A partir da década de 2010 as redes sociais passaram a ser o principal veículo de comunicação do mundo, lugar em que se utiliza sua liberdade de expressão. Contudo, está se normalizando o discurso de ódio nesses meios, que refletem na saúde mental das vítimas. Desta maneira, nota-se que essas falas acontecem por falta de informação dos praticantes e acabam ferindo parte da sociedade.
Nesse contexto, sabe-se que não existe um aprendizado de como usar as opiniões particulares nas redes sociais de maneira civilizada, lamentavelmente essa ausência. Pois, como disse o filosofo Pitágoras, “educai as crianças e não será preciso punir os homens”. Ficando claro a necessidade da inclusão de um conhecimento para se impedir o avanço do discurso de ódio pela sociedade.
De acordo com a OMS “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença”. Dessa forma, observam-se os resultados que o discurso de ódio causa nas vítimas, como depressão e ansiedade, notando-se a falta de saúde. Por isso, fica claro que o Governo falha ao deixar isso ocorrer, pois, é sua obrigação garantir a saúde da população.
Infere-se, portanto, a necessidade de impedir o avanço do discurso de ódio. Cabendo a secretaria de Educação criar um projeto com o nome de “O peso das palavras”, explicando as consequências das palavras, através de palestras gratuitas nas redes sociais, para que a população não distribua ira. Também precisa-se que a Secretaria de Saúde deem atenção as vítimas dessas exposições, identificando os através das redes sociais e garantindo o tratamento de sua saúde, através de investimento em uma equipe apta, para que o Brasil possa usar as redes sociais de maneira saudável.
A banalização do discurso de ódio e as suas consequências na sociedade brasileira
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Mr.Crozma
I – Apresentação de texto e suas técnicas. II – Transição entre tese e fios soltos. III – Em primeira análise ou nesse contexto? IV – Voz passiva e voz ativa. V – Argumentação. VI – Proposta dupla.
I – O Lumr foi perfeito ao identificar o seu problema com o TEMA. A palavra “banalização” é elemento-chave da frase-tema, você não poderia ignorar esse elemento delimitador do tema (tal qual era delimitador de tema a tal palavra “estigma” no tema passado, que derrubou um monte de notas). Lumr faz alusões a técnicas de apresentação de tema, num esforço de tentar demonstrar que a apresentação do tema, aquela primeiríssima frase, estava errada.
A apresentação de tema é a forma pela qual o examinador identifica que você está tratando o tema que ele cobrou e para o qual se preparou, ao longo do ano, no sentido de estudar. Ele quer que você resolva a banalização, e não o discurso de ódio: este problema aqui você não tem nem chance de resolver, seria ingênuo acreditar que alguém do Ensino Médio seria convocado a resolver o problema do ódio discursivo, assim como foi ingênuo achar que os candidatos estavam sendo convocados a propor algo no sentido de acabar com as doenças mentais ano passado.
Portanto, tenha em mente qual é a função dessa primeira frase, que é um contrato, basicamente, que você estabelece com o corretor, e para ajudá-lo a propor um contrato dissertativo-argumentativo, há algumas técnicas, tais como a da alusão histórica e a da referência cultural, ambas citadas pelo Lumr. Essas e outras abordei no blog que deixei no meu perfil.
II – Parece que há um problema na transição do primeiro ao segundo parágrafos, e o problema parece ser a escolha de palavras que fazem a melhor comunicação coesiva entre o fio solto e o tópico frasal.
Os fios soltos são as ideias postas no primeiro parágrafo como promessas de abordagem argumentativa. O tópico frasal é o resumo do argumento no parágrafo de argumentação. Esses dois você sabe que tem que escrever. A dificuldade, parece, está na substituição de palavras para não repeti-las.
Aprender é uma coisa, informar-se é outra. Veja: a ideia do tópico frasal é a mesma do fio solto. Vou trabalhar com um exemplo:
“Sendo assim, é importante debater a falta de educação para as redes sociais, bem como as feridas que isso gera como consequência.
Em primeira análise, o autodidatismo não é a resposta adequada aos parâmetros civilizatórios de expressão de opiniões.”
Eu falei de “falta de educação” e falei de “autodidatismo”, e isso foi o suficiente para não repetir as palavras, mas porque pensei em “educação” e pensei na forma de educação que estou criticando: ora, se as pessoas estão aprendendo sozinhas, elas estão praticando autodidatismo, então posso pegar essa palavra e usá-la como substituta.
Enfim, isso também vai valer para o terceiro parágrafo: a repetição da ideia é PEDIDA pelo examinador, para ele identificar melhor a sua estratégia argumentativa. O que você não quer é repetir palavras, mas veja que você também não precisa ser neurótico quanto a isso: o Enem não conta como repetição de palavras as que fazem parte da frase-tema. Discurso de ódio está na frase-tema? Fique à vontade para citar “discurso de ódio” quantas vezes forem necessárias, porque o Enem entende que essa repetição vem da preocupação do candidato em não tangenciar o tema. Se precisar repetir a palavra para não perder a sua linha de raciocínio, repita-a.
III – “Em primeira análise” ou “Nesse contexto” não me é de relevância alguma: vá no caminho que o contexto melhor sugerir – você dar uma continuidade entre o fio solto e o tópico frasal ou quer brecar essa divisão? Vai do seu gosto, porque nesse parágrafo não há sequer necessidade de conectivo interparagrafal.
IV – Lumr sugeriu limitar a sua variedade de recursos linguísticos ao criticar o uso da voz passiva. Se vocês quiserem ganhar 200 na Competência 1, não vão conseguir essa pontuação se se limitarem a frases diretas, pobres, sem ousadia de recursos. A escrita dos 200 não pede palavras difíceis, mas, sim, demonstração de conhecimentos dos recursos. Voz passiva, sim. Inversão de palavras, sim. Diversidade de pontuações, sim. Orações subordinadas, sim. Elipses, sim. Crases, sim. Desde que saiba usar tais recursos, todos são muitíssimo bem-vindos.
V – Há vários problemas no desenvolvimento: (1) repertórios coringas, (2) improdutividade e (3) estratégia incompleta. Vamos por partes.
1. Não recomendo trabalhar com citações, pois elas te levam a um caminho genérico, pelo qual você força uma conexão que dificilmente se encaixa no argumento que você prometeu desenvolver, e o parágrafo acaba sem evoluir o debate.
2. Até porque, se tentasse evoluí-lo, perceberia, por exemplo, que não dá pra falar que os adultos estão sendo punidos por seus discursos de ódio.
3. Já o problema da estratégia é que o tema pede para você abordar consequências. Isso se encaixa melhor, então, quando você traz duas consequências como argumentos, e aí eu vejo um problema na sua estratégia de causas e consequências. É que causa e consequência é tão estratégia de aprofundamento argumentativo quanto a exemplificação, a comparação, a citação…
Então não se espera que o aprofundamento de um argumento se divida em dois parágrafos: a exploração das causas e das consequências vai dentro de um argumento de cada vez, sendo a estrutura, então, Tópico Frasal + Causas e Consequências.
Isso me leva a criticar, ainda, o uso da citação no lugar do Tópico Frasal. Isso bagunça o texto. Primeiro você apresenta o seu argumento, pra depois aprofundá-lo com a sua estratégia de aprofundamento argumentativo, que pode ser causa e consequência, citação, exemplificação e assim por diante.
Só para te dar uma ideia: espera-se que cada parágrafo argumentativo tenha mais linhas do que o parágrafo conclusivo, e aqui vamos para o último problema que eu quero abordar.
VI – A C5 só dá 200 pontos. O desenvolvimento tem grande importância para as competências 2, 3 e 4. Você não pode achar que numa dissertação-argumentativa o centro da sua dissertação deve ser uma conclusão propositiva. Se você citar 2 ações, 5 agentes, 3 meios, 10 efeitos e 15 detalhamentos, isso contará o mesmo que propondo 1 ação, 1 agente, 1 meio, 1 efeito e 1 detalhamento. Então, se faltar espaço para produtividade de 8, 9 linhas em cada parágrafo argumentativo, pode botar a culpa em quem te disse que você tinha que escrever duas propostas “pra garantir” que se escrever besteira numa proposta, tem a outra que “pode” salvar. Ora, ora, se você já sabe qual é a proposta mais completa que você está apresentando, não faz nem sentido escrever a menos a completa, não é?
Aí você pode argumentar que é pela coerência, porque se trouxe dois argumentos, era pra trazer duas propostas. Ora, então diga ao corretor que trata-se de “uma proposta possível”; se você conseguir conectar os dois argumentos numa proposta em comum, melhor ainda. O importante é entender que a apresentação dos 10 elementos toma muito espaço e muito tempo, além de possivelmente deixar pobre uma das propostas. Há maneiras mais simples e inteligentes de se construir coerência. Isso é o que proponho.
Ignorei outros erros porque entendo ter trazido situações complexas, que podem demandar de você uma mudança radical de estrutura de texto, não sendo tão importantes agora os erros de norma culta.
Em caso de dúvidas, fique à vontade.
Lumr
No início do texto o recomendável é delimitar o tema, então dê início ao que foi proposto, pode optar por uma alusão que envolva a ignorância, ou a carência da educação, pode citar um filme ou uma música.
sobre a Introdução
“Contudo, está se normalizando o discurso de ódio nesses meios, que refletem na saúde mental das vítimas”
acredito que posicionar assim “Contudo, os ataques nas redes sociais se tornam prejudiciais a medida que são banalizados, haja vista que isso é algo comum no Brasil.”
Original
” nota-se que essas falas acontecem por falta de informação dos praticantes e acabam ferindo parte da sociedade.”
Pode alterar para que a sua posição sobre o tema fique mais evidente
“Em uma primeira análise, A ignorância nas redes sociais é proveniente/advinda/oriunda da ignorância” a parte da causa do discurso de ódio opte por inserir no desenvolvimento.
Recomendo estudar voz passiva e voz ativa, opte por colocar o sujeito sempre no começo da oração quando se procura dar ênfase ao seu argumento, um exemplo:
Voz Passiva “O copo foi quebrado pelo menino”
Voz Ativa “O menino quebrou o copo”
Não sou muito experiente, entretanto fiz o que pude.