Tema: O celular na sala de aula: reflexos e tensões no processo de ensino e aprendizagem

O filme “O Sorriso de Mona Lisa”, protagonizado por Julia Roberts, apresenta os desafios de uma professora, na tentativa de promover uma educação com objetivo de preparar suas alunas para atuarem criticamente na sociedade. Fora da ficção, escolas brasileiras também enfrentam desafios similares, mediante o acentuado aumento do uso de celulares nas salas de aula, fato que causa a distração dos discentes, afetando o processo de ensino-aprendizagem. Mediante o cenário, torna-se premente a análise dos reflexos do uso do celular, bem como as alternativas que as escolas podem assumir para superarem tais tensões.

Primeiramente, o uso inadequado dos dispositivos móveis prejudica a aprendizagem escolar. A BNCC – referência nacional para elaboração dos currículos – elege, como competência a ser desenvolvida, o uso crítico, reflexivo e ético das tecnologias digitais. Nesse sentido, parte dos estudantes não está adequadamente ciente do reflexo devastador que as distrações causadas pelo uso do celular na sala de aula pode causar. Destarte, falta reflexão acerca do uso saudável da ferramenta.

Ademais, o ensino excessivamente conteudista causa a falta de interesse dos alunos, fazendo-os buscar entretenimento com o uso do celular. Nesse sentido, é lícito referenciar Paulo Freire, cuja obra “Pedagogia da Autonomia” argumenta que as escolas devem promover uma educação que supere o mero ensino técnico-científico. Assim, o ensino mais envolvente atrairá os estudantes, evitando o uso do celular no processo.

Portanto, cabe ao Ministério da Educação assegurar formações com educadores a fim de capacitá-los para promoção do ensino reflexivo acerca do uso adequado do celular. Outrossim, é fundamental que as plataformas midiáticas disseminem informações sobre os reflexos do uso da tecnologia. Dessa forma, o processo de ensino-aprendizagem se tornará eficaz, assim como almejava a professora no filme “O Sorriso de Mona Lisa”.