Tema: Valorização do idoso

Na obra “Utópia” do escritor inglês Thomas More, é retratado  uma sociedade perfeita, na qual corpo social padroniza-se pela ausência de problemas e conflitos. De modo contrário, a sociedade hodierna brasileira não condiz com a descrita por More, como visto a partir do alto índice de idosos que sofrem desvalorização no país, fator que os invalida. Com base nesse viés, é válido discutir a importância do ato de valorização para o grupo idoso, bem como o principal entrave que impede de tantas pessoas ainda não pratiquem o tal.
      Com efeito, nota-se que a importância da valorização para a parcela idosa se relaciona com a sua alta capacidade de proporcionar um sentimento de cidadão ativo e pertencento. Tal situação ocorre, porque, esse sentimento é escasso entre o grupo, visto que, desde 1500, propaga-se um ideal de invalidação entre os idosos, onde os escravos mais velhos eram altamente descartados pelos seus senhores por não acrescentarem mais na mão de obra servil e gerarem despesas. Logo, essa comunidade faz alusão ao “estado de bases frágeis” dito pelo economista Caio Prado Júnior: não se sentem pertencentes nem ativos na sociedade. Desse modo, a valorização do Idoso funciona como uma espécie de âncora para uma parcela social com constante sentimento de exclusão, e afirma diretamente que os idosos são importantes. 

    Ademais, o principal entrave que impede que a valorização do Idoso não seja praticada, é o perfil mercadológico brasileiro, o qual acaba por descartar o que não traz lucro. Isso ocorre, porque, assim como dito pela socióloga Simone Beauvoir em sua teoria da descartabilidade social-o sistema capitalista investe apenas no que é lucrativo, isso inclui descartar o que não  gera renda. Assim, como o idoso não faz parte da população economicamente ativa (PEA), cria-se um ciclo de descartabilidade e negligência, contrariando a garantia dos direitos fundamentais de um povo dito pelo jornalista Gilberto Dimenstein, o de ser minimamente valorizado.
    Destarte, a questão da desvalorização do Idoso deve ser sanada. Para isso, é necessário que o poder público reforce campanhas e leis de reconhecimento a esta comunidade. Tal ação deve ocorrer por meio da criação de um projeto nacional de inclusão anciã, a qual irá promover, nas principais redes televisivas, como a Globo, campanhas publicitárias que detalham os direitos e a importância do Idoso para uma sociedade igualitária, estes irão ocorrer entre todos os comerciais vigentes para ressaltar sua importância.  Isso deverá ocorrer a fim de formar cidadãos que, cientes dos seus deveres e direitos formem juntos a tão sonhada sociedade “Utópica” dita por More.