De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2017, o Brasil foi o país com o maior número de depressivos na América Latina. Tal cenário expõe como é grave o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira, do qual é reforçado pela carência de conscientização acerca desses transtornos e, consequentemente, o capacitismo generalizado. Assim, é necessário compreender como esses fatores atuam na realidade nacional com o intuito de promover intervenções efetivas.
Primeiramente, é imprescindível discutir a falta de conhecimento das pessoas sobre as complicações psíquicas que estão presentes no cotidiano delas. Um exemplo disso é o que ocorreu com Bo Burnahm, um famoso ícone de entretenimento na Internet que teve uma série de ataques de pânico durante algumas de suas apresentações presenciais, decorrente da ingenuidade do apresentador sobre sua ansiedade, de modo a não tratá-la devidamente. Analogamente, muitos indivíduos negligenciam seus transtornos e agravam eles porque não há a democratização desse conhecimento por parte de instituições de projetos educacionais. Então, pendura-se a automutilação psicológica daqueles que não compreendem sua saúde mental.
Ademais, o preconceito prejudica o entendimento do problema ao banalizá-lo. Isso consegue ser exemplificado na série animada “Bocchi The Rock!”, da qual a protagonista, Bocchi, tem ansiedade social e, por não receber ajuda em sua integração escolar, ela cresceu sem amigos devido a sua grande dificuldade de socializar. Do mesmo modo, certos brasileiros são privados de um ciclo social saudável, dado que eles não recebem o auxílio preciso quando essas limitações são taxadas como apenas uma “frescura”. Em suma, deve haver uma desconstrução do capacitismo presente e conscientizar a sociedade que há outros modos de comportamento além do padrão neuronormativo.
Portanto, percebe-se que o Ministério da Educação, responsável pela regulamentação do ensino nacional, deve prover a educação democratizada sobre os distúrbios mentais. Isso deve ser feito por meio da implementação desse conhecimento em escolas e campanhas de conscientização a fim de combater a ignorância e o preconceito sobre esse viés. Junto a isso, essa intervenção possibilitará também o autoconhecimento de indivíduos que demonstrem complicações de saúde mental. Dessa forma, a problemática será combatida.
juliarother
oii, tudo bem?
primeiramente, quero parabenizar seu repertório diversificado e amplo. admiro quem tem a capacidade de utilizar os próprios gostos a favor da escrita!
agora, vamos ao que interessa. vou tentar dar algumas dicas de como melhorar sua redação:
em geral, senti que sua ideia ficou um pouco rasa. é perceptível que sua escrita tem uma marca de objetividade, o que é importante, mas muitas vezes pode prejudicar a fluidez do texto para o leitor. ao escrever, tente lembrar-se sempre de que quem lê o texto não está dentro da sua cabeça, então é importante que sua escrita acompanhe o processo do seu raciocínio. por exemplo, na introdução, você inicia com um repertório e já pula pra sua tese, sem exatamente conectar uma coisa à outra. de que forma a pesquisa expõe estigma, se ela apenas diz respeito ao crescimento das “doenças mentais”? como a falta de conhecimento leva ao capacitismo? é claro que é possível, de alguma forma, fazer as conexões. no entanto, escreva sempre como se estivesse apresentando o assunto à alguém que não tem conhecimento prévio. saia um pouco do literal, amigo… para conectar uma ideia à outra, é preciso um pouco mais do que só um conectivo. às vezes, uma enchida de linguiça ajuda.
no segundo parágrafo, senti falta do tópico frasal – que não é obrigatório, mas ajuda!
na conclusão, lembre sempre da receita:
o que? quem? como? com qual finalidade?
acho que isso é tudo que consigo pensar. espero ter ajudado de alguma forma!
dudaalopesb3
Nota final: 840/1000
Competência 1: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita (Nota: 160/200)
• Sugestão: Revisar a pontuação e algumas expressões que não se encaixam bem, como “agravam eles” (que poderia ser “agravam-nos”) e “pendura-se” (melhor substituir por “perpetua-se”), para melhorar a clareza e o domínio da norma padrão.
Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema (Nota: 180/200)
• Sugestão: O texto compreende bem o tema, mas poderia ser ainda mais pertinente com exemplos próximos da realidade brasileira, como dados de casos de estigmatização no Brasil ou exemplos de personalidades brasileiras com transtornos mentais.
Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista (Nota: 160/200)
• Sugestão: A relação entre os exemplos e o tema poderia ser melhor trabalhada. Os exemplos utilizados são válidos, mas fortaleceriam o texto se estivessem mais conectados à realidade brasileira e à argumentação principal.
Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação (Nota: 160/200)
• Sugestão: A estrutura do texto é coesa, mas algumas transições entre parágrafos e conectores poderiam ser mais fluídas. Melhorar a conexão entre os exemplos e os argumentos centrais ajudaria a tornar a redação mais clara e bem articulada.
Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos (Nota: 180/200)
• Sugestão: A proposta de intervenção é pertinente e viável, mas poderia ser mais detalhada. Explorar como o Ministério da Educação implementaria as campanhas de conscientização e qual seria o impacto delas ajudaria a solidificar a intervenção.
RossoRonaldoAmaro
Muito obrigada por sua correção, mas eu queria tirar algumas dúvidas dela para eu poder aproveitá-la melhor!
– Primeiramente, eu queria saber se quando você tirou pontos em certas competências com a justificativa de ter que usar “exemplos próximos da realidade brasileira”, você genuinamente acha que o corretor de uma redação iria tirar esses pontos, ou você está me dando uma recomendação/dica? Eu realmente concordo que utilizar repertórios brasileiros, tanto de obras quanto de personalidades, é inevitavelmente melhor porque querendo ou não o próprio repertório, do qual está servindo como um exemplo, se aproxima mais da realidade do Brasil, porque geralmente engloba aspectos próprios do país, além de deixar claro que o problema realmente acontece no território nacional. Porém, como eu estava simulando o primeiro dia do ENEM, do qual há um limite de tempo e não pode haver consultas, eu utilizei experiências e obras estrangeiras, contudo, não deixei de fazer uma analogia (sempre utilizando conectivos como “analogamente” e “do mesmo modo” e logo depois esclarecendo que aquela realidade coincide com a dos brasileiros) com o Brasil, então eu não vejo por qual motivo eu teria penalidade em certas competências.
– Eu também queria saber o porquê da penalidade na competência IV. Em uma redação que eu postei anteriormente, também houve alguns comentários que apontaram a falta de fluidez entre alguns parágrafos e conectores, mas eu realmente não entendo esse ponto. Eu queria que, se possível, você me desse exemplos de quando que isso ocorre no meu texto e de como melhorar, porque eu realmente não consigo identificar o problema. Na minha visão, eu estou utilizando os conectores da forma que deveria e com o sentido devido.
Agradeço muito se você tiver paciência comigo e puder me responder! :)
Le.Le.Lê
Olá! Vou separar minhas dicas na ordem de leitura da redação e, ao final, avaliarei cada competência.
⏺️ INTRO
“De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2017, o Brasil foi o país com o maior número de depressivos na América Latina. Tal cenário expõe como é grave o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira […]”
C3) Essa transição ficou muito brusca, o repertório não foi suficientemente produtivo. Você precisa relacionar o dado com a sua tese. Eu acho que seria preferível guardar essa informação para o desenvolvimento, onde você poderia abrir mais a análise, já que a introdução costuma ser bem “enxuta”, “sequinha”. No entanto, ainda é possível usá-lo, por exemplo, assim:
=> A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que o Brasil foi o país com o maior número de depressivos na América Latina em 2017. Tal pesquisa aponta a necessidade de reflexão sobre o tratamento destinado às pessoas com transtornos mentais, em função desse dado alarmante. Nesse raciocínio, percebe-se que há um estigma associado a essas doenças na sociedade brasileira, o qual é reforçado pela carência de conscientização acerca do assunto e, consequentemente, pelo capacitismo generalizado. *Assim, é necessário compreender como esses fatores atuam na realidade nacional com o intuito de promover intervenções efetivas.*
*No caso de faltarem de linhas, essa frase poderia ser suprimida.
C1) “De acordo com” é uma expressão prolixa (longa demais). Prefira optar por: consoante, segundo, conforme, etc. Ainda assim, na minha opinião, não começaria o texto com essas palavras, parece estranho, falta de autoria ou algo assim. Note que eu modifiquei isso na sugestão acima.
“Tal cenário expõe como é grave o estigma […], *do qual* é reforçado” => o qual
Na dúvida, pense no seguinte: “o qual” é utilizado no lugar de “que”; já “do qual” substitui “de que”.
“é reforçado pela carência de conscientização acerca desses transtornos e, consequentemente, *o* capacitismo generalizado”
Paralelismo => é reforçado PELA carência […] e, consequentemente, PELO capacitismo generalizado
Ou => é reforçado pela carência […] e, consequentemente, surge o capacitismo generalizado
C2) Demonstrou compreensão do tema ✔️
C4) Conectivos ✔️
⏺️ D1
Tópico frasal ✔️
É ótimo exemplificar! ✔️
Repertório produtivo. O conectivo “Analogamente” ajuda na relação, muito bom. ✔️
C1) “Bo Burnahm, um famoso ícone de entretenimento na Internet * que teve uma série” (faltou vírgula para isolar o aposto explicativo).
“muitos indivíduos negligenciam seus transtornos e *agravam eles*” => os agravam
C3)
“decorrente da ingenuidade do apresentador”
Sugiro trocar por “ignorância” para problematizar mais.
“porque não há a democratização *desse conhecimento* por parte de instituições de projetos educacionais.”
Qual conhecimento? Talvez você estivesse se referindo ao citado no tópico frasal, mas aí a referência já está muito distante para usar “desse”. Por garantia, certifique-se de não retomar elementos que não existiram claramente antes. Os corretores fazem seu trabalho rapidamente e não vão se esforçar muito para entender a sua linha de raciocínio, é bom deixar tudo “mastigado”.
Além disso, evite a repetição de palavras, sobretudo no mesmo parágrafo. “Conhecimento” já foi usado na primeira frase.
Outro detalhe é a generalização. Cuidado com isso. No seu argumento, parece que você está afirmando que TODAS as instituições são negligentes quando é possível, na verdade, que parte delas instrua seus estudantes a respeito do tema.
=> muitos indivíduos negligenciam seus transtornos e os agravam, por conta da insuficiente difusão de informações pertinentes ao tema na maioria das instituições de ensino.
C1) “Então, *pendura-se* a automutilação psicológica daqueles que não compreendem sua saúde mental.” => perdura
⏺️ D2
C1) “Isso *consegue ser* exemplificado” => é
“*na* série animada” => pela
“*da qual* a protagonista” => na qual
“por não receber ajuda em sua integração escolar, *ela cresceu* sem amigos” => cresce
“devido *a* sua grande dificuldade” => à
“essas limitações são taxadas” => tachadas (taxado = tributado; tachado = acusado)
C3) A sua conclusão do parágrafo é ótima, mas traz alguns termos que você poderia ter utilizado e aprofundado na sua argumentação, como “capacitismo” e “neuronormativo”. O trecho pode ser ajustado assim:
=> Em suma, ao considerar tais indivíduos inferiores ou incapazes, configura-se um padrão neuronormativo e capacitista, uma vez que o tratamento que recebem de parte significativa da sociedade é preconceituoso. Logo, esse estigma deve ser desconstruído.
⏺️ CONCLUSÃO
C5) Parabéns, proposta de intrevenção completinha (agente✔️ detalhamento✔️ ação✔️ meio✔️ finalidade✔️)
C1) Não notei nenhum desvio.
C3) A proposta aborda os problemas discutidos em todo o desenvolvimento. ✔️
⏺️ CORREÇÃO
Essa é uma aproximação, pois eu não tenho certeza quanto a todos os métodos de avaliação dos corretores.
C1) 120/200
C2) 180/200
C3) 160/200
C4) 180/200
C5) 200/200
Nota final: 840/1000
Sua estrutura já está ótima, agora é só começar a “lapidar” alguns detalhes, sobretudo quanto aos deslizes gramaticais e desvios de coerência.
Espero ter ajudado!