Trabalho na adolescência

De acordo com uma alteração na Consolidação das Leis do Trabalho feita em 2000, crianças e adolescentes de até 14 anos são proibidos de trabalhar. Entre 14 e 16, o trabalho é permitido apenas na condição de aprendiz. 

Retomando os tempos da Grécia Antiga havia uma palavra que definia o estado de comodidade e descanso contínuo, essa palavra era ócio.

A palavra negócios teve sua origem a partir da revolução industrial, uma vez que significa “negar o ócio”, ou seja, produzir e contribuir para o sistema que gira em torno da venda do trabalho.

O argumento que é predominante em nossa sociedade, é de que o trabalho pode desenvolver responsabilidade, estimular o jovem para sua vocação e diminuir a chamada “ociosidade”. Jovens são pressionados pelos pais e pela multidão de pessoas que apoiam, às vezes involuntariamente, o sistema na qual vivemos que explora o proletariado assim que percebe sua instabilidade econômica, o sistema capitalista.

A psicóloga especializada em adolescentes Claudia Stella, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, concorda que, para os jovens, o trabalho a partir dos 16 ou 17 anos pode trazer vantagens. “O adolescente com essa idade pode passar a olhar as coisas de outra forma, adquirir novas perspectivas.”.

No entanto, existem opiniões divergentes que se baseiam no princípio de que a adolescência é prejudicada em fatores educacionais, já que, portanto, o estudante deixa de completar seu ensino ou tenha seu tempo de estudos reduzido quase completamente pelo trabalho. Uma vez que as leis que protegem a educação brasileira não são sucedidas na prática.

Para Frida Marina Fischer, professora da Faculdade de Saúde Pública da USP e pesquisadora do tema trabalho na adolescência, o ideal é que os jovens deixem para trabalhar após a conclusão do ensino médio.

Eu pessoalmente acredito que o trabalho no período da adolescência não deveria ser estimulado, tendo como base o déficit no desenvolvimento escolar, físico e social do jovem que ainda não está pronto para ingressar no mercado de trabalho.  Compreendo que há famílias que dependem de uma renda extra, mas esse problema não deve cair sobre adolescentes que devem ter como prioridade estudar e encontrar sua vocação através do ensino.

Portanto, devemos desconstruir essa ideia de que o jovem que não trabalha não está cumprindo obrigações, estimular o interesse no aprender para que o número de jovens concluintes do ensino regular cresça exponencialmente, proibir o trabalho antes dos 18 anos com leis mais eficazes e combater a exploração do trabalho em qualquer idade.