Na obra “O Cidadão de Papel”, do escritor paulista Gilberto Dimenstein, é apresentado um cenário no qual os direitos constitucionais são negados pela negligência do Estado na execução das leis, construindo, com isso, a cidadania de papel, ou seja, a falta de implementação da dignidade humana. Paralelamente, na realidade atual brasileira, o quadro apresentado no livro aproxima-se da contemporaneidade, uma vez que a sociedade não respeita os idosos e suas regalias. Assim, faz-se imprescindível analisar os alicerces que sustentam a persistência da ignorância no respeito ao direito da população idosa, a citar, sobretudo, a estigmatização da velhice, a qual incentiva a exclusão social dos idosos.
Sob esse viés, insta salientar, a princípio, os estigmas sobre as pessoas mais velhas como uma causa do desrespeito às regalias dos idosos. Nesse sentido, consoante ao cordel “Diversidade” de Bráulio Bessa, o maior desafio hodierno não são as diferenças, mas o preconceito que se instala na civilização brasileira, o qual delimita as desigualdades e determina a incompreensão do fundamento legislativo. Analogamente, a idealização pré formalizada contribui para a insuficiência na imposição do respeito ao direito da corporação acima de sessenta anos, visto que impede a formalização na garantia social da moralidade por incapacitar a aceitação das características individuais – a qual mobiliza a igualdade e afasta a cidadania de papel do âmbito contemporâneo. Logo, o respeito aos idosos será possível quando houver um reconhecimento não estigmatizado desse grupo.
Por conseguinte, tais estigmas corroboram para a exclusão dos idosos no Brasil pela incapacidade na identificação de seus direitos. Nessa perspectiva, na série norte-americana “Outer Banks”, por exemplo, a característica que sintetiza essa atitude universal é a variedade socioeconômica, na qual as classes mais pobres são excluídas das garantias da cidade. Embora ficcional, a narrativa retrata a atualidade brasileira no que se tange à inclusão dos idosos, haja vista que eles não têm acesso aos direitos previstos na Constituição Cidadã, como a saúde, pois o Governo Federal ignora as leis, afastando o respeito – o qual pode impulsionar a inclusão de grupos sociais – e constituindo “cidadãos de papel”, isto é, aqueles que não têm suas regalias disponíveis na execução. Dessa forma, a legislação necessita ser colocada em prática para idealizar o respeito e as garantias aos idosos.
Portanto, é mister o incentivo na formação do respeito ao direito dos idosos. Para isso, urge que o Governo Federal coloque em prática a Carta Magna, que esclarece as regalias para a parte populacional idosa, por meio de investimentos na educação – a qual constitui o respeito – a fim de promover a inclusão social de pessoas mais velhas pela destituição dos estigmas que, segundo Bráulio Bessa, caracteriza os problemas do século XXI. A realização constitucional será concebida, também, pela sociedade, que contornará a ignorância e instituirá o altruísmo. Desse modo, o Brasil não irá se enquadrar no cenário descrito por Gilberto Dimenstein.
Maria Eduarda Oliveira Silva
Bom dia Matheus Mello, sua redação conta com diversos exemplos, o que da base ao texto, gostei muito. Acredito que você poderia melhorar a questão de repetição de palavras, e ideias, pois você apresenta a mesma coisa em diversos pontos do texto, tornando-o repetitivo e cansativo. Fora isso, está muito bom, parabéns.