Na semana em que comemoramos mais um Dia Internacional da Mulher, temos uma oportunidade valiosa de lançar um olhar a um contingente que orbita bem de longe os grandes centros decisórios ocupados hoje pelo feminino: a mulher do meio rural. De acordo com a Pnad 2013 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), há 14,8 milhões de mulheres vivendo na zona rural contra 89 milhões na zona urbana. O agronegócio é a modalidade econômica que envolve a cadeira produtiva agrícola e/ou pecuária e tem como características a presença maciça de homens. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA em 2018 dão conta de que houve um aumento de 8,3% de mulheres no agronegócio entre 2004 e 2015; 81% delas morem em cidades. O restante 19% que mora na zona rural efetivamente respondem por parte dos quase 15 milhões de mulheres que vivem no campo. Nesta população estão também aquelas que são a força braçal que faz a terra produzir e podem ou não ser proprietárias da sua lavoura ou pastagem. O perfil da mulher que vive na zona rural tem se modificado e ganhado maior relevância e variedade.
Considerando-se o contexto rural sob a perspectiva histórica de quando o homem fixou-se na terra, é importante lembrar que foi a mulher que descobriu o poder da semente e assim a terra pode ser cultivada. Porém, sabe-se que a força de trabalho feminina no campo sempre andou a reboque de um claro predomínio masculino e manteve-se perto do imobilismo. Enquanto isso, nas cidades, a divisão de trabalho advinda da exploração na Revolução Industrial de meados do século XVIII trouxe uma especialização laboral acelerada tanto para homens quanto para mulheres, com retornos financeiros desiguais, diga-se. Com bastante atraso, então, podemos saudar um avanço de mulheres nos negócios do campo, assumindo vagas e construindo lideranças importantes que refletem o que já está consolidado nas cidades. Contudo, o ponto de partida de parcela destas mulheres se deu a partir de heranças de terras ou rebanho. Para manter o patrimônio, investiram em estudo e tecnologia e enfrentaram o machismo estrutural do campo.
Todavia, no espectro oposto, outra porcentagem de mulheres com pouca escolaridade e parcas posses sobrevivem no extrativismo, pesca, atividades comerciais locais, ribeirinhas, quilombos e pecuária e assistem as oportunidades desaparecerem. Este grupo que não frequentou os bancos escolares luta por políticas de desenvolvimento integradas e acesso a financiamentos para se estabelecerem em suas terras.
Torna-se evidente, portanto, que a tomada de consciência da mulher do campo mobiliza perfis diversos. É crucial uma retomada do protagonismo da Bancada Feminina na Câmara dos Deputados com a propositura de leis e emendas que priorizem o acesso ao crédito à mulher do campo para que ela possa obter seu sustento e ter excedente para girar o negócio. Além disso, para avanço no resguardo dos direitos de todas, ONGs e associações civis locais, em consonância com autoridades da segurança pública, devem proteger as mulheres do campo em suas lutas diárias contra o machismo estrutural arraigado do meio rural. Se feitas tais medidas, a mulher do campo, em todos os seus perfis, poderá alcançar bem-estar e proteção digna para exercer seu trabalho e sua cidadania.
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A sua introdução ficou com excesso de informações e sem uma abordagem em cima delas.
O seu desenvolvimento não ficou claro, você precisa estruturar melhor, uma dica é organizar as informações de modo que fique claro o que você está a favor ou não.
A sua proposta de intervenção ficou excelente,continue assim!!
bicodeviuva
Fala Magali.
Sua introdução ficou muito focada em jogar informações, e não houve necessariamente uma abordagem em cima delas, deixando ela massiva de informações e dados, como se fossem apenas jogados. Aliás, não pude deixar de notar que você corrigiu minha redação. Acho que ficou claro para você o que se espera da introdução. Contextualização + problematização + tese.
Além disso, seu primeiro desenvolvimento prolongou-se demais e, apesar de ter tópicos muitos pertinente ao temas, achei que você não soube utilizar bem das informações para fazer um boa argumentação, parecendo que você apenas jogou as informações.
Ademais, seu segundo desenvolvimento tem características muito semelhantes ao primeiro, em que há o recorte de tópico pertinentes mas não observo uma argumentação consistente guiado pelo recorte temático.
Quanto a sua intervenção, gostei bastante, ficou bem construída. Detalhou bastante o que deve ser feito.
SUPER DICA: Foque em desenvolver um esqueleto de texto(não é um modelo pronto) que lhe ajude a guiar seu texto. Com um com esqueleto, você será capaz de organizar melhor suas ideias, além de dar maior qualidade estrutural ao seu texto.
Não esqueça que um bom projeto de texto é definidor para uma boa produção textual.
Magali
Muito obrigada, vou investir em um projeto de texto, sim. Como a proposta é bastante ampla, fazer um recorte que embase uma tese requer um bom treino pois é muito fácil incluir, mas muito difícil cortar. Contextualizar>problematizar>tese é um ótimo caminho, vou estudar esse paradigma. Estou acompanhando também suas correções.