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Trabalho infantil

Trabalho infantil

Texto 1

Qual é o preço que os consumidores deveriam pagar para eliminar o trabalho infantil da cadeia de produção dos deliciosos tabletes de chocolate? Dois economistas norte-americanos calcularam quanto o preço do cacau teria que aumentar para que continuasse gerando a mesma renda a seus produtores sem a necessidade de empregar crianças, que são mais baratas e manejáveis: 2,8%. Esse é o preço de tirar um menor da escola para que vá trabalhar na lavoura. (Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/04/economia/1559647135_754925.html. Acesso 09 jul 2019)

 

Texto 2

Os primeiros relatos do trabalho infantil no Brasil ocorrem na época da escravidão, que perdurou por quase quatro séculos no País. Os filhos de escravos acompanhavam seus pais nas mais diversas atividades em que se empregava mão-de-obra escrava e exerciam tarefas que exigiam esforços muito superiores às suas possibilidades físicas. O início do processo de industrialização, no final do século XIX, não foi muito diferente de outros países no tocante ao trabalho infantil. Em 1890, do total de empregados em estabelecimentos industriais de São Paulo, 15% era formado por crianças e adolescentes. Nesse mesmo ano, o Departamento de Estatística e Arquivo do Estado de São Paulo registrava que um quarto da mão-de-obra empregada no setor têxtil da capital paulista era formada por crianças e adolescentes. Vinte anos depois, esse equivalente já era de 30%. Já em 1919, segundo dados do Departamento Estadual do Trabalho, 37% do total de trabalhadores do setor têxtil eram crianças e jovens e, na capital paulista, esse índice chegava a 40% (Organização Internacional do Trabalho – OIT, 2001). (KASSOUF, A. L. O que conhecemos sobre o trabalho infantil. In: Nova Economia, 2007 )

 

Texto 3

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(KASSOUF, A. L. O que conhecemos sobre o trabalho infantil. In: Nova Economia, 2007 )

 

Texto 4

Hoje eu tive uma discussão que me tirou dos eixos de tanta raiva. Uma pessoa me disse que era a favor do trabalho infantil e usou como exemplo a minha filha (de 4 anos) e sua vendinha de brigadeiro para dizer que aquilo ali era super saudável.

Minha filha tem 4 anos. Tem moradia fixa e segura. Estuda em uma boa escola. Tem acesso à lazer, cultura e saúde. Faz várias atividades extracurriculares. E é branca.
Um dia, ela me pediu para comprar uma sapatilha de brilhos pra dançar na escola de dança. Eu neguei pois havia comprado uma normal há pouco tempo, sugeri então que ela fizesse uma venda de brinquedos e roupas para ter o valor (R$32,00) da tal sapatilha, mas tive depois a ideia dela vender brigadeiros na feirinha do meu bairro. Eu comprei, então, 4 latas de leite condensado, chocolate em pó, manteiga, forminhas, bandeja e mandei imprimir essa arte do porta retrato. Gastei, obviamente, mais que o valor da sapatilha. Ao chegar na feirinha, as pessoas davam dinheiro a mais pra minha filha. Todos diziam o quanto ela era linda. Em menos de 30 minutos ela já tinha o valor da sapatilha. Foi uma lição bacana de esforço, mas também acabei ensinando sem querer pra minha filha que uma criança branca e de classe média tem tudo de uma forma muito mais fácil.

Mas essa não é a face do trabalho infantil no Brasil. O trabalho infantil não é minha filha que vende brigadeiro. Não é a amiguinha atriz dela que ganha um cachê legal a cada comercial que faz. Não é o outro amiguinho que acabou de filmar A turma da Mônica. Essas são as crianças que tem um talento, óbvio, mas também têm investimento e muito suor dos pais na criação delas. Se qualquer uma dessas crianças parar de trabalhar HOJE, elas ainda terão um prato de comida na mesa, uma casa confortável e todos os privilégios das crianças de classe média.

A verdadeira face do trabalho infantil é o menino que precisa meter a mão em fornos de carvão pra alimentar sua família. É a menina de 7 anos que vai pra beira da estrada se prostituir para ter o que comer. É o pré-adolescente que não pode ir pra escola porque precisa vender bala no sinal. São muitas as faces, que estão nessa vida por falta de estrutura social e políticas públicas. São as faces das crianças brasileiras que estão querendo relativizar o sofrimento usando minha filha como base.

O problema da gente legitimar o esforço sobrenatural de uma criança para sobreviver e romantizar isso com o “eu fiz e sou uma pessoa melhor por isso” é que vai ter gente ruim no mundo se apropriando disso pra explorar crianças. (Nathalia Guimarães. Texto no Facebook.)

Com base nos textos acima e no seu conhecimento de mundo, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema:

Trabalho infantil: causas e consequências sociais

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