Trinta Anos de Neoliberalismo

A desindustrialização pode ser vista como o processo de diminuição do poder industrial de um país ou região. Esse processo, que já ocorre no Brasil há três décadas, é fruto, principalmente, do neoliberalismo – herdeiro da Revolução Industrial –, que enfraquece a economia nacional, e da carência de investimentos na ciência e tecnologia nacionais. Logo, uma maior participação do Estado em tais setores se mostra necessária.

Nesse contexto, o neoliberalismo defende um Estado que não interfira nos processos econômicos, deixando que a “mão invisível” do mercado tome conta disso. Nos anos 90, a implementação dessa ideologia levou à diversas privatizações de estatais brasileiras e à adoção do modelo de economia aberta, sem políticas protecionistas para o mercado interno. Isso fortaleceu empresas estrangeiras e desmontou gradualmente empresas nacionais, mostrando que a presença do Estado fez falta na economia.

Somando-se a isso, o baixo investimento na ciência e tecnologia nacionais, ocasionando a falta de inovações nessas áreas, perpetuam a dependência industrial à qual o Brasil se encontra em várias áreas, transformando-o majoritariamente num importador passivo. Isso gera, ainda, a migração de profissionais brasileiros para países mais desenvolvidos e com melhores oportunidades empregatícias. Assim, se mostra indispensável uma maior preocupação governamental no ramo científico e tecnológico para haver um impacto direto na economia.

Portanto, visando a recuperação industrial brasileira, O Ministério da Economia deve, em conjunto com o Poder Executivo, implementar medidas que, respectivamente, combatam o neoliberalismo e estimulem pesquisas e inovações científicas e tecnológicas. Isso deve ocorrer por meio de parceria entre o Ministério da Economia e empresas, com a adoção de medidas intervencionistas que regulem a economia nacional e faça girar o capital financeiro, além de uma maior taxação de impostos para os mais ricos. Paralelamente, o Poder Executivo deve utilizar a nova arrecadação tributária para investir na ciência e tecnologia, através de mais bolsas em universidades, institutos de ciência e tecnologia, além de financiar empresas que atuam no setor de pesquisa dessas áreas. Tais medidas farão o Brasil recuperar seus trinta anos perdidos.