Uma proposta boa demais pra ser verdade.

A produção espanhola “Sky Rojo”, exibida pela plataforma de Streaming “Netflix”, aborda no decorrer dos episódios, o sequestro e tráfico de mulheres para fins de prostituição. Agora, trazendo para o âmbito brasileiro, o tráfico de pessoas é um assunto ainda muito pertinente no século vinte e um, apesar da fraca repercussão, ele ainda causa muitas vitimas, seja através de promessas fraudulentas ou pela ausência de conhecimento dos direitos trabalhistas.

Por exemplo, ainda em “Sky Rojo”, Gina, uma das protagonistas, foi vítima de uma proposta de emprego falsa. A personagem em questão tem origem cubana, e ainda em seu país natal, foi-lhe ofertada uma suposta vaga como camareira na Espanha. Ela, pensando no bem-estar de sua mãe e filho, aceitou a vaga e embarcou, mas quando em território espanhol, descobriu estar presa num esquema de prostituição. No Brasil, o tráfico funciona de uma forma parecida: uma oferta boa demais para ser verdade, acaba sendo uma verdadeira enrascada, e por medo, as vítimas não denunciam. Recentemente, houve um caso, exposto pelo Ministério de Relações Exteriores, em que um grupo de mulheres brasileiras foram vítimas de tráfico sexual, em que o criminoso as oferecia a chance de tornarem-se estrelas do k-pop na Coréia do Sul, quando na verdade, ao chegarem ao país, foram trancafiadas e vendidas como escravas sexuais.

Ainda nessa questão, uma palavra que têm ganhado bastante popularidade nos últimos anos é o termo “neo-escravismo”. O neo-escravismo e o tráfico de pessoas estão diretamente relacionados, visto que o primeiro trata-se de condições de trabalho que ferem os direitos humanos e os direitos trabalhistas assim como o primeiro. Em países em desenvolvimento, existe uma procura muito superior a oferta, resultante em desigualdade social e pobreza absurdas, e diante dessas condições, a classe baixa, que desconhece de seus direitos trabalhistas, vê-se obrigada a aceitar todo e qualquer tipo de emprego capaz de saciar suas necessidades básicas como ser humano. São essas pessoas que acabam por se tornar vítimas do tráfico e do neo-escravismo.

Em vista dessa grave questão, é correto afirmar que depende do desempenho do Estado em diminuir a pobreza, e a desigualdade social, assim como reforçar a fiscalização de tais ilegalidades e, em conjunto dos principais Ministérios, elaborar uma maior divulgação dos principais direitos trabalhistas e como denunciar infratores desses direitos. Além disso, cabe as mídias reproduzir e informar como prevenir-se desse mal.