Tragédias causadas por chuvas e enchentes: catástrofes naturais ou irresponsabilidade humana?

O insigne poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade, em seu poema “No meio do caminho”, retrata, de modo figurado, os obstáculos que o ser humano encontra ao longo de sua vida. Análoga à obra de Drummond, pode-se associar tais obstáculos às tragédias causadas por chuvas e enchentes na sociedade brasílica. Assim, é profícuo analisar a displicência estatal e a irresponsabilidade humana que fomenta o revés. 

Mormente, é imperioso destacar a negligência governamental como peça-chave do empecilho. Destarte, o sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, desenvolveu o conceito “instituição zumbi”, segundo o qual algumas instituições apesar de existirem, perderam sua função social. Consoante ao pensamento de Buaman, o Governo ao não disponibilizar capital para ter uma reforma urbanística, visando abrandar as catástrofes ambientais, como, enchentes e alagamentos, está agindo conforme a máxima do sociólogo, e essa indiligência, consequentemente, faz com que os cidadãos que residem nesses locais, terem um maior risco de perderem suas casas ou suas vidas. Logo, é crucial que medidas diligentes sejam capazes de atenuar o imbróglio. 

Outrossim, a incúria humana em relação as tragédias ambientais, atua como coadjuvante no óbice. Nesse viés, o filósofo alemão, Hans Jonas, pontua que os indivíduos devem agir de maneira correta para garantir a permanência da vida na terra.  Entretanto, essa ideia é refutada na nação brasileira, por diversas atitudes exíguas de substancial parcela da população, como descartar lixos nos rios, ocasionando enchentes, desconsiderando os efeitos negativos que essa conduta traz. Por isto, enquanto esse cenário permanecer vigente, difícil será resolver o impasse. 

  Infere-se, portanto, que medidas precisam ser postas em vigor para mitigar o problema. Urge, dessa forma, que o Governo Federal – órgão responsável por todo o desenvolvimento nacional – promova reformas urbanas, por meio de verbas governamentais, como uma das ações da reforma, a implementação de construções eficientes de drenagens, tem por fim abrandar os efeitos da chuva que causa alagamentos e enchentes. Ademais, ao Governo por meio das mídias deve debater junto com a sociedade sobre formas de prevenção do meio ambiente. Somente assim, nota-se um país na qual o Estado e o tecido civil, sabem preservar a natureza e a ideia de Hans Jonas poderá ser contestada.