A Constituição Federal de 1988 – norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro – prevê o direito à alimentação como inerente a todo cidadão brasileiro. No entanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase quando se observa o aumento significativo da fome durante o período pandêmico. Sob esse viés, destacam-se dois aspectos importantes: a alta inflacionária e a negligência governamental.
Em primeira análise, evidencia-se a omissão governamental como impulsionadora do problema. Esse contexto de inoperância do poder exemplifica a teoria das instituições zumbis, criada pelo sociólogo Zygmunt Bauman, que descreve que as instituições, embora presentes na sociedade, não cumprem com sua função social. Sob essa ótica, devida a baixa atuação das autoridades, muitos cidadãos brasileiros acabam sendo atingidos pela escassez de alimento ao não possuírem recursos financeiros suficientes para efetuar compras alimentícias. Evidenciando assim, a inquestionável deficiência nos auxílios governamentais, que por sua vez, não suprem com todas as necessidades dos cidadãos. Nessa perspectiva, para a completa refutação da teoria do sociólogo, faz-se imprescindível uma intervenção estatal.
Além disso, o aumento da inflação e da crise econômica reduziram de forma considerável o poder de compra e a renda das famílias brasileiras, visto que, os preços dos produtos alimentícios foram os que mais se elevaram em 2020. Ademais, as consequências advindas da crescente fome na pandemia atingem, até mesmo, a saúde do próprio brasileiro. Segundo o instituto de pesquisas “Datafolha”, em outubro de 2019 o consumo de alimentos ultraprocessados era de 9%, enquanto em julho de 2020 saltou para 16%. Destarte, é inadmissível que esse cenário continuem a perdurar.
Depreende-se, portanto, a adoção de medidas que venham amenizar a crescente fome no período de pandemia. Para tanto, é dever do Poder Legislativo aprovar projetos de Lei que viabilizem benefícios fiscais para empresas migrarem para regiões com maiores índices de pobreza, de modo a disponibilizar empregos para pessoas carentes da região. Outrossim, é preciso que o Governo Federal disponibilize maiores subsídios para que o Ministério Público fortaleça os programas sociais já existentes, seja pelo aumento das bolsas, seja pela distribuição de cestas básicas, de modo a cumprir seu dever constitucional. Assim, o Brasil poderá, gradativamente, diminuir os problemas relacionados a crescente fome durante o período pandêmico e garantir que todos na sociedade tenham acesso aos direitos essenciais, elencados na Constituição de 1988.
denzelpalhano
Parabéns pela redação! Concordo com as observações postadas quando ao D2. Acredito que o tópico frasal nos conduziu a um lugar que não foi explorado: o da alta dos preços. Na sua defesa, você descreveu sobre qualidade na alimentação. Faltou conectar essa ideia de maneira mais clara, para não esperar apenas do bom senso do leitor.
Samantha.forbes
Acho que no d2 seu parágrafo foi mau estruturado, pois tinha que ter tópico frasal+ repertório + argumentação, e a estrutura ficou meio confusa.
Competência 1-200
Competência 2-200
Competência 3-120
Competência 4-160
Competência-5-200
Nota:880…………………………………………………………………………………………………..
sara.castro
Faria algumas ressalvas no D2 e na conclusão (caso seja um modelo para o Enem):
————– D2——————
-Você poderia desenvolver mais a questão da inflação e ai sim fazer o link com a questão de saúde, pois ela ficou parecendo um pouco solta no meio do parágrafo.
Exemplo: Além disso, o aumento da inflação e da crise econômica reduziram de forma considerável o poder de compra e a renda das famílias brasileiras. Tal fato provocou o elevado aumento nos preços dos produtos alimentícios em 2020 e diminuiu a segurança alimentar, já que a desvalorização do dinheiro faz com que as idas ao mercado se tornem menos frequentes, a qualidade das refeições diminuam ou as tornam, muitas vezes, escassas. De maneira análoga, pesquisas comprovam tamanho imbróglio, segundo o instituto de pesquisas “Datafolha”, em outubro de 2019 o consumo de alimentos ultra processados era de 9%, enquanto em julho de 2020 saltou para 16%. Destarte, é inadmissível que esse cenário continuem a perdurar e que as entidades responsáveis por diminuir os problemas sociais continuem a “vagar” sem cumprir suas funções.
————– Conclusão—————
– Evite usar verbo no infinitivo: troque “é dever do Poder Legislativo” por ” o Poder Legislativo deve”
– Quando for coloca o modo use pistas linguísticas (garante que o corretor veja) : “mediante”, “por meio de” “a partir de” “por intermédio de” (Exemplo: o Ministério Público fortaleça os programas sociais já existentes, a partir do aumento das bolsas ou distribuição de cestas básicas). (ps: não me recordo muito bem, mas acho que um prof já me falou que usar “seja pelo… seja pela” pode ser considerado informalidade)
– Dica: o detalhamento na forma de oração coordenada explicativa torna a visualização desse elemento mais fácil, pois, mais uma vez, utiliza pistas linguísticas ( já que, porque, pois, uma vez que)