Tema: Novas tecnologias e o mundo do trabalho: impasses de um novo mercado para o brasileiro

<span;>Para o geógrafo Milton Santos, ao mesmo tempo que as novas tecnologias  encurtaram as distâncias, também acentuaram as desigualdades sociais. Nesse sentido, o pensamento do geógrafo ainda pode ser aplicado hodiernamente, uma vez que a tecnologia encurtou as distâncias entre cliente-empresa, mas acentuou as desigualdades entre os direitos-deveres do grupo laboral. Desse modo, é mister e analisar o aspecto sociocultural lucrativo que gera a insegurança legislativa  e, consequentemente,  fomenta o quadro de desrespeito no trabalho.
<span;>     Em primeiro lugar é importante destacar que,  em função de uma cultura suprema do lucro, o setor trabalhista tem sido visto apenas como mercadoria e mão de obra, consequência da instalação de um ideal capitalista desde a terceira revolução industrial nas empresas. De acordo com o sociólogo Karl Marx, esse sistema visa apenas o seu objetivo Mor: o lucro, e  para este vir a ser concretizado, é necessário que a produção se  sobressaia em cima dos direitos fundamentais do proletariado. Assim, esse sistema visa cada vez mais o capital, e tira de cena os direitos constitucionais fundamentais dos terceirizados, promulgados desde a Constituição de 1988.
<span;>       Por conseguinte, presenciasse um forte poder de influência desse comportamento Mercantil do trabalhador na ausência de asseguramento dos direitos- deveres cabiveis ao cliente-empregado: ao deixar de lado as legislações fundamentais de ambos os lados, cenários de desrespeito no ambiente de trabalho são experimentados. No ano de 2020, por exemplo,  um funcionário da empresa Uber registrou uma cena racista em uma das viagens que fazia, a cliente proferiu palavras de surpresa apenas pelo Uber estadunidense ser um “cara branco”. Paralelamente, esse desrespeito também foi vivenciado pela influenciadora digital Camila Loures: relatou ter sido expulsa do veículo apenas por ter pedido ao condutor que abrisse a janela.

<span;>    Destarte, é Mister analisar as raízes e os frutos da problemática. Para a conscientização da população brasileira a respeito do quadro,  urge que o Ministério do Trabalho(MT) junto ao Ministério da Educação(ME) crie, por meio de verbas governamentais, projetos de leis e palestras nos ambientes cooperativos, que assegurem e detalhem  respectivamente os reais direitos e deveres dos colaboradores-clientes, adivertindo-os dos perigos de se ter apenas a visão lucrativa e gerar o desrespeito entre si, mostrando casos reais  como os da Uber, e sugerindo a estes que perpetuem a informação para os demais. Apenas assim, a coletividade alcançará o encurtamento das distâncias em detrimento da acentuação das desigualdades ditas por Milton.