invisibilidade dos deficientes físicos no Brasil. Porém, a utilização do dado estatístico do IBGE fez com que sua introdução apresentasse dois repertórios, sendo que esses dados poderiam ser utilizados nos parágrafos de desenvolvimento, como, por exemplo, para comprovar a inefetividade da aplicação do Estatudo da Pessoa com Deficiência, que, ainda que preveja a acessibilidade dessas pessoas, ela ainda não está disponível para grande parte delas.
DESENVOLVIMENTO 1 >>> Utilizou corretamente o contrado social de John Locke, mas, além de apresentar que a legislação é não é cumprida pela omissão estatal, não desenvolveu de forma convincente como ocorre essa omissão, pois “a falta de pautas inclusivas” é uma ideia muito abrangente e requer especificação para que tenha progressão com o tema proposto.
DESENVOLVIMENTO 2 >>> A citação do artigo 5º da Constituição é pertinente, mas o argumento poderia ser melhor estruturado. Você menciona o EPD (Estatuto da Pessoa com Deficiência), mas parece que falta um nexo claro sobre o porquê de ele ser omisso. Considere, por exemplo, acrescentar que, apesar da existência do EPD, a falta de implementação e fiscalização ainda prejudica o direito de igualdade garantido pela Constituição, ou, até mesmo, encaixar os dados estatísticos do IBGE, apresentados na introdução, nesse parágrafo de desnvolvimento, para assim sua ideia ser mais bem fundamentada.
CONCLUSÃO >>> Entre “resolver essa problemáticas” e “para isso”, deveria haver um ponto de continuação, pois são dois períodos que estão sendo separados. Além disso, o “poder jurídico” citado é um termo vago, dando ideia de Poder Judiciário, o qual não é responsável por criar leis, mas sim o poder Legislativo, o que pode acarretar na perca de pontos caso o examinador seja mais exigente. No mais, achei a ideia de sua conclusão pertinente, só devem ser feitos alguns ajustes na utilização de conectores lógicos mais adequados.
Essas são minhas observações em respeito a sua redação.
Competência 1 – Domínio da escrita formal da Língua Portuguesa.
120 / 200
Competência 2 – Compreender o tema e não fugir da proposta da redação.
200 / 200
Competência 3 – Organização das ideias.
160 / 200
Competência 4 – Coesão e coerência.
160 / 200
Competência 5 – Proposta de Intervenção.
160 / 200
Nota total: 800
Le.Le.Lê
Olá! Além dos comentários do Rafael, tenho mais alguns apontamentos.
⏺️ INTRO
(C1) “onde” só pode ser usado para se referir a lugares físicos, ex: a casa onde você mora.
“A crítica da autora pode ser utilizada analogamente na sociedade atual, em questão da acessibilidade de deficientes físicos no Brasil, ONDE atinge uma minoria e por isso não é um assunto com a devida visibilidade. Segundo o IBGE, mais de 2 milhões de brasileiros com alguma deficiência mental ou intelectual relataram ter tido alguma dificuldade de acesso a determinado lugar (sugiro deixar esse repertório para o desenvolvimento). Com isso, emerge um problema sério em virtude da invisibilidade (de quem?) e da omissão estatal.”
=> A crítica da autora pode ser utilizada analogamente na sociedade atual, em relação à questão da acessibilidade de deficientes físicos no Brasil que, ao atingir uma minoria, não recebe a devida visibilidade. Assim, constata-se um problema sério em virtude da invisibilidade das pessoas com deficiência e da omissão estatal.
(C2) Compreensão do tema ✔️
Adequação ao estilo dissertativo argumentativo ✔️
(C3) Coerência ✔️
(C4) Coesão
A sua introdução ficou repleta de informações que não se conectam muito bem. Seria preferível trazer somente um repertório e organizar melhor o parágrafo.
Dica: só por garantia, ao antecipar seus argumentos na introdução, deixe-os na mesma ordem em que serão tratados nos dois parágrafos seguintes. Você falou, na introdução, primeiro da invisibilidade e depois do papel do Estado, mas no desenvolvimento isso se inverteu. Não é uma regra, mas é bom se prevenir.
⏺️ D1
(C1) Não reparei em nenhum erro ortográfico. ✔️
(C2) Uso de repertório pertinente e produtivo. ✔️
(C3) Argumentação muito superficial, se esforce mais para convencer o leitor.
(C4) Repetição muito próxima (três vezes) da palavra “papel”. Você poderia substituir por: obrigação, função.
⏺️D2
(C1) “devido a invisibilidade do problema e a falta de interesse dos órgãos públicos”
Faltou acento grave nos dois “a”.
a (preposição) + a (artigo) = à (crase)
=> devido à invisibilidade do problema e à falta de interesse dos órgãos públicos
Dica: tente substituir por um substantivo masculino e veja se “a” se torna “ao”. Nesse caso, precisa de crase.
(C3) “Porém, a dificuldade de acesso (a quê?) de deficientes no Brasil vai de contraponto com o artigo”
=> Em contrapartida, a dificuldade enfrentada por deficientes para acessar locais públicos no Brasil contraria a suposta equidade prevista na Carta Magna.
“órgãos públicos, como o EPD – Estatuto da Pessoa com Deficiência”
⚠️ Estatutos não são órgãos, são leis!
(C4) “de acordo com” expressão prolixa (longa demais), prefira optar por: segundo, conforme, consoante, etc.
“que se faz presente” também é uma expressão proliza.
Sugestão:
invisibilidade que se faz presente nos dias atuais => invisibilidade presente atualmente.
⏺️ CONCLUSÃO
(C1) “Portanto, é imprescindível resolver essa temática, para isso, …”
Sugiro trocar uma vírgula por um ponto final.
=> Portanto, é imprescindível resolver essa temática. Para isso, …
Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário são iniciados com letra maiúscula.
“deverá tornar obrigatório a implementação de rampas”
Concordância: obrigatória (a implementação é um substantivo feminino).
“Tal ação * ainda * pode contar com órgão de fiscalização dos locais e * ainda * aplicação de multas”
“ainda” deve ficar entre vírgulas nesse caso
(C3) É o Poder Legislativo que faz leis. O Poder Judiciário fiscaliza a aplicação delas.
Rampas e elevadores vão resolver todo o problema de acessibilidade de PCDs? A resposta até poderia ser sim se todos os deficientes fossem cadeirantes, mas também há outros tipos de deficiência, como a visual e a auditiva. Certifique-se de que a sua proposta de intervenção contempla todos os problemas que você levantou na sua argumentação.
Além disso, essa proposta não “melhora a invisibilidade do problema”. Para isso, seria necessário que houvesse mais debates públicos a respeito do assunto, por exemplo, com o engajamento da mídia ou das escolas.
(C4)
“Tal ação * ainda * pode contar com órgão de fiscalização dos locais e * ainda * aplicação de multas”
Evite repetir palavras, sobretudo na mesma frase.
⏺️ NOTA
C1) Aspectos gramaticais: 120/200
C2) Compreensão do tema: parece que você não aplicou plenamente o conceito de “acessibilidade”, ele não se refere somente a deficientes físicos. Por exemplo, uma palestra pode se tornar mais acessível ao contar com intérprete de Libras.
Estilo dissertativo-argumentativo ✔️
Repertório ✔️
140/200
C3) Coerência e argumentação: 100/200
C4) Coesão: 120/200
C5) Proposta de intervenção contendo os cinco elementos (agente✔️ ação✔️ meio✔️ finalidade✔️ detalhamento✔️): 200/200.
Total: 680/1000
Continue escrevendo e evoluindo, você está no caminho certo!