corrigir a redação no estilo FUVEST e não do ENEM.
Na história do Brasil, a participação política sempre foi excludente. Marcada pelo patrimonialismo e elitismo, a nação foi comandada por quem dominava, no sentido econômico, sendo moldada de diversas formas no passar do tempo. Na colônia foi o sistema branco-escravocrata, na primeira república foi o coronelismo e no hoje é a repetição de que o comprometimento cidadão, como parte do fazer político, é dispensável, quando, na verdade, é o contrário. Tal ato é uma tentativa de minar o interesse popular, perpetuando uma visão de “politicagem” como banal.
A exclusão de grupos sociais sempre foi parte da política. Foi dessa forma que poucos se perpetuaram no poder público, ignorando mazelas e transformando o seio brasileiro em ambiente desigual. Essa afirmação é confirmada pelo historiador José Murilo de Carvalho, que afirma: “nossa república nunca foi republicana”. Desse modo, a fala expõe um “republicismo” não completo/perfeito, fruto da não integração de todos na fabricação das políticas nacionais, gerando uma governabilidade que não é representativa do povo, uma vez que governantes, oriundos de uma mesma parcela, vão ser muito mais próximos dos interesses próprios que dos gerais. Assim, a população abastada e excluída, ao enxergar um Estado não representativo de modo prático, internaliza e aceita a ideia, alimentada historicamente como já supracitado, de que a participação nas práticas de elegibilidade, e da reflexão que ela traz, como não necessária. Logo, seu interesse nela é diluído.
Contudo, tal perspectiva, que enxerga uma parte tão importante da interação humana em sociedade como superada, é incorreta. O estar presente e consciente dentro do entender político é necessário. Paulo Freire, educador, enuncia isso ao escrever, em seu livro “Pedagogia do Oprimido”, que o ensino é uma forma de libertar o indivíduo ao torna-lo um ser com consciência perante seu contexto. Dessa forma, notar o seu redor é identificar ausências, problemas e acertos, tanto nos outros quanto no ambiente — que embarca urbanização, estruturas, eficiências — e, por conseguinte, a cobrança ativa e organizada da prática política. Porém, a internalização do pensamento do “é bobagem” impede que o cidadão se perceba como agente dentro de um mundo urbano, inserido em um Estado, e que, consequentemente, interage com outros cidadãos. Comportamento paradoxal, visto que são tais características que fazem o homem ser, por natureza, um animal político, como afirmado pelo filósofo Aristóteles, pois o humano é um animal de comunidade, e essa só existe a partir de regras, leis e morais de convivência definidas pelos que ali estão — o que, na prática, também é uma linha da política.
Entender o próprio cotidiano como ação efetiva é importante. É perceber que a vida social, regida por moralidades jurídicas e coletivas, é, em sua essência, um condicionamento do universo político. Então, é inevitável fugir dele. Não se trata apenas de ser ou não dispensável, trata-se de ser parte do viver; é essencial.
Shu
Olá. Abaixo segue a correção da sua redação:
– 1° parágrafo: No primeiro parágrafo, ficou um pouco confuso e há erros ortográficos e de acentuação, nos trechos: “no sentido econômico”, “Na colônia (,) foi o sistema branco-escravocrata…”,”(e) na primeira república foi o coronealismo…”, “no hoje (,) é a repetição de que…” e “Tal ato(,) é uma tentativa…”. Além disso, evite verbo no gerúndio, como no verbo “perpetuando”. Mas, colocar o contexto histórico, ficou muito bom!
– 2° parágrafo: Ficou ótimo a introdução do segundo parágrafo. Mas, há erro como na palavra “republicismo” que é “republicanismo” e em “supracitado” que é “supracitada”.
– 3° parágrafo: Ficou muito bom, em relacionar o livro Paulo Freire. Mas, gá alguns erros e eles são: “torna(á)-lo”, “notar o seu redor (,) é identificar”, “e da (na) prática” e ” cidadão se (X) perceba como agente”.
– 4° parágrafo: No trecho: “Não se trata apenas de ser ou não (ser) dispensável”.
Modo geral: Os parágrafos ficaram de tamanho muito desigual. Mas, ficou excelente sua redação! Continue assim!