No decorrer do filme estadunidense “Coringa”, é narrada a história de Arthur Fleck, um homem que possui transtornos mentais e, por isso, é constantemente ridicularizado pela sociedade. Diante disso, é possível relacionar a ficção com o Brasil hodierno, haja vista que inúmeros indivíduos adquirem problemas mentais e encontram grandes barreiras para a aquisição de auxílio e de um tratamento digno. Dentro desse contexto, há dois importantes fatores que devem ser levados em consideração: a negligência estatal e a pressão exercida pelo meio social.
Mormente, é notório salientar que a ausência de amparo do Estado com os sofrentes de problemas mentais corrobora para a perpetuação do preconceito na população. Embora a Constituição Federal de 1988 assegure o direito à saúde e ao bem-estar social, na prática isso não ocorre, vide que uma grande parcela de municípios, como os da região nordeste e os mais pobres do norte do Brasil, não possuem a estrutura necessária para proporcionar um acompanhamento clínico gratuito e a inclusão de todos os enfermos de doenças mentais em sociedade, tornando-os invisíveis no meio social. Conforme o filósofo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Nesse sentido, sem o devido auxílio prestado pelos regentes, muitos indivíduos que sofrem com a problemática ficam desamparados e não recebem a devida importância pela população, ocasionando em um pensamento coletivo de “frescura”. Dessa forma, é ocasionado para as pessoas com doenças mentais, por conseguinte, um aumento no sentimento de solidão.
Ademais, é inegável que a pressão imposta pela sociedade atenua o número de indivíduos com problemas na saúde mental. Segundo o escritor Guy Debord, em sua obra “A Sociedade do Espetáculo”, as pessoas vivem em uma constante atuação ao longo da vida, buscando cumprir com os padrões impostos pelo meio social. Nesse viés, grande parcela da população é pressionada por amigos e familiares a obter os melhores empregos, a melhor formação acadêmica e a viver um alto padrão de vida, o que gera um temor em não conseguir cumprir com as expectativas depositadas, tornando-os propensos a um sentimento de angústia e à óbices como a depressão e a ansiedade. Desse modo, com a falta de conhecimento da população sobre as consequências da pressão excessiva, os índices negativos de suicídio tendem a aumentar.
Portanto, medidas são necessárias para mitigar o quadro atual. Logo, cabe ao Ministério da Saúde, órgão responsável pela saúde da população, promover o auxílio e a proteção dos indivíduos com poblemas mentais, por meio de palestras e seminários nas escolas, ministradas por profissionais de saúde, que expliquem e orientem aos presentes sobre a questão dos problemas mentais, além de maior destinação de verbas para os municípios, para que possam fornecer um acompanhamento gratuito digno para os doentes. Tais medidas têm como fito a conscientização das pessoas e o apoio para os enfermos. Assim, haverá menos casos como o de Arthur Fleck.
Bruna Iasmin
Oii, que redação boa de ler!!
Então, acho que tens um ótimo repertório cultural, senti falta somente de algum dado científico, pesquisa, pra firmar ainda mais teu pensamento. Lembrando que o enem permite o uso de até dois dados dos textos motivadores, parafraseados, claro.
Tua escrita é ótima e apresenta poucos desvios gramaticais, tua proposta de intervenção foi completo e ainda juntou a ideia da introdução, acho que vai ser vantagem com a banca. único detalhe realmente notório é a falta da marca de autoria, acredito que teus dados não conversaram muito bem com a tua opinião, não ficou evidente teu ponto crítico.
C1: 200
C2: 200
C3: 160
C4: 180
C5: 200
alans.
Há poucos desvios da norma culta da língua portuguesa: gramáticais; uns três.
O texto atende à estrutura dissertativa-argumentativa. O escritor demonstra conhecimento do tema e o desenvolve de forma satisfatória, com tese, argumentos e conclusão coerentes. No entanto, o segundo parágrafo, poderia ter citado algum dado que corroborasse com a sua afirmação sobre os estados do nordeste e alguns do norte, até mesmo um dado histórico, como a situação de marginalização que estes vivem. Sobre a utilização do sociólogo Durkheim, vi-a como desnecessária no segundo parágrafo, pois há uma ruptura com o que estava sendo desenvolvido no parágrafo; poderia colocar essa parte como um outro parágrafo e depois relacioná-lo com o terceiro parágrafo, que passaria a ser quarto.
A conclusão está de acordo com o desenvolvido no texto.
Notas:
Competência 1: 200;
Competência 2: 200;
Competência 3: 160;
Competência 4: 200;
Competência 5: 200.
Total: 940