Violência urbana

Ao longo do processo de formação da sociedade brasileira, o crescimento urbano desordenado decorrente do acelerado processo de êxodo rural foi um importante fator responsável por desencadear graves problemas sociais. Nesse sentido, devido ao inchaço populacional, a infraestrutura das cidades não suportaram o volume exacerbado de pessoas. Diante disso, devido a tais fatores, a violência urbana tornou-se realidade no Brasil, sendo necessário analisar as desigualdades sociais e a falta de políticas públicas como motivos para a persistência deste imbróglio.

Em primeira instância, cabe evidenciar que as dificuldades da superação dos problemas sociais é um fator intrinsecamente ligado à violência. Sob essa ótica, a exclusão das classes inferiores faz com que as necessidades básicas dos cidadãos não sejam atendidas, tornando-os vulneráveis socioeconomicamente. Nessa perspectiva, herdeiro de um modelo escravocrata e autoritário, o Brasil moldou-se em meio à escassez de oportunidades e segregação, submetendo grande parte do corpo social a subempregos mal remunerados. Sendo assim, uma grande parcela de jovens, advindos de uma pobreza extrema acabam submetendo-se a criminalização devido à falta de expectativas e uma falsa sensação de melhora na qualidade de vida.

Ademais, vale salientar que a ineficácia de políticas públicas governamentais que visem a diminuição da violência em meio social contribuem para o aumento desta problemática, tendo em vista que o Estado aplica como forma de punição o encarceramento e prisões sem a ressocialização adequada, o que na prática, não funciona. Segundo o filósofo Thomas Hobbes em seu livro “leviatã”, a função estatal em relação a segurança pública é garantir a paz e a organização. No entanto, os preceitos de Hobbes não são seguidos na atualidade, de modo que a negligência do governo com o corpo social não contribui de forma efetiva para o combate da violência em meio urbano. Desse modo, enquanto as autoridades não se impõem de maneira eficaz a criminalidade estabelece regras de ética e conduta própria, assolando a população.

Portanto, medidas são necessárias para amenizar os índices de violência urbana no Brasil. Logo, cabe ao Ministério da Cidadania em parceria com empresas privadas de contratação de serviços implantarem cursos de qualificação profissional gratuitos para a população de baixa renda, por meio de encontros semanais em instituições de ensino com a presença de pessoas especializadas com a finalidade de oferecer oportunidades para que essa parcela possa abandonar os subempregos e melhorar sua qualidade de vida. Também é dever do Tribunal de Contas da União direcionar capital para a construção de salas de aula nos presídios nacionais, por meio de obras públicas visando oferecer um ensino hábil para que de que os detentos possam ter a chance de não retornarem ao mundo do crime após o cumprimento de suas penas. Assim, passos importantes serão dados na solução deste problema.

ALGUÉM PODE DAR NOTA DE ACORDO COM AS COMPETÊNCIAS