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Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado // MODELO ENEM

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No filme norte-americano “Show de Truman”, o protagonista Truman Burbank tem toda a sua vida monitorada por câmeras e transmitida em rede nacional, sendo que essa realidade é desconhecida pelo homem. Ainda mais, atualmente, a sociedade é composta por um contingente absurdo de Trumans, que tem a sua existência vistoriada no espaço cibernético, sendo facilmente manipulado e alienado aos preceitos de ideologias sociais, políticas e econômicas. Assim, faz-se necessário analisar os alicerces que sustentam esse estigma virtuaal que não limita o público do privado, a citar, o poderio governamental que apoia o quadro e a falta de conciência característica da contemporaneidade, no sentido de buscar descancar tais bases prejudiciais.

A partir desse ponto, a não limitação do espaço individual, graças ao fato do mundo estar inserido em rede, possibilita o desenvolvimento de ações involuntárias e automáticas manipuladas por grandes empresas capitalistas. Na obra “Vigiar e Punir”, do filósofo Foucault, é dito que o sitema panóptico é empregado em sociedades para monitorar, influenciar e exercer poderes, ou seja, o povo é instrumento de ação daqueles indivíduos que detêm poderes. Analogamente ao “best-seller”, o cidadão que deixa se influenciar, é passivo às mudanças sociais e acredita que o meio virtual não oferece riscos para seus comportamentos, tenderá a ser manipulado e tomar ações equivocadas. Logo, a ignorância para contestar discursos, programas sociais e governamentais que divergem ideais defendidos pela massa, prevalecem socialmente.

Ademais, a permanência dessa vida fiscalizada é fortalicida pelos ideias da necessidade de manter um sistema econômico forte, o qual, muito das vezes é previsível. Nesse segmento, segundo o escritor José Saramado em seu livro “Ensaios sobre  a cegueira” é descrita uma sociedade utópica a qual apresenta: ” Cegos, cegos que veem, cegos que vendo, não veem”. Nesse panorama, o indivíduo, imerso em sí mesmo, não consegue se libertar do monitoramento de sua vida, que pela “Big Data”, tem todas as suas preferências expostas ao mercado e se transforma em um objeto que enriquece terceiros. Dessa forma, o cidadão, inserido nessa lógica, que desconhece a realidade apoiada pelo Governo, se transforma em submisso do sistema, reforçando que viver em rede apresenta malefícios.

Infere-se, portanto, que o limite entre o público e o privado precisa ter fundações feitas. Para tanto, o Ministério da Ciências, Tecnologia e Inovações deve inserir a discussão acerca da indireta violação da privacidade, por meio da criação de documentos que autorizem ou não o uso de informações pessoais, aplicadas no mercado, que serão inseridos na legislação de todo o território nacional, a fim de formar pessoas consciêntes e menos manipuláveis . Quiçá, nessa via, os Trumans modernos não serão alienados pela rede.

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4 Correções

  1. Muito bem estruturada sua redação, meus parabéns. Não sei se é uma questão do espaço para escrita da plataforma, mas, a demarcação de parágrafos pode melhorar a estética do texto ( fui penalizada por isso uma vez), caso você tenha se atentado a isso mas, quando escreveu aqui, ficou dessa forma, desconsidere. Há também um deslize na grafia em “muito das vezes”, no terceiro parágrafo. Salvo isso, não percebi nenhum outro problema.

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  2. Introdução:

    No filme norte-americano “Show de Truman”, o protagonista Truman Burbank tem toda (1) a sua vida monitorada por câmeras e transmitida em rede nacional, sendo que essa realidade é desconhecida pelo homem. Ainda mais, (2) atualmente, a sociedade é composta por um contingente absurdo de Trumans (3),que tem a sua existência vistoriada no espaço cibernético, sendo facilmente manipulado e alienado aos preceitos de ideologias sociais, políticas e econômicas. Assim, faz-se necessário analisar os alicerces que sustentam esse estigma virtuaal (4) que não limita o público do privado, a citar, (5) o poderio governamental que apoia o quadro e a falta de conciência (6) característica da contemporaneidade, (7) no sentido de buscar descancar (8) tais bases prejudiciais.

    (1) “Tem toda” é uma expressão, que ao meu ver, atrapalha a estética textual, pois passa um ar de informalidade. Além disso, era desnecessário o uso do “toda” para o sentido da informação, uma vez que sem ele, compreende-se que se trata da vida do protagonista como um todo. Observe: “Tem toda a sua vida” e “tem a sua vida”, a primeira além de atrapalhar a estética, também passa uma ideia de redundância.
    (2) Como você citou de repertório uma narrativa, eu, particularmente, acho melhor um conectivo como “Fora da ficção”, pois conecta melhor o repertório com a problemática atual.
    (3) Creio que você tentou colocar o nome do protagonista no plural para representar várias pessoas da sociedade atual, certo? Então ficaria melhor se você expressase isso por meio de aspas. “Trumans”
    (4) virtual*
    (5) ficaria mais coeso a utilização dos dois pontos (:) em vez da vírgula
    (6) consciência*
    (7) expressão entre vírgulas
    (8) descansar*

    D1:

    A partir desse ponto, a não limitação do espaço individual, graças (1) ao fato do mundo estar inserido em rede, possibilita o desenvolvimento de ações involuntárias e automáticas manipuladas por grandes empresas capitalistas. Na obra “Vigiar e Punir”, do filósofo Foucault, é dito que o sitema (2) panóptico é empregado em sociedades para monitorar, influenciar e exercer poderes, ou seja, o povo é instrumento de ação daqueles indivíduos que detêm poderes. Analogamente ao “best-seller”, o cidadão que deixa se influenciar, é passivo às mudanças sociais e acredita que o meio virtual não oferece riscos para seus comportamentos, tenderá (3) a ser manipulado e tomar ações equivocadas. Logo, a ignorância para contestar discursos, programas sociais e governamentais que divergem ideais defendidos pela massa, prevalecem socialmente.

    (1) a expressão “graças” é utilizada para representar coisas positivas. No contexto, percebe-se que de trata de um aspecto negativo, portanto, sua utilização é errônea. O uso do “devido” cairia melhor nesse contexto
    (2) sistema*
    (3) a utilização do “tenderá” ficou estranha aqui, haja vista que anterior a ele não era uma oração apositiva. Observe: “O cidadão que deixa se influenciar por ser passivo às mudanças sociais e acreditar que o meio virtual não oferece riscos para seus comportamentos, tenderá…” Assim ficaria melhor.

    D2:

    Ademais, a permanência dessa vida fiscalizada é fortalicida (1) pelos ideias (2) da necessidade de manter um sistema econômico forte, o qual, muito das vezes (3) é previsível. Nesse segmento, segundo o escritor José Saramado em seu livro “Ensaios sobre a cegueira” é descrita uma sociedade utópica a qual apresenta: ” Cegos, cegos que veem, cegos que vendo, não veem”. Nesse panorama, o indivíduo, imerso em sí mesmo, não consegue se libertar do monitoramento de sua vida, que pela “Big Data”, tem todas as suas preferências expostas ao mercado e se transforma em um objeto que enriquece terceiros. Dessa forma, o cidadão, inserido nessa lógica, que desconhece a realidade apoiada pelo Governo, se transforma em submisso do sistema, reforçando que viver em rede apresenta malefícios.

    (1) fortalecida*
    (2) “pelas ideias” ou “pelos ideias” ??
    (3) “muita das vezes” deve ficar entre vírgulas

    Obs: foi muito utilizado “nesse” e “desse” e suas derivações. Isso atrapalha a fluidez da leitura

    Conclusão:

    Infere-se, portanto, que o limite entre o público e o privado precisa ter fundações feitas. Para tanto, o Ministério da (1) Ciências, Tecnologia e Inovações deve inserir a discussão acerca da indireta violação da privacidade, por meio da criação de documentos que autorizem ou não o uso de informações pessoais, aplicadas no mercado, que serão inseridos (4) na legislação de todo o território nacional, a fim de formar pessoas consciêntes (2) e menos manipuláveis . Quiçá (3), nessa via, os Trumans modernos não serão alienados pela rede.

    (1) das*
    (2) conscientes*
    (3) quiçá? Quiçá expressa incerteza. Numa proposta de intervenção você deve expressar certeza do que fala. Se até você tem dúvidas se a tua proposta vai funcionar, como a sua proposta terá credibilidade vista pelos outros?
    (4) Você já havia dito que as discussões seriam inseridas em algo, não precisava repeti-la novamente.

    Obs: o argumento central do seu D1 gira em torno de empresas que alienam as pessoas. Em D2, o argumento gira em torno da falta de conscientização de pessoas. Uma dica – que não é obrigatória: na proposta intervenção, você pode tentar intervir nos dois problemas que você citou nos desenvolvimentos. A exemplo de seu texto, você resolveu a falta de conscientização, mas e quanto as empresas manipuladoras? Uma das propostas é obrigatório que tenha os 5 elementos da conclusão, já a possível segunda proposta, pode estar incompleta dos 5 elementos.
    Claro, você não precisa seguir, mas traz coerência para o texto.

    C1: 120
    C2: 200
    C3: 160
    C4: 200
    C5: 160

    Total: 840

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  3. Otima redação, conectivos muito bons e diferenciados, usou uma alusao no começou e retomou ela no final, utilizou citaçao filosofica. Gostei bastante, somente atente-se às estrutura do parágrafo. Acho que poderia colocar dados específicos, como percentuais e pesquisas sobre tal assunto. Não sou muito bom na correçao, porém gostei demais da sua redação. Continue assim, mas se atente a parte estrutural da redação.

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  4. A Estrutura da sua redação esta ótima, bem explicada e sem fugir ao tema, parabéns. Apenas se atentar a estrutura do paragrafo que também notei, assim como a colega a cima. Não sou expert em correção de redação mas ao me ver essa esta perfeita. Continue assim. Usar esse filme como exemplo foi muito bom, tem uma critica social ótima referente a ter uma vida a base de entretenimento para os demais, assim como utilizar o trecho de um livro.

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