Mobilidade, sustentabilidade e a sociodiversidade!

Os desafios atuais das grandes cidades brasileiras indicam que mudanças são necessárias para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nesse contexto, a mobilidade, a sustentabilidade e a sociodiversidade se tornam essenciais para o debate do conforto de melhoria de vida. Nisso, pode ser inserida a discussão da supervalorização do carro – móvel danoso à mobilidade e a não valorização de outros meios de transporte prejudiciais à vida sem qualidade.

Em primeira análise, vale ressaltar a ideologia da supremacia do transporte individual como criadora de sérios problemas de mobilidade nas grandes cidades brasileiras. Nessa conjuntura, corroboram as ideias de Karl Marx de que o capitalismo prioriza lucros em detrimento de valores. Assim, a política de Estado de valorização do automóvel tem estimulado a indústria automobilística e a aquisição do carro próprio, com legitimidade social, com o fim de universalizar o acesso ao uso de automóvel. Logo, como propulsor de status, o consumo desse bem tem aumentado a frota de automóvel e gerado um excesso de veículos nos centros urbanos, o que prejudica a mobilidade urbana e o bem-estar de vida das pessoas.

Por conseguinte, a não valorização de outros meios de transporte também embaraça a comodidade vital. Nesse contexto, o dramaturgo George Bernard Shaw diz que “É impossível progredir sem mudança, e aqueles que não mudam suas mentes não podem mudar nada”. Nessa ótica, não valorizar meios de transporte alternativos é ir contra a necessidade de mudanças e isso causa prejuízo à mobilidade e à qualidade de vida da população. Dessa forma, não priorizar meios de transporte mundialmente utilizados em grandes cidades, como patinete, bicicleta, bondes e trens é prejudicar a peculiaridade orgânica da população como um todo.

Portanto, urge buscar solução para os desafios atuais das grandes cidades brasileiras com ações ousadas e coordenadas dos setores público e privado. Para tanto, o Governo Federal – responsável pelo planejamento da locomoção humana nos ambientes urbanos – deve implantar a Política Nacional de Mobilidade Urbana, com o fim de proporcionar acesso universal à cidade, de forma segura, socialmente inclusiva e sustentável. Isso deve ser feito por meio de financiamento de ações de mobilidade urbana voltadas ao transporte público coletivo, ao transporte não motorizado, à elaboração de planos de mobilidade urbana municipais e metropolitanos. Dessa maneira, a mobilidade, a sustentabilidade e a sociodiversidade podem ser viabilizadas rápido e sem desperdício.