Uso de telefone ao volante pelos motoristas no Brasil

   Após a Guerra Fria, a globalização das comunicações induziu a necessidade de modernização dos celulares e de outras tecnologias. No entanto, essas novidades do século XX se tornaram negativas, pois passaram a ser utilizadas de forma irresponsável. Dessa maneira, pode-se citar o uso de telefone ao volante pelos motoristas no Brasil como um problema de consciência tecnológica. Desse modo, a normalização dessa ação e a pouca discussão midiática de prevenção acerca do assunto são algumas pautas que dão continuidade a esse ato e, por isso, devem ser discutidas.

Em primeiro plano, é pertinente ressaltar que a naturalização de consultas ao celular no trânsito é um dos motivos dessa problemática ser veemente entre os brasileiros nos dias de hoje. Nesse sentido, o teórico da comunicação canadense Marshall McLuhan, afirma que o homem cria as ferramentas e essas recriam o homem. De fato, o pensamento do especialista se relaciona diretamente com o cenário contemporâneo do Brasil: a normalização e a dependência tecnológica, infelizmente, alterou o comportamento da população, pois, a execução de tarefas relativamente simples, como dirigir, se tornaram perigosas devido à desatenção e à falta de responsabilidade dos motoristas com o uso do telefone ao volante. Logo, é notório que medidas devem ser tomadas para solucionar o problema.

Em segundo plano, é válido, também, dizer que a utilização do celular durante a ação de dirigir é um grave impasse no país que ainda não possui a visibilidade midiática adequada. Essa realidade pode ser observada explicitamente: desde de a criação da Lei Seca há 10 anos – norma que proibi a embriaguez ao volante – o número de mortes por essa motivação caiu cerca de 14%, de acordo com o site “Revista Auto Esporte”, em decorrência de diversas campanhas e divulgações. Entretanto, lamentavelmente, dados do jornal “G1” apontam que o uso de telefone no trânsito é a terceira maior causa de mortes no Brasil. Dessa forma, é racional afirmar que a discussão de prevenções e soluções dessa instabilidade é, na maior parte das vezes, insuficiente, uma vez que é um problema que tende a crescer incontrolavelmente por não possuir a relevância da Lei seca para a sociedade.

Portanto, diante do exposto, cabe ao governo implementar modificações mais rígidas nas leis de combate ao telefone ao volante, por meio de um aumento no valor da multa para um salário mínimo, já que a falta de consciência tecnológica leva os motoristas à indiferença quanto aos riscos desse ato, e, assim, podem avaliar a gravidade. Em adição a isso, o Ministério da Infraestrutura deve mobilizar com o Departamento Nacional do Trânsito projetos de conscientização contra essa instabilidade, como palestras e propagandas, por intermédio das mídias, uma vez que essas possuem grande alcance social. Por fim, esses itens tem como intuito diminuir a utilização de celular no trânsito brasileiro