Tributação que reforça desigualdades

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“Dai a César o que é de César” – a citação atribuída a Jesus pelo evangelista Mateus é uma das fontes históricas que evidenciam a existência de impostos desde tempos remotos da humanidade. Com o desenvolvimento do Estado Democrático Moderno, os impostos ganharam contornos éticos. Devem garantir as atividades de um novo arranjo de Estado, que fortemente influenciado pela teoria contratualista, pauta-se pela boa organização da sociedade e para o interesse coletivo, manifesto na Constituição e nas leis.

Partindo dessa premissa da finalidade da tributação, ao analisarmos o sistema tributário brasileiro, percebe-se uma distorção. A tributação que deveria garantir o papel do Estado, torna-se um meio de acentuar as desigualdades entre os seus cidadãos. O sistema tributário apresenta um peso maior sobre as classes mais pobres e contribui para o aumento das desigualdades sociais. E, isso tudo, a despeito de uma má avaliação que a sociedade faz acerca do retorno dos impostos pagos.

Dados divulgados pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) evidenciam o caráter regressivo do sistema tributário brasileiro. Quanto maior a faixa de renda, menor é o seu comprometimento com tributos, revelando um peso maior dos impostos sobre os mais pobres. Pagam-se, proporcionalmente, mais impostos quem tem menos recursos num país de desigualdades sociais históricas.

Embora, a tabela do imposto de renda seja progressiva, esse peso maior da tributação sobre os segmentos menos abastados, explica-se porque atualmente metade da tributação do Brasil, segundo dados da OCDE, está concentrada no consumo e não na renda. Como a maior parte da população ganha em torno de um salário mínimo, o qual é suficiente apenas para subsistência, a maior parte da renda desse segmento serve para pagamento de água, luz, cesta básica, energia e aluguéis. Por conseguinte, esses itens apresentam impostos embutidos, evidenciando assim a maior proporcialidades da tributação sobre as camadas mais baixas de renda.

Urge a necessidade de readequação do sistema tributário brasileiro. O Congresso, formado pelos representantes do povo, poderiam reformar a legislação tributária do país de modo a se corrigir essa distorção. Poderia ser regulamentado o artigo da Constituição que trata da tributação de grandes fortunas, que carece há décadas de lei complementar, de modo a equilibrar a carga tributária.  Essa readequação tributária também poderia prever a criação de faixas de isenção de imposto em itens que pesam mais no orçamento das classes mais baixas, tais como luz, água, aluguel e gás, de modo a minimizar os impactos da tributação sobre este segmento social.

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2 Correções

  1. Excelente redação! Soube separar com êxito as estruturas da redação, foi sucinta e objetiva no desenvolvimento. Na conclusão soube propor ações pertinentes para solucionar os questionamentos levantados na introdução.
    Favor corrigir a minha redação:
    https://psalm.escreveronline.com.br/redacao/redacao-de-concurso-nao-e-do-enem-https-blog-grancursosonline-com-br-concurso-pcdf-prova-discursiva-temas/

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  2. Sou estudante também, mas vou tentar ajudar!!!

    Sua redação está boa, porém senti falta de uma detalhamento em algumas partes do texto, principalmente na proposta de intervenção (meio e detalhamento não foram feitos).
    Um alerta é acerca de fazer 5 parágrafos não é proibido, porém assim o detalhamento de cada parágrafo de desenvolvimento fica vago, mas se tu conseguir desenvolver bem o tema em 5 linhas desconsidere

    Espero ter ajudado!!!🥰

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