TEMA: O CONSUMO DE ÁLCOOL POR ADOLESCENTES NO BRASIL

Na Antiguidade Clássica, o uso de bebidas alcoólicas foi amplamente difundido em virtude das festividades em homenagem a Dionísio, deus do vinho e da fertilidade na cultura grega. Em paralelo, observa-se que tais costumes e tradições desencadearam, na sociedade brasileira, o gradativo consumo de álcool por adolescentes, fator chancelado pelo recorrente apelo das mídias sociais e pelo posicionamento passivo do Estado perante o imbróglio.

A priori, convém destacar que o consumo gradual e precoce dessa droga psicotrópica pelos jovens é explicado, dentre outros fatores, pela ação cotidiana das mídias sociais. Nesse viés, percebe-se que estas, por meio de propagandas ideológicas, influenciam negativamente a conduta do cidadão, haja vista a venda do produto como sinônimo de poder, liberdade e popularidade, idealizando o álcool como um bem inerente à sociedade. Sob essa óptica, notabiliza-se que tal cenário reforça a Teoria do Habitus preconizada pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, na qual a o indivíduo é moldado pelo ambiente em que vive.

Outrossim, não menos importante, é válido salientar que a inobservância e a passividade do Governo favorecem a permanência desse agravante no país. Analogamente, verifica-se a quebra do Contrato Social elaborado pelo filósofo Jean-Jacques Rousseau, no qual o Estado é responsável por garantir o bem-estar social de todos. Com efeito, não há a devida punição aos proprietários de determinados estabelecimentos, os quais, por estarem inseridos numa logística capitalista que visa única e exclusivamente o lucro, acreditam que não serão penalizados em função da ineficiência dos mecanismos de fiscalização estatal.

Diante dos fatos supracitados, urge que o Ministério da Educação, por meio de projetos e palestras educativas, elabore um projeto de ensino voltado à criticidade, com o intuito não só de informar sobre os prejuízos e as doenças desenvolvidas em função do consumo de álcool, mas também de mitigar a influência das mídias sociais sobre o corpo discente, desde a tenra idade. Ademais, é mister que o Estado – órgão máximo de um país -, através de grandes investimentos, crie um sistema de vistoria e fiscalização mais eficaz e rigoroso visando o cumprimento das leis brasileiras e o combate ao consumo precoce de bebidas alcoólicas pelos jovens. Assim, caso essas medidas ocorram, a problemática do tema em discussão será, gradualmente, atenuada.