Tema: os desafios atuais da imigração no Brasil

Ao longo do processo de formação da sociedade, a imigração tornou-se uma necessidade para aqueles que não encontram os direitos humanos como base de estruturação social em suas civilizações. No século XX, durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, o povo judeu tinha a obrigação de sair dos países aliados à Alemanha para não ser levado às drásticas condições de morte vivenciadas pelo massacre da guerra. Nesse sentido, no Brasil contemporâneo, a imigração faz-se eminente para as pessoas que procuram uma qualidade de vida e justiça pela igualdade, os quais, entretanto, se deparam com desafios na inclusão social decorridos do preconceito racial e da falta de valorização governamental aos imigrantes.

Sob esse viés, denuncia-se a estigmatização de imigrantes – mobilizada pelo corpo social – como ampliadora das dificuldades encontradas pelos estrangeiros no Brasil. Segundo C.S. Lewis, romancista irlandês, “a tarefa do educador moderno não é derrubar florestas, mas irrigar desertos”, haja vista que a população, ao negligenciar povos não pertencentes ao território brasileiro e agir de modo preconceituoso, tem atitudes de desmatamento, o qual destrói a esperança promovida pela imigração. De modo conjunto, está a corporação como responsável de ter atitudes que incentivam a educação moderna, visto que é papel humanitário promover a luta pela igualdade – a qual garante direitos aos cidadãos, sejam imigrantes ou não, tendo em vista que estes encontram desafios em se manter no país pela falta de oportunidades que o preconceito gera. Logo, a sociedade deve abandonar os estigmas e mobilizar a compaixão e luta pela equivalência de raças, irrigando, dessa forma, desertos, ou seja, habilitando a esperança por um mundo melhor.

Ademais, a ignorância do Estado brasileiro em ajudar estrangeiros a se adaptarem ao país tropical colabora para os desafios da imigração. Segundo Aristóteles, filósofo grego, “a política não deveria ser a arte de dominar, mas de fazer justiça”, uma vez que a negligência governamental demonstra ser uma forma de controle populacional motivado pela discriminação racial, a qual impossibilita a concretização da liberdade – caracterizada pela disponibilidade de direitos. Associado a isso, está a interferência da injustiça – realizada pelo governo brasileiro – na busca por condições aceitáveis de vida como uma manipulação de privilégios que contradiz a Constituição Federal de 1988, dado que garantias humanas são essenciais para a evolução socioeconômica e, reconhecidas pela Carta Magna, retratam a adaptação e aceitação de pessoas. Assim, é dever estatal cumprir com as leis brasileiras e admitir regalias à imigração, a fim de proporcionar a liberdade e ter atitudes justas aos imigrantes.

Portanto, é mister que o Estado tenha atitudes para intervir nos desafios da imigração no Brasil. Para contornar o preconceito de raças – demonstrado na Segunda Guerra Mundial pela não aceitação do povo judeu no corpo social alemão -, urge que o Ministério da Educação introduza nas escolas, por meio de alterações na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), matérias práticas, como teatro e música, que incentivem aceitação e disseminem o estigma em relação à imigração. Tais ensinos terão auxílio de educadores com origem estrangeira para irrigar desertos, que lado a lado, necessita do Ministério Público para a concretização legislativa na mobilidade do recebimento de imigrantes. Somente assim será possível desestruturar o desmatamento social e aniquilar as dificuldades hodiernas da imigração no Brasil.