Tema: Quais as consequências do analfabetismo funcional para a sociedade?

                  Segundo o escritor Rubens Alves, “ O Brasil é um país de analfabetos, os quais sabem ler, mas não leem”. Tal comentário aborda uma realidade triste da sociedade: a expressiva quantidade de analfabetos funcionais, ou seja, de cidadãos que, embora sejam alfabetizados, encontram dificuldades em interpretar textos. Dessa maneira, os efeitos do citado são preocupantes, uma vez que torna o indivíduo passível de manipulação, não só em um âmbito que gere consequências individuais, como também, sociais.

              A princípio, o analfabetismo funcional tem um efeito imediato na vida das pessoas, pois, por causa da dificuldade de compreensão, elas tornam-se “alvos fáceis” para interesseiros e golpistas. À vista disso, é pertinente trazer o fato de que a grande maioria dos contratos são feitos de maneira escrita, assim como a leitura e a aceitação das cláusulas é de responsabilidade do outorgante. Nesse sentido, os sujeitos supramencionados podem vir a ser manipulados a assinar algo que não querem, por exemplo, ora uma taxa de juros exorbitante, ora alguma exigência de difícil interpretação, porque não perceberam isso antes de assinar. Logo, o primeiro efeito dessa adversidade é transformar suscetível a golpes esses indivíduos.

            Ademais, uma outra consequência do analfabetismo funcional é a dificuldade que esses cidadãos têm em fazer escolhas conscientes de seus representantes. Acerca disso, é oportuno apresentar a máxima, do filósofo Sócrates ,“Só sei que nada sei” para explicitar essa tese, já que esse discurso mostra que o indivíduo sempre tem que buscar o conhecimento. Nessa lógica, o analfabetismo funcional contraria a ideia do pensador, dado que, apesar de existir inúmeros modos de ir em busca do entendimento, a maioria dos conteúdos encontram-se em textos, tais como a história do país. Por consequência, quem tem esse problema pode ser facilmente manipulado a eleger pessoas baseadas em falsos discursos, visto que encontra dificuldades para se informar sobre os assuntos, o que gera um problema social, se a maioria for influenciada. Por fim, o segundo resultado desse problema é tornar custoso o ato de escolher representantes.

          Medidas, portanto, precisam ser feitas para resolver essa adversidade. Desse modo, o Ministério da Educação, em parceria com as instituições privadas, deve fazer aulas de interpretação. Sendo assim, por meio do abatimento de alguns impostos das faculdades, elas abririam turmas gratuitas para interessados e, tanto disponibilizariam classes sobre os tipos textuais, quanto trabalharia a compreensão, até que os sujeitos inscritos possam entender sozinhos. Com a intenção de diminuir os impactos diretos na vida dos analfabetos funcionais, bem como os problemas para toda a sociedade.