Tema: Os obstáculos do Tratamento do Autismo no Brasil

A série “Atypical” busca retratar os desafios enfrentados na convivência de Sam, um jovem autista, consigo mesmo e com o mundo. Fora da ficção, é perceptível que pessoas detentoras do transtorno do espectro autista possuem limitações de contato devido a dificuldade de interação. Nessa perspectiva, a ausência de professores capacitados e o despreparo da saúde pública brasileira geram obstáculos para o tratamento desse transtorno grave.

Em primeira análise, é indubitável que a escola é a precursora da formação, socialização e interação humana. Nesse viés, a transformação desse espaço em uma Instituição Zumbi – conceito proposto por Zygmunt Bauman designado a modificação de uma entidade que descumpre o papel que é destinada a exercer – ocasiona impasses para a inserção de pessoas autistas nesse espaço. Por esse ângulo, a escassez de cursos de capacitação na área escolar indicados aos professores da educação básica remetem a inexperiência para o acompanhamento de cidadãos autistas que necessitam de assistência para exercitar a integração na sociedade. Desse modo, o recurso terapêutico voltado à convivência social encontra impasses resultantes da ineficiência para lidar com tais pessoas no âmbito escolar no qual o desenvolvimento de habilidades é o princípio básico.

Ademais, o tratamento baseado em caráter biológico é primordial para que uma melhor qualidade de vida seja atingida. Dessa forma, a Constituição Federativa do Brasil garante que todos devem ter acesso à saúde pública. Esse acesso é garantido desde 2012 para que as pessoas autistas possam ter atendimento adequado à condição apresentada. Contudo, a sistema de saúde brasileiro enfrenta problemas diários para acometer pessoas que necessitam de uma atenção especial. Nessa lógica, a precariedade do atendimento público implica no desenvolvimento de tratamentos médicos para os autistas. Nesse sentido, obstáculos como a falta de profissionais qualificados, longas filas de atendimento e a carência de recursos voltados à essa população geram a ineficácia do sistema de saúde para essa problemática.

Em suma, pessoas com transtorno do espectro autista buscam diariamente viver transcendendo as barreiras impostas pela sociedade. Cabe ao Ministério da Educação, responsável por balizar as questões das matrizes de ensino, inserir cursos gratuitos para professores na escola primária por meio de uma parceria com o Ministério da Saúde, a fim de que crianças autistas possam ter uma educação de excelência juntamente com acompanhamento médico. Logo, será possível que os desafios enfrentados por Sam em Atypical possam ser amenizados na realidade brasileira.