Vida urbana no século XXI: A cidade é para todos?

Se tratando do Brasil, o desenvolvimento dos grandes centros urbanos, está relacionado com os interesses individuais. Dada a necessidade de obter melhores condições para sobrevivência, mas que ao mesmo tempo evidenciam e amplificam as diferenças socioeconômicas presentes entres os grupos sociais, tornando assim o ambiente urbano ainda mais desigual.

Fazendo um comparativo da ocupação urbana entre os séculos XIX e XXI, nota-se que o grupo de indivíduos nessas áreas com renda mais elevada pouco se ampliou. Observando-se assim, uma concentração de recursos que de certo modo proporciona pouco desenvolvimento social coletivo. Fator esse que transmite a ideia de pressão social, devido as diferenças entre os modos de vida dos grupos presentes, que apresentam-se por meio de barreiras físicas e mentais.

Analisando junto a isso, o contexto histórico literário, pode-se mencionar a condição dos personagens presentes na obra “O Cortiço” de Aluízio de Azevedo, onde o autor exprime o modo de vida dos indivíduos com menos condições, que permanecem expostos aos mais diversos riscos de um ambiente urbano pouco estruturado, de modo a levantar o questionamento sobre o pertencimento do ser àquele ambiente. Que comparando com os grandes centros do Brasil atual, percebe-se ainda essa desorganização, provocada pela centralização de recursos, além da vinculação ao aumento no custo de vida, que proporcionam em determinadas situações na “migração forçada” dos menos favorecidos, para regiões distantes dos centros urbanizados.

Nota-se portanto, que os problemas relacionados as cidades atuais no Brasil, são condições acumuladas de situações menores do período de desenvolvimento, que tornaram-se mais evidentes com a má distribuição de renda e acomodação. Fatores esses, a serem considerados por órgãos do governo federal para contornar a problemática, avaliando incentivos público-privado de modo a não supervalorizar determinadas regiões, bem como desenvolver condições adequadas para moradias, com a finalidade de evitar a “migração forçada” para zonas de risco. Além de proporcionar métodos de melhor distribuição de renda por meio de programas que contribuam para aquisição de empregos, reduzindo assim os níveis de desigualdade.