Tema: Violência Infantil (Corrijam Modelo Enem)

No decorrer do filme estadunidense “Marcas do Silêncio”, é narrada a história de Ruth, uma jovem que é constantemente violentada pelo padrasto. Diante disso, é possível relacionar a obra com o Brasil hodierno, haja vista que muitas crianças e adolescentes sofrem violência diariamente. Dentro desse contexto, há dois importantes fatores que precisam ser considerados: a ausência de denúncias em casos familiares, e o desleixo do Estado, em alguns casos, com os direitos assegurados pela Constituição.

Mormente, é notório salientar que grande parcela dos casos de violência infantil, tem origem de dentro da residência da vítima, acarretando em dificuldade para a detecção do óbice por familiares e conhecidos. Segundo os dados da Secretária dos Direitos Humanos, cerca de 70% dos casos de violência contra crianças e adolescentes se originam na casa da vítima ou do agressor. Nesse viés, com a demora da realização das denúncias, muitos indivíduos tendem a ser violentados por longos períodos de tempo, como o caso da menina de dez anos que foi estuprada durante quatro anos pelo tio, no estado do Espírito Santo. Desse modo, é gerado, por consequência, diversos problemas físicos e psicológicos para as vítimas, como a depressão e a gravidez na infância.

Ademais, é inegável a falta de amparo dos regentes com os sofrentes da violência infantil. Embora a Constituição Federal de 1988, defenda o direito ao bem estar social, em muitos casos isso não acontece, vide que, muitos municípios não possuem estrutura e investimentos suficientes para acudir, de forma gratuita, as vítimas da problemática, por intermédio de psicólogos e medicamentos. Tal fato vai ao encontro daquilo defendido por Gilberto Dimenstein em seu livro “Cidadãos de Papel”, no qual diz que, quando os direitos legislativos não são cumpridos, ocorre uma falsa sensação de cidadania. Dessa forma, se torna mais difícil a superação do trauma por parte das crianças e adolescentes.

Portanto, medidas são necessárias para mitigar o quadro atual. Logo, cabe ao Ministério da Cidadania promover o amparo necessário para as vítimas e as famílias, por meio de maior distribuição de verbas para as cidades realizarem a abertura de clínicas que ajudem psicologicamente e fisicamente essas pessoas, além de palestras e seminários nas escolas, para informarem aos pais e jovens sobre a importância da denúncia e da maior atenção com as reações das crianças, com o fito de detectarem mais facilmente os casos, e erradicar o problema. Assim, haverá menos casos como o de Ruth em “Marcas do Silêncio”