Tema: Militarização do ensino básico: necessária ou medida descabida?

Modelo Vunesp

Título: Militarização: um método de retrocesso

A novela juvenil “Carrossel” introduz a personagem Olívia – diretora da escola Mundial. Na narrativa, observa-se que sua estruturação de ensino se baseia no ditado “ordem e disciplina”, porquanto utiliza uma abordagem militar para educar os alunos. Esse panorama é evidente na atualidade brasileira ao analisar diversas escolas que se apropriam da militarização no ensino básico, com o intuito de reduzir as taxas de criminalidade. Contudo, é iminente a observação desse método, pois ele é centrado na imposição do medo e abusa psicologicamente dos inseridos nele. Assim, a militarização como modo educacional faz-se uma medida descabida.

Nesse sentido, é pertinente voltar ao século passado, em que o governo brasileiro estava sob controle dos militares. Na época, o medo era imposto na população, uma vez que qualquer opinião expressada por um indivíduo gerava motivos para condená-lo. Dessa forma, a militarização controla a violência à medida que a sociedade sofre opressão, ou seja, os posicionamentos das pessoas, os quais, de acordo com a filosofia, corroboram a evolução social, em virtude deles ampliarem as perspectivas de mundo, são censurados. Logo, não é efetivada uma boa educação, visto que a militarização é benéfica apenas no presente – não proporciona o desenvolvimento da sociedade, mesmo quando incluída no ensino básico.

Além disso, tal método, devido à censura de opiniões populacionais, fundamenta um abuso psicológico: constantemente, a disciplina é cobrada como meio de reprimir a identidade de um ser humano. Se uma pessoa tem como característica, por exemplo, falar excessivamente, a militarização vai controlar a personalidade do indivíduo, descentralizando-o de seus adjetivos. Com isso, é possível afirmar que quem está inserido em um ambiente militar é pressionado – abusado psicologicamente – para se tornar alguém divergente de sua identidade, como retratado na série americana “Cobra Kai” por intermédio da história do treinador do personagem Lawrence. O ensino militar, então, mostra-se prejudicial aos envolvidos nele.

Em suma, a militarização fornece o benefício da redução da criminalidade; no entanto, os aspectos supracitados tornam a inclusão desse método no ensino básico uma atitude descabida. Afinal, na contemporaneidade, a censura (consequência do abuso da disciplina) é altamente criticada pelo retrocesso que causa na evolução social, além de motivar uma pressão psicológica incentivada pela padronização de uma personalidade. Portanto, a abordagem educacional da diretora Olivia apresenta ser ultrapassada, porque traz consigo outras problemáticas já demarcadas ao longo do texto.